ABUSO


Pedir desculpas pelo erro do outro, ter medo de falar "não" porque pode gerar conflito e perceber manipulação e controle. Esses são alguns dos sinais de relacionamento abusivo. E os efeitos dos relacionamentos abusivos têm se intensificado durante a pandemia do novo coronavírus, já que as medidas restritivas adotadas em todo o mundo para combater a COVID-19 fazem com que muitas mulheres convivam 24 horas por dia com abusadores. 

Nesta semana, um grupo de mulheres formado por psicólogas e advogadas propôs um debate on-line e gratuito para ajudar mulheres vítimas desse tipo de relacionamento. O encontro, chamado Semana In.Pulse, é promovido pela startup da belo-horizontina e psicóloga Pollyanna Abreu, Não Era Amor.


A psicóloga convidou quatro mulheres que passaram por relação abusiva com um homem para participar de transmissões on-line durante cinco dias pelo Instagram (@NãoEraAmor_).

“As interessadas poderão ter contato com histórias reais de quem já viveu e superou os danos de um relacionamento abusivo, as descobertas que essas mulheres tiveram ao longo de sua jornada e os novos caminhos traçados por elas em busca de uma vida com mais liberdade”, contou Pollyanna.

A primeira live está marcada para amanhã (1/07), às 19h. 

O poder do relato

Ela conta que são perfis de mulheres diferentes, mas que é possível identificar alguns sinais. “São histórias bem diferentes. Uma delas será relatada por uma brasileira que sofreu um relacionamento abusivo fora do Brasil, outra por uma mulher negra que sofreu abuso por conta do racismo”, disse a psicóloga.

Ainda participarão outras duas mulheres sendo que, uma delas, encerrou uma relação de 21 anos. Isso tudo passando pelo processo de culpa, medo, esperança e confusão mental - os principais efeitos psicológicos do relacionamento abusivo.

Pollyanna também fará um retrato do relacionamento abusivo que viveu. Foi após vencê-lo que ela decidiu criar a página Não Era Amor para ajudar outras mulheres.

 Além disso, a psicóloga propõe uma live para falar sobre os 10 tipos de homens abusivos.

"O objetivo é identificar de forma didática como eles atuam”, disse Pollyanna, para que assim as mulheres consigam se libertar. "Quero mostrar que é possível investir na nossa própria vida, voltar a ser o centro da nossa vida, crescer na carreira, voltar para nossa identidade e ser feliz", completou. 

Como participar

O evento é 100% gratuito e começará nesta quarta-feira (1º) As lives vão até o dia 6, segunda-feira.

A partir da inscrição, mulheres receberão um e-mail com a temática e lembrando sobre o horário.

É importante você fazer sua inscrição, pois essas lives não ficarão salvas. A inscrição é feita pelo site oficial do encontro.

 

Violência doméstica em números
 

Os números de crimes contra a mulher são assustadores, em Belo Horizonte e em Minas Gerais. De janeiro a maio deste ano, de acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMg), foram registradas nada menos do que 60.806 queixas.

Mensalmente, a média na capital supera mais de mil casos desde 2018. No estado, esse número é superior a 11 mil registros a cada mês. (com informações de Ivan Drummond)