PATRIMÔNIO


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) aprovou investimento de R$ 11,7 milhões para a revitalização do centro histórico de Congonhas (MG), cidade turística localizada a 80 km de Belo Horizonte. O destino reúne hoje um impressionante acervo cultural composto por igrejas de arquitetura barroca e esculturas do artista Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. 

O recurso será utilizado na confecção de réplicas de dez dos 12 profetas esculpidos em pedra-sabão no adro do Santuário de Bom Jesus do Matosinhos, cartão-postal da cidade. Serão produzidos moldes de segurança dos profetas Isaías, Jeremias, Baruque, Ezequiel, Daniel, Oseias, Abdias, Amós, Habacuque e Naum. Até então, só havia as réplicas de Joel e de Jonas, realizadas em 2011 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional (Iphan) e pela Unesco. 

Um dos maiores e mais importantes artistas mineiro, Aleijadinho viveu entre 1738 e 1814. A maior parte de suas obras tem como tema a religiosidade, inspiradas pelo estilo barroco e rococó. São talhas, projetos arquitetônicos, relevos e estatuária que adornam igrejas e monumentos em cidades como Ouro Preto, Tiradentes, São João Del Rei, Mariana, Sabará e Congonhas. 

O projeto contemplará também a expansão do Museu de Congonhas, anexo ao santuário inaugurado em 2015. Será construído a Galeria dos Profetas, onde serão expostas as réplicas. Está previsto, ainda, o funcionamento de um anfiteatro para receber eventos culturais. Os recursos do BNDES também serão utilizados em ações para melhoria da sustentabilidade financeira do museu. 

“Trata-se de mais um importante aporte conquistado para manter a riqueza histórica de Congonhas, Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco. O projeto aprovado conclui uma antiga meta de finalização dos moldes das estátuas de Aleijadinho, processo que motivou, em 2003, o início da construção do Museu de Congonhas", afirmou Sérgio Rodrigo Reis, diretor do museu.

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Profeta Ezequiel é um dos dez que terão réplica.

 

O molde e a cópia dos profetas, informa Reis, serão considerados objetos históricos e de utilização replicável. Elas terão a função de registro, documentação, referência e matriz. "Assim, no futuro, havendo necessidade de outro molde, essa matriz será usada, e não a escultura original", enfatizou. 

O projeto é a quarta e última fase de uma série de investimentos conjuntos para a implantação do Museu de Congonhas. Na fase atual, o aporte é de R$ 11,7 milhões, fazendo o investimento total do BNDES alcançar R$ 18,9 milhões nas quatro fases do projeto. O montante representa 48% do investimento global, que é de R$ 39 milhões.