por Sérgio Marchetti* / Convidado

Não é novidade ouvir falar em apocalipse. Aliás, se é algo que os veículos de comunicação não nos deixam esquecer é que há finitude para nós, individualmente, e para nosso planeta.  Conforme o sexagésimo sexto livro da Bíblia e vigésimo sétimo do Novo Testamento, podemos acompanhar a “revelação de Jesus Cristo” dada ao apóstolo João, por Deus, prevendo o fim dos tempos.

Mas, tal evento ocorreria somente se a humanidade estivesse procedendo contra os princípios divinos. Aí é que reside perigo…

Caminhando por outras veredas, existe um relógio, criado em 1947 pelo Boletim dos Cientistas Atômicos, batizado de Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock) que é um símbolo que representa o quão próximo a humanidade está de uma catástrofe global. Meia-noite simboliza o colapso civilizacional, e os minutos que restam indicam o nível de perigo. Inicialmente, o foco era o risco de uma guerra nuclear que, sem sombra de dúvida, aniquilaria o planeta. Com o tempo, outros fatores como mudanças climáticas, biotecnologia e inteligência artificial descontrolada passaram a ser considerados.

Desde sua criação, os ponteiros do relógio foram ajustados mais de 20 vezes. Em 1991, após o fim da Guerra Fria, marcava 17 minutos para a meia-noite, o mais distante já registrado. Porém, em 2023, o relógio atingiu 90 segundos para a meia-noite, o menor tempo da história. Por qual motivo? Tensões geopolíticas, arsenal nuclear crescente, pandemias e desastres climáticos.

O que mais me entristece, leitores de plantão, é que em tudo tem a mão do homem causando e acelerando, num desvario inexplicável, a destruição da terra e da vida. O relógio não é uma bola de cristal, nem prevê o futuro, mas serve como um alerta para que governos, empresas e cidadãos tomem medidas urgentes para garantir a sobrevivência da humanidade. A grande questão que fica é: seremos capazes de afastar os ponteiros do colapso ou continuaremos a caminhar rumo à destruição?

Pena que tantos órgãos, veículos e instrumentos de comunicação prefiram criar narrativas, endeusar ou destruir artistas, autoridades e personalidades, em vez de cumprirem eticamente seus papeis de informar, influenciar positivamente e de gerar programas educacionais para que os cidadãos exerçam seus direitos, e também seus deveres de preservar a terra e a vida daqueles que ainda estão por vir. Pequenas mudanças individuais e grandes decisões globais podem alterar o rumo da humanidade. O Relógio do Juízo Final nos lembra que ainda há tempo para agir, mas ele também nos alerta que a inércia e a ganância podem custar a nossa destruição.

Diante desse cenário, é essencial refletirmos sobre nosso papel nessa contagem regressiva. Será que estamos realmente atentos ao impacto de nossas ações? O que podemos fazer para que as autoridades tomem as atitudes  necessárias?

 

Sérgio Marchetti
*Sérgio Marchetti é consultor organizacional, palestrante e Educador. International Certification ISOR em Holomentoring, Coaching & Advice (coaching pessoal, carreira, oratória e mentoria). Atuou como Professor de pós-graduação e MBA em instituições como Fundação Getúlio Vargas, Fundação Dom Cabral, Rehagro e Fatec Comércio, entre outras. É pós-graduado em Administração de Recursos Humanos e em Educação Tecnológica. Trinta anos de experiência em trabalhos realizados no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br