O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, 8 anos de mandato advindos de duas eleições, fez conferência em São Paulo no dia 30 de maio. Entre os diversos temas abordados, quero destacar aqui como ele concebe o papel da função assessoria nas organizações humanas. Segundo ele:
“Minhas melhores decisões eram quando tinha gente discordando de mim. Para ser um bom líder, você não precisa saber todas as respostas. Basta fazer as perguntas certas. Ter pessoas melhores que você no time. Servir e empoderar os outros”.
Aqui no Brasil que imagens temos de boa parte das pessoas que ocupam essas funções trabalhando com temas amplos e abertos, temáticos ou específicos? Uma imagem bem difundida é a de que o assessor é bem remunerado, tem privilégios, fala muito, é cheio de ideias nem sempre factíveis, mas apresenta poucas coisas estruturadas, consistentes. Isso acabou reforçando muito a ideia de baixa produtividade, que levou muitos deles a serem designados nos ambientes das organizações pelas alcunhas de “aspone” e “asmene” que só querem comer, beber e dormir, se dar bem.
Isso se agrava quando o assessor é alguém que já ocupou altos cargos da direção das organizações humanas, às vezes foi ministro ou secretário no poder executivo, parlamentar, diretor de empresa estatal… É claro que casos como esses também são muito encontrados no mundo privado, talvez só em escala menor ou porque a transparência não é obrigatória. Percebo atualmente como choram, reclamam e se vitimizam algumas pessoas que trabalham na função “assessoria”, clamando por mais espaço, aceitação de suas contribuições, reconhecimento e provavelmente sonhando em voltar a ocupar cargos em que serão tomadores de decisão.
Uma das causas geradoras dessa situação é o esquecimento ou desconhecimento do que seja o papel da função assessoria e do assessor. O Dicionário Online de Português define que “assessoria” é: grupo de indivíduos especializados, instituição, empresa ou departamento que assessora, que presta auxílio a pessoas físicas ou jurídicas. Órgão ou grupo de pessoas responsáveis por assessorar, por oferecer um serviço especializado a um chefe. Empresa, instituição ou entidade especializada que pesquisa e fornece dados ou informações sobre um assunto determinado.
Por outro lado “assessor” é: Aquele que auxilia, exercendo atividades e/ou cargos com o intuito de ajudar alguém em suas tarefas ou funções, ou substituindo esta pessoa quando ela estiver impedida de exercer seu ofício. Aquele que, sendo especialista em determinado assunto, ajuda uma pessoa, baseando-se na área de seu conhecimento.
Portanto fica claro que o assessor contribui com o seu trabalho para a tomada de decisão de quem conta com os seus serviços. Obviamente que tudo deve ser feito com método, consistência, proposições claras, sem contudo querer só falar em propostas e coisas agradáveis aos ouvidos do tomador de decisões.
Infelizmente não há espaço para o “puxa-saquismo” e para o temor do confronto entre abordagens consistentes que ajudarão na formulação de soluções criativas para os problemas que surgem na gestão de qualquer negócio. Tenho a certeza de que hoje ainda estamos longe da excelência nesta questão, mas deve-se lutar sempre pela melhoria contínua da compreensão dos papéis exercidos pelos participantes desses processos.
Encerrando, quero te, perguntar, caro leitor sobre como tem sido a sua experiência ao trabalhar com a função assessoria, tanto no papel de cliente como no de fornecedor.
Aguardo suas contribuições nos comentários do blog.