Inauguração do prédio que contará com 1.500 itens está prevista para julho de 2019

Em 1938, Manuel Bandeira escreveu: “Não se pode dizer de Ouro Preto que seja uma cidade morta. (..) é a cidade que não mudou, e nisso reside seu incomparável encanto”. As linhas do poeta pernambucano fazem sentido uma vez que a cidade histórica preserva sua memória, seja por meio da arquitetura barroca das igrejas e casas ou no interior de seus museus. E a partir desta quinta-feira, o município começa a escrever mais um capítulo de sua trajetória cultural.

Nesta manhã, houve uma solenidade para assinatura da ordem de serviço que culminará na implantação do Museu Boulieu: Caminhos da Fé, cuja inauguração deve acontecer em julho de 2019.

“O prédio do antigo Asilo São Vicente de Paulo vai ser restaurado para receber a coleção do casal Maria Helena Boulieu e Jacques Boulieu, ele francês e ela paulista. Os dois se casaram em 1959, e Jucelino Kubitschek (1902-1976) foi padrinho deles. Logo o casal comprou uma casa em Ouro Preto, viajou pelo mundo inteiro e estabeleceu uma grande coleção que mostra a diáspora do Barroco, que deixou a península ibérica e percorreu o mundo”, relatou o secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais, Angelo Oswaldo.

A coleção, segundo o secretário, é composta por 1.500 itens. “O casal conseguiu peças do Barroco que vieram da Índia, das Filipinas, da China, enfim, por onde o Barroco se manifestou. Os dois trouxeram exemplares que mostram por onde andou a fé católica”, destacou.

A obra teve patrocínio da Vale. Os recursos, no valor de R$ 6 milhões, foram captados via Lei Rouanet.