Spuntik - O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou, nesta sexta-feira (1º), que concedeu 30 vistos humanitários a cidadãos afegãos que estejam tentando fugir do país, após o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países) ter retomado o poder em agosto deste ano.

Segundo o Itamaraty, o governo ainda se encontra analisando cerca de 400 pedidos de asilo, informa CNN Brasil.

A medida vem facilitar o acolhimento de pessoas vindas do Afeganistão, como já vem acontecendo com cidadãos sírios, haitianos e venezuelanos. 

No caso dos cidadãos afegãos, o protocolo foi adotado devido ao alerta da comunidade internacional para possíveis violações de direitos humanos.


O ministério, por sua vez, já tinha anunciado, em setembro, que concederia vistos para afegãos, apátridas e pessoas afetadas pela situação de "grave ou iminente instabilidade institucional, ou de grave violação de direitos humanos, ou do Direito Internacional Humanitário no Afeganistão", citado pela mídia.

De acordo com Leonardo Gorgulho, secretário de Comunicação e Cultura do Itamaraty, o processo "não é simples", e é feito de maneira sigilosa, apontando que grande parte das pessoas que estão tentando obter vistos se encontram no Afeganistão. A parte difícil desse processo seria, de fato, a vinda das pessoas em causa para o Brasil.


Por outro lado, Achilles Zaluar Neto, chefe de gabinete do Itamaraty, explicou que a operação de retirada dos refugiados afegãos pode ser dificultada pelo fato de que o Brasil não tem embaixada no Afeganistão.


"Não temos condições de entrar pela força, ou negociar com o Talibã. Então, isso tem que ser feito através de um país que tenha representação em Cabul para negociar com o Talibã a saída de um voo [fretado, para o Brasil]", afirmou, citado pela CNN Brasil.


Adicionalmente, a falta de representação brasileira no país em causa faz com que informações sobre quem procura refúgio apenas cheguem às autoridades do Brasil através de entidades internacionais, o que acaba também dificultando o processo, indica o chefe de gabinete.

Outro objetivo do Itamaraty é garantir que os refugiados afegãos não passam dificuldades semelhantes às de seu país no Brasil.