COMÉRCIO


Sondagem da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima a contratação de 109,4 mil trabalhadores temporários no país para dar conta do aumento previsto para as vendas no varejo relativas ao Natal. Segundo a CNC, essa deve ser a maior oferta de trabalho temporário desde 2013. As previsões são baseadas em aspectos sazonais das admissões e desligamentos no comércio varejista, registrados mensalmente pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).


Os maiores volumes de contratações devem se concentrar no ramo de hiper e supermercados, no qual a previsão é de abertura de 45,5 mil vagas temporárias, e no setor de vestuário, com 25,8 mil. "Se, por um lado, os hiper e supermercados, que são o segmento que mais emprega no varejo, as lojas de roupas, acessórios e calçados são, historicamente, as mais beneficiadas pelas vendas natalinas", apontou o economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes. Enquanto o faturamento do varejo cresce, em média, 34% no período de fim de ano, o setor de vestuário costuma registrar alta de até 90%.


A expectativa é de que a taxa de efetivação seja de 11%, o que representa 3 pontos percentuais a menos do que em 2021. "A conversão de vagas temporárias em efetivas em 2022 não deve ser tão expressiva quanto em 2021, quando chegou a 15%, porque, no ano passado, o varejo ainda estava repondo os postos que haviam sido fechados nas duas primeiras ondas de Covid-19", pontuou o presidente da CNC, José Roberto Tadros.


Salários


O salário médio de admissão deverá alcançar R$ 1,6 mil, avançando apenas 2,5%, em termos nominais, na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a remuneração média ficou em R$ 1,5 mil. Os valores mais altos, de R$ 2,3 mil, devem ser pagos pelas lojas de produtos de informática e comunicação, seguidas pelo ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos, que deve pagar aproximadamente R$ 1,8 mil. Contudo, esses segmentos respondem por apenas 2,3% das vagas a serem criadas.


Além disso, a CNC projeta aumento de 2,1% nas vendas de fim de ano no varejo como um todo. O ramo de hiper e supermercados tende a registrar alta de 4,8%, já descontada a inflação, mas as vendas nas lojas de utilidades domésticas e eletroeletrônicos devem cair 3,4% em relação ao ano passado. De acordo com Bentes, essa perspectiva decorre do somatório entre a desaceleração da inflação e o encarecimento do crédito.