O Copom, Comitê de Política Monetária, do Banco Central, fez o esperado na quarta-feira, dia 7 de dezembro e manteve em 13,75% ao ano a taxa básica de juros para o país. No entanto, o BC avisou que a situação pode mudar. Os economistas reforçaram, em comunicado da decisão sobre a taxa básica de juros, o aumento da preocupação com o cenário fiscal e reafirmou que pode manter a Selic em patamar elevado por mais tempo ou até aumentar a taxa. O comitê manteve os juros em 13,75% ao ano pela terceira reunião consecutiva, como esperado pelo mercado. No entanto, aumentou as projeções de inflação para 6,0% em 2022 e 5,0% em 2023. Com este cenário, uma trajetória explosiva das contas públicas certamente afetará as expectativas, o que faria o Banco Central prolongar o atual patamar de juros ou até retomar o ciclo de altas.
Nos EUA, a queda recente das ações é fruto do humor sombrio entre os investidores, que chegaram a ensaiar em novembro um rali de mercado de baixa se tratava de um nítido movimento ansioso. As más notícias para a economia soam como más notícias para o mercado de ações. Se a economia estiver muito fraca, os resultados corporativos vão sofrer. O problema é que as boas notícias não vêm animando as perspectivas futuras e se a economia estiver muito forte, isso significa mais inflação e mais aperto monetário por parte do Federal Reserve, prejudicando os valuations.
Boa parte dos investidores espera uma recessão nos próximos 12 meses. Quando o sentimento é tão ruim, cria-se um ambiente difícil para a maioria dos ativos. Sim, o Fed ainda parece prestes a desacelerar o ritmo de aumento das taxas de juros em sua reunião marcada para a semana que vem, mas dados econômicos otimistas recentes levantaram preocupações sobre quanto mais o banco central aumentará as taxas em reuniões futuras (uma taxa de juros terminal acima de 5% é bem factível). O Fed precisará levar a economia a uma recessão prolongada para reduzir a inflação para perto de sua meta de 2%. Não há alternativa. Os americanos, soberanos como são, acreditam desacreditando, mas o certo é que um cenário sombrio vem assustando Wall Street.
Mais uma vez, as autoridades de saúde chinesas deram um grande passo para aliviar as rígidas restrições do Covid-19 do país, dizendo que permitiriam que aqueles com casos assintomáticos ou leves ficassem em quarentena em casa. Desde o início da pandemia, as pessoas foram forçadas a ficar em quarentena em instalações centralizadas administradas pelo governo; ou seja, a mudança é relevante. Como não poderia deixar de ser, as políticas de zero-Covid continuaram a atingir a demanda do consumidor e interromper a produção na segunda maior economia do mundo durante todo o ano, enquanto o resto do mundo superou a pandemia.
Por isso, afrouxar as regras deve ajudar a impulsionar uma recuperação na economia chinesa, o que deveria ser bom para o crescimento econômico global. Por outro lado, a China é um grande consumidor de energia e outras commodities, e um aumento na demanda pode elevar os preços. Isto é, uma abertura acelerada da economia da China não seria necessariamente boa para os ativos de risco no curto prazo se alimentar a inflação nos mercados desenvolvidos. Ainda assim, se o processo coincidir com a queda da inflação e o fraco crescimento global, talvez tenhamos uma solução mais equilibrada.
Na Europa a situação continua tensa. A presidente do BCE, Christine Lagarde, tem sido dura e o mercado nervoso. Investidores seguem tensos com as perspectivas inflacionárias. Os europeus ainda estão sofrendo com inúmeras crises e a inflação é apenas uma delas. É sem dúvida um dos mercados mais difíceis no mundo atual.