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Uma ampla análise sobre a evolução do consumo de álcool no Brasil, entre 2010 e 2019, foi divulgada nesta quarta-feira (30), pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa). A publicação mostra que o consumo total de álcool caiu 13% e que há tendência de redução das mortes causadas pelo consumo excessivo da substância no mesmo período. Porém, o consumo abusivo e as internações de mulheres e idosos apresentaram aumento e preocupam em meio à pandemia. O país não conseguiu atingir a meta global estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de redução do uso nocivo de álcool até 2025.
“Mulheres e idosos destacam-se como populações mais vulneráveis, não somente por serem mais sensíveis biologicamente ao álcool, mas especialmente pelas tendências preocupantes observadas ao longo de quase uma década. Trata-se de um cenário ainda mais desafiador no contexto da pandemia da Covid-19, quando observamos um aumento de consumo de bebidas alcoólicas associado a sentimentos como tristeza e ansiedade, mais frequentes entre eles”, destaca Arthur Guerra, presidente-executivo do Cisa.
No caso das internações atribuíveis ao álcool, apesar da estabilidade entre a população geral, a tendência é de aumento com variação média anual de 1,9% entre as mulheres e de 1% entre os idosos, mas atingindo 2,1% entre as mulheres de 55 anos e mais idade. Foi identificado um aumento significativo do uso abusivo de álcool entre as mulheres, com variação anual média de 3,2%, entre 2010 e 2019, chegando a 5% na faixa entre 18 e 34 anos.
O cenário é diferente conforme a região e o estado. Por exemplo, no Distrito Federal e em mais quatro unidades federativas, a tendência de aumento do uso abusivo de álcool entre as mulheres é superior à nacional, com pico em São Paulo, que registrou variação média anual de 6,1%. Já no caso de internações, DF e 10 estados superam a tendência nacional da população feminina, chegando a uma variação média anual de 7,8% no Piauí.
Para a vice-presidente do Cisa, Erica Siu, os dados mostram ser necessário um esforço coletivo para o controle do uso do álcool. “Precisamos de mais esforços, tanto em termos de políticas públicas como da sociedade, direcionados à redução do uso nocivo dessa substância — são doenças e mortes que podem ser prevenidas”, disse.
O consumo per capita de álcool no Brasil caiu de 8,5 L para 7,4 L entre 2010 e 2018 (-13%). Porém, entre 2010 e 2019, houve uma ligeira queda de abstêmios (de 61,3% para 58,9%), sendo mais evidenciada entre mulheres de 18 a 24 anos, com tendência de redução de 2% ao ano; ou seja, mais mulheres começaram a beber. Também foi observado um aumento sutil do consumo não abusivo de álcool (de 20,6% para 22,3%).
Sobre a relação da pandemia com o consumo de álcool, Erica Siu destaca que foi identificado um aumento no consumo das mulheres relacionado a ansiedade. “A maior preocupação reside nesse crescente consumo abusivo de álcool entre as mulheres — identificado antes da pandemia — somado ao cenário atual da Covid-19. Durante a pandemia, foi observado um aumento do consumo de bebidas alcoólicas especialmente relacionado a sentimentos de ansiedade e tristeza. E as mulheres são mais vulneráveis tanto aos efeitos do álcool como da sobrecarga mental durante a pandemia, com demandas familiares, domésticas e de trabalho”, explicou.
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Uma ampla análise sobre a evolução do consumo de álcool no Brasil, entre 2010 e 2019, foi divulgada nesta quarta-feira (30), pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa). A publicação mostra que o consumo total de álcool caiu 13% e que há tendência de redução das mortes causadas pelo consumo excessivo da substância no mesmo período. Porém, o consumo abusivo e as internações de mulheres e idosos apresentaram aumento e preocupam em meio à pandemia. O país não conseguiu atingir a meta global estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de redução do uso nocivo de álcool até 2025.
“Mulheres e idosos destacam-se como populações mais vulneráveis, não somente por serem mais sensíveis biologicamente ao álcool, mas especialmente pelas tendências preocupantes observadas ao longo de quase uma década. Trata-se de um cenário ainda mais desafiador no contexto da pandemia da Covid-19, quando observamos um aumento de consumo de bebidas alcoólicas associado a sentimentos como tristeza e ansiedade, mais frequentes entre eles”, destaca Arthur Guerra, presidente-executivo do Cisa.
No caso das internações atribuíveis ao álcool, apesar da estabilidade entre a população geral, a tendência é de aumento com variação média anual de 1,9% entre as mulheres e de 1% entre os idosos, mas atingindo 2,1% entre as mulheres de 55 anos e mais idade. Foi identificado um aumento significativo do uso abusivo de álcool entre as mulheres, com variação anual média de 3,2%, entre 2010 e 2019, chegando a 5% na faixa entre 18 e 34 anos.
O cenário é diferente conforme a região e o estado. Por exemplo, no Distrito Federal e em mais quatro unidades federativas, a tendência de aumento do uso abusivo de álcool entre as mulheres é superior à nacional, com pico em São Paulo, que registrou variação média anual de 6,1%. Já no caso de internações, DF e 10 estados superam a tendência nacional da população feminina, chegando a uma variação média anual de 7,8% no Piauí.
Para a vice-presidente do Cisa, Erica Siu, os dados mostram ser necessário um esforço coletivo para o controle do uso do álcool. “Precisamos de mais esforços, tanto em termos de políticas públicas como da sociedade, direcionados à redução do uso nocivo dessa substância — são doenças e mortes que podem ser prevenidas”, disse.
O consumo per capita de álcool no Brasil caiu de 8,5 L para 7,4 L entre 2010 e 2018 (-13%). Porém, entre 2010 e 2019, houve uma ligeira queda de abstêmios (de 61,3% para 58,9%), sendo mais evidenciada entre mulheres de 18 a 24 anos, com tendência de redução de 2% ao ano; ou seja, mais mulheres começaram a beber. Também foi observado um aumento sutil do consumo não abusivo de álcool (de 20,6% para 22,3%).
Sobre a relação da pandemia com o consumo de álcool, Erica Siu destaca que foi identificado um aumento no consumo das mulheres relacionado a ansiedade. “A maior preocupação reside nesse crescente consumo abusivo de álcool entre as mulheres — identificado antes da pandemia — somado ao cenário atual da Covid-19. Durante a pandemia, foi observado um aumento do consumo de bebidas alcoólicas especialmente relacionado a sentimentos de ansiedade e tristeza. E as mulheres são mais vulneráveis tanto aos efeitos do álcool como da sobrecarga mental durante a pandemia, com demandas familiares, domésticas e de trabalho”, explicou.