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Cassoli é italiano como Dante, natural da região de Marcas e está há oito anos no Brasil, levando para o seus alunos a importância do poeta para a criação da língua. Não é exagero. O professor lembra que o italiano tinha um vocabulário enxuto e que Dante foi fundamental para a sua ampliação. “Ele foi o pai da língua italiana, responsável por potencializá-la”, salienta o professor.
Ele explica que a língua tinha nascido um pouco antes de o escritor lançar “A Divina Comédia”, com um léxico ainda muito pobre. “O que ele fez no livro: criou uma língua completamente nova, que é praticamente a língua de hoje. Os linguistas calculam que 90% do léxico fundamental do italiano de hoje foram criados naquela obra”, sublinha Cassoli.
Não é por acaso que Dante passou a ser chamado de “sumo poeta” e reverenciado por autores de renome como Goethe e T. S. Elliot. “O que ele fez foi um milagre, fazendo em 70 anos o que se faz em 500. Mas Dante não é um gigante só por isso. Em ‘A Divina Comédia’, fala da salvação e da formação do ser humano. Ninguém fez nada parecido”.
Composto por mais de 14 mil versos, o poema “A Divina Comédia” é dividido em três partes: o Inferno, o Purgatório e o Paraíso. Foi escrito com viés épico e ideológico, com o próprio Dante sendo o protagonista do enredo. Ele realiza uma jornada pelas três instâncias e, ao longo do caminho, cruza com amigos, conhecidos e outras figuras, sempre debatendo diferentes assuntos.
“Dante foi um experimentador incansável. Fez de tudo, de poema à prosa. Quando se fala dele, podemos mencionar plurilinguismo e pluriestilismo. No caso de ‘A Divina Comédia’, é difícil resumi-la em uma palavra. É uma obra muito complexa, com diversos significados. Curiosamente, ela é muito sintética. Por isso há muitas notas de explicação no livro”, registra.
Para Cassoli, a obra dá a impressão de que Dante visitou de verdade o além, passando por purgatório, inferno e paraíso. “É um grande conto sobre esta visão dele, tornando-se por vezes uma história de amor, sobre a relação dele com Beatriz, uma mulher que amou por toda a vida. Por fim, é a suma de um saber extraordinário deste homem que entendia de tudo”, define.
Serviço:
Dia de Dante – 700 anos de morte de Dante Alighieri
Palestra ““Do Inferno ao Paraíso: uma conversa sobre A Divina Comédia” com o professor de história e literatura da Fundação Torino Riccardo Cassoli
25 de março, às 19h
Bate-papo virtual, com retirada de ingressos gratuitos pela Sympla
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Cassoli é italiano como Dante, natural da região de Marcas e está há oito anos no Brasil, levando para o seus alunos a importância do poeta para a criação da língua. Não é exagero. O professor lembra que o italiano tinha um vocabulário enxuto e que Dante foi fundamental para a sua ampliação. “Ele foi o pai da língua italiana, responsável por potencializá-la”, salienta o professor.
Ele explica que a língua tinha nascido um pouco antes de o escritor lançar “A Divina Comédia”, com um léxico ainda muito pobre. “O que ele fez no livro: criou uma língua completamente nova, que é praticamente a língua de hoje. Os linguistas calculam que 90% do léxico fundamental do italiano de hoje foram criados naquela obra”, sublinha Cassoli.
Não é por acaso que Dante passou a ser chamado de “sumo poeta” e reverenciado por autores de renome como Goethe e T. S. Elliot. “O que ele fez foi um milagre, fazendo em 70 anos o que se faz em 500. Mas Dante não é um gigante só por isso. Em ‘A Divina Comédia’, fala da salvação e da formação do ser humano. Ninguém fez nada parecido”.
Composto por mais de 14 mil versos, o poema “A Divina Comédia” é dividido em três partes: o Inferno, o Purgatório e o Paraíso. Foi escrito com viés épico e ideológico, com o próprio Dante sendo o protagonista do enredo. Ele realiza uma jornada pelas três instâncias e, ao longo do caminho, cruza com amigos, conhecidos e outras figuras, sempre debatendo diferentes assuntos.
“Dante foi um experimentador incansável. Fez de tudo, de poema à prosa. Quando se fala dele, podemos mencionar plurilinguismo e pluriestilismo. No caso de ‘A Divina Comédia’, é difícil resumi-la em uma palavra. É uma obra muito complexa, com diversos significados. Curiosamente, ela é muito sintética. Por isso há muitas notas de explicação no livro”, registra.
Para Cassoli, a obra dá a impressão de que Dante visitou de verdade o além, passando por purgatório, inferno e paraíso. “É um grande conto sobre esta visão dele, tornando-se por vezes uma história de amor, sobre a relação dele com Beatriz, uma mulher que amou por toda a vida. Por fim, é a suma de um saber extraordinário deste homem que entendia de tudo”, define.
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Dia de Dante – 700 anos de morte de Dante Alighieri
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