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string(3505) "Banqueiros reagiram com revolta à nota dos bilionários Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles acerca do rombo bilionário encontrado na Americanas. Na nota, divulgada na noite de domingo (23), o trio, que forma o 3G Capital, lamenta “profundamente as perdas sofridas pelos investidores e credores, lembrando que, como acionistas, fomos alcançados por prejuízos”.
Banqueiros ouvidos pelo Neofeed dizem que o clima nas instituições financeiras é de guerra contra os três bilionários. "Eles se dizem vítimas no comunicado. Isso não existe, os três são profissionais. Não viram nada por mais de uma década? É fraude, é crime, não tem discussão".
Em pedido de recuperação judicial, a varejista declarou dívida de R$ 43 bilhões. A empresa tem empréstimos com as maiores instituições financeiras do país: Bradesco (R$ 4,7 bilhões), Santander (R$ 3,7 bilhões), Itaú (R$ 3,4 bilhões), Safra (2,4 bilhões), BTG (R$ 1,9 bilhão) e Banco do Brasil (R$ 1,3 bilhão). Estes são os maiores credores.
O que tem causado mais indignação entre os bancos é que, até o momento, Lemann, Telles e Sicupira, donos de uma fortuna de R$ 185 bilhões, ainda não se pronunciaram sobre uma eventual injeção de capital próprio para salvar a companhia. "No mercado, a conversa que tem circulado é a de que até quarta-feira, 25 de janeiro, os três acionistas de referência apresentarão uma proposta do que pretendem fazer", adianta a reportagem.
"Não se trata de uma dificuldade da empresa. É fraude. Querem uma RJ [recuperação judicial] e um haircut de 80%? De jeito nenhum. Vamos partir para a briga e vamos para cima dos três na pessoa física", promete outro banqueiro.
"Sem uma grande injeção de capital, não tem conversa. Todos os bancos credores estão indignados com essa situação. O Beto Sicupira é financista e acompanhava a empresa. Agora se diz vítima? Os três abriram mão do controle da companhia sem prêmio em 2021. Tudo muito estranho", declarou o presidente de um banco afetado pelo rombo da empresa.
"Me chama a atenção um empresário como o Lemann, aos 83 anos, manchar a biografia dele dessa forma”, afirma o banqueiro, que garante problemas para outras empresas administradas pelo trio. “Ninguém vai dar crédito para a Ambev e para as outras empresas deles. Acabou".
"Uma saída que tem sido conversada entre os bancos é a troca da dívida por ações que os três têm em outras empresas. O trio do 3G é acionista da AB Inbev, da Kraft Heinz e tem participações em diversas outras companhias de capital aberto. Outra saída pode ser, após uma injeção de capital, alongar a dívida", diz a reportagem.
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