O Banco Central do Brasil divulgou os resultados do sistema bancário em 2018. Os lucros subiram 17,5% em relação ao ano anterior, maior crescimento desde o Plano Real, e chegaram a R$98,5 bilhões. Segundo a autoridade monetária as principais causas desse grande crescimento foram a redução de despesas administrativas e de recursos destinados a cobrir calotes de clientes. Vale destacar que esse mercado é extremamente concentrado em 5 instituições financeiras – Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa e Santander – cujos lucros somados chegaram a R$82 bilhões.

Se a água caminha para o mar, o capital segue firme para o setor financeiro enquanto setores produtivos da indústria e do comércio prosseguem fechando unidades.

A volta da reforma tributária

O Ministério da Economia lançou o seu balão de ensaio visando testar parâmetros para o antigo e permanente sonho de uma reforma tributária.  De novo a discussão será acirrada em função de quem perderá ou ganhará no novo pacto federativo entre a União, estados e municípios. Tem de tudo um pouco, desde a unificação de tributos até a contribuição financeira sobre todos os negócios realizados no país, inclusive sobre aqueles pagos em dinheiro vivo.

Como se vê será mais uma longa jornada de idas e vindas características do “lenga lenga” desse tipo de proposta. É preciso ficar de olho no posicionamento dos parlamentares do Congresso Nacional.

O déficit da Previdência dos militares

Enquanto prossegue o lenga-lenga da reforma da Previdência alguns dados não conseguem mais ficar despercebidos. Um deles é que, segundo dados do Tesouro Nacional, o déficit da Previdência do Regime Próprio dos Servidores Militares da União foi de R$44,3 bilhões em 2018 e, obviamente, teve que ser coberto pelo próprio Tesouro. O segundo dado é que mesmo diante da afirmação de que os militares não se aposentam, pois ficam à disposição na reserva para qualquer eventualidade, levantamento do Ministério da Defesa mostra que de 2012 a 2016, menos de 1% dos militares da reserva foram convocados para alguma atividade – 1.221 reservistas de um total de aproximadamente 160 mil.

Os números falam por si.

Distribuição de dividendos

Um levantamento feito pela empresa de informações financeiras Economática mostrou as três empresas mais lucrativas em 2018 com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. A primeira foi a Petrobras, com lucro líquido (LL) de R$25,779 bilhões, seguida pela Vale, com R$25,656 bi, e Itaú Unibanco, com R$24,977 bi. Já no quesito distribuição de lucros aos acionistas quem pagou mais dividendos foi o Itaú Unibanco, com R$20,25 bilhões (81% do LL), seguido pela Vale, R$13,050 bi (50,9% do LL), e pela Ambev, com R$8,814 bi (80% do LL). A Petrobras ficou em décimo lugar ao distribuir R$3,046 bi (11,8% do LL). É bom lembrar que a Vale suspendeu o pagamento de dividendos após a tragédia de Brumadinho (MG) em 25 de janeiro de 2019.