Ícone das artes cênicas brasileiras, o dramaturgo Zé Celso Martínez veio a óbito na manhã desta quinta-feira (6) em São Paulo. Seu estado de saúde havia piorado na quarta-feira (5), quando ele desenvolveu quadro de insuficiência renal. Desde então, ele não conseguiu responder ao tratamento. Na manhã desta quinta-feira, o diretor teve falência dos órgãos. Ele estava internado na UTI do Hospital das Clínicas desde a manhã de terça-feira (4), após sofrer queimaduras devido a um incêndio em seu apartamento no bairro Paraíso, na Zona Sul de São Paulo. Teve 53% do corpo atingido por queimaduras, ficou sedado, entubado e com ventilação mecânica.

Zé Celso deu início a sua carreira no final da década de 1950, escrevendo duas peças autorais: "Vento Forte para Papagaio Subir" e "A Incubadeira". Sua influência artística não se limitou apenas aos palcos, sendo também presente em obras cinematográficas como "O Rei da Vela" e "25".

Durante seus estudos na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Zé Celso participou ativamente do Centro Acadêmico, embora não tenha concluído o curso. Foi nesse período universitário, no final da década de 1950, que ele fundou o Grupo de Teatro Amador Oficina.

Conhecido por sua inquietude e irreverência, Zé Celso se destacou pelas suas montagens de criações coletivas. Em 1961, o grupo conseguiu uma sede na Rua Jaceguai, no Centro de São Paulo, e se profissionalizou, tornando-se o renomado Teatro Oficina. Desde 1982, o Teatro Oficina é tombado como patrimônio histórico. A companhia é considerada uma das mais antigas em atividade no Brasil. Em junho deste ano, Zé Celso se casou com Marcelo Drummond, de 60 anos.