A última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deverá ser marcada pela maior alta da taxa básica de juros (Selic) em quase 20 anos. A expectativa do mercado é de uma alta de 1,5 ponto percentual, chegando a 9,25% ao ano, como forma de conter o avanço da inflação, que deverá fechar o ano acima da marca de dois dígitos. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o aumento acumulado em nove meses deve chegar a 7,25 pontos percentuais, acima do nível inicial de 2%- o mínimo histórico.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, chegou a 1,25% em outubro, maior alta desde 2002. No acumulado anual, o indicador chegou a 10,67%, maior valor jpa registrado desde janeiro de 2016.

A combinação da tendência de alta inflacionária e o consequente aumento da taxa de juros para tentar conter a escalada do aumento dos preços também afeta as expectativas futuras sobre os dois pontos de economia para 2022 e 2023, o que deve afetar negativamente os investimentos do setor produtivo e o consumo da população.


Além de tentar conter a inflação, o mercado observa que a alta da Selic também está ligada às manobras do governo para aprovar a (PEC) dos Precatórios, que abre espaço para que o governo Jair Bolsonaro gaste mais de R$ 100 bilhões em 2022, ano eleitoral, e fure o teto de gastos.

“O BC ficou inicialmente atrás da curva com as sinalizações tímidas, como a de normalização parcial. Mas, mais recentemente, foi a mudança abrupta do cenário fiscal que alterou totalmente o cenário para o BC”,disse o economista-chefe da ASA Investments, Gustavo Ribeiro.