A Câmara Brasileira do Livro anunciou, nesta quinta-feira (25), que a 66ª edição do Prêmio Jabuti não permitirá a inscrição de livros feitos com auxílio da inteligência artificial (IA). Segundo Hubert Aqueres, curador do prêmio e presidente da Academia Paulista de Educação, a medida visa aguardar uma regulamentação nacional sobre o uso de IA na produção de obras literárias.

"Não existe uma regulamentação no Brasil. A gente só vai introduzir a inteligência artificial no nosso prêmio quando isso estiver regulamentado a nível nacional", disse Aqueres, de acordo com a CNN Brasil. Além da proibição da utilização de IA na criação do conteúdo dos livros, o regulamento também se estende à parte editorial das publicações, incluindo capa e projeto gráfico.

A medida surge após uma polêmica na edição anterior do prêmio, quando o livro "Frankenstein", do Clube de Literatura Clássica, foi desclassificado após ser anunciado como finalista. As ilustrações do livro, feitas por Vicente Pessôa, foram geradas com auxílio do Midjourney, uma ferramenta de IA para criação de imagens. Apesar de estar creditado no livro, o uso da IA foi ignorado pela comissão julgadora, conforme relatou André Dahmer, um dos jurados.

No entanto, será permitida a inscrição de obras que abordam a inteligência artificial como tema ou que reflitam sobre ela. Um exemplo é o livro "Humanamente Digital: inteligência artificial centrada no humano", de Cassio Pantaleoni, que venceu na categoria Ciências Sociais na edição de 2023 do Jabuti.

As inscrições para a 66ª edição do Prêmio Jabuti começaram nesta quinta-feira e vão até 13 de junho. A Câmara Brasileira do Livro oferece um prazo promocional para os autores obterem desconto na taxa de inscrição, com limite até 24 de maio. O período também marca o encerramento da consulta pública para os jurados da premiação.

Os finalistas e os membros do júri serão anunciados entre outubro e novembro, e a cerimônia de premiação está programada para o mês de novembro, onde uma personalidade do ano também será homenageada, tradição que já contemplou figuras como Sueli Carneiro e Pedro Brandão nas últimas edições.

 

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