Alberto Manguel, o escritor e ensaísta bibliófilo, vai doar a sua biblioteca à Câmara Municipal de Lisboa. São 40 mil volumes que irão dar origem ao futuro Centro de Estudos da História da Leitura, do qual será diretor. A cerimónia tem lugar no sábado, às 18h00, no âmbito da Feira do Livro de Lisboa. Inicia também uma colaboração regular com o Expresso neste mês de setembro
 
Alberto Manguel, o escritor de origem argentina e nacionalidade canadiana autor de obras como "Uma História de Leitura" ou "História Natural da Curiosidade" (Tinta-da-China) ) vai doar 40 mil livros da sua biblioteca particular à Câmara Municipal de Lisboa. Esta doação será a semente do futuro Centro de Estudos da História da Leitura (CEHL), que o próprio irá dirigir. Entre os membros do Conselho Honorário, contam-se autores como Olga Tokarczuk (Prémio Nobel em 2019), Margaret Atwood, Salman Rushdie e Chico Buarque, assim como uma lista considerável de diretores dos maiores centros literários de bibliotecas internacionais. Entre eles, o cardeal Tolentino Mendonça, responsável pela Biblioteca do Vaticano.

Alberto Manguel, grande bibliófilo, dirigiu a Biblioteca Nacional da Argentina e dedicou parte da sua atividade, enquanto tradutor, ensaísta e romancista, ao estudo da história da leitura, foi construindo uma assombrosa biblioteca que passará a estar depositada em Lisboa. Manguel, na qualidade de diretor do CEHL irá trocar continente americano - tem vivido entre Toronto e Nova Iorque -, por Lisboa, prometendo transformar a capital portuguesa "num grande pólo de internacionalização", fazendo "jus a Lisboa enquanto cidade literária", segundo anunciou à vereadora da Cultura da CML Catarina Vaz Pinto de acordo com o jornal "Público". Será na Revista do Expresso que irá encetar uma colaboração regular na imprensa portuguesa.

Este novo equipamento “Será um ponto de encontro entre autores e intelectuais e o público leitor”, avançou ainda a vereadora e deverá servir não só a investigadores especializados, como será um espaço aberto aos ao leitores, devendo transformar-se numa biblioteca de acesso livre. O ensaísta escreveu uma obra em homenagem "ao excecional escritor argentino" Jorge Luis Borges, que é também uma "memória afetiva" entre os dois escritores, reeditada este verão pela Tinta-da-China, com um posfácio inédito.

O CEHL irá ocupar o Palacete dos Marqueses de Pombal, na Rua das Janelas Verdes, irá ocupar uma área aproximada de 600 metros quadrados, incluindo espaços de leitura, de escrita e de eventos e irá receber obras profundas de remodelação e adaptação às novas funções. A assinatura do protocolo de criação do Centro de Estudos da História da Leitura, estabelecido entre o município e Alberto Manguel será assinado em cerimónia especial no próximo sábado, 12 de setembro, às 18 horas, nas imediações do Pavilhão Carlos Lopes e no âmbito da Feira do Livro de Lisboa.