Dois jogos do Brasil na semana deixa o mercado sem uma direção certa. As ações asiáticas estão estressadas com a China que vem tendo uma crescente manifestação do povo contra as restrições da Covid. O mercado chines se animou um pouco da boas notícias para as empresas imobiliárias. Mercado europeu tenta se segurar com uma certa tranquilidade dos investidores que não se mostram muito preocupados com a semana cheia de notícias. No Brasi, o governo eleito faz charminho há semanas para apresentar o nome do ministro da Fazenda, que deverá realmente ser o Haddad que já está integrando a equipe dos economistas da transição. O mercado parece já ter entendido o movimento. Resta saber os nomes dos demais ministérios, segundo escalão e outros órgãos importantes. O Haddad é visto mais como lulista do que como petista. O anúncio oficial deverá ser nos próximos dias e o mercado já está aceitando.
Os mercados americanos estão voltando de uma semana encurtada por feriados que foi relativamente leve em notícias corporativas e dados econômicos. Agora, os investidores têm uma semana mais movimentada pela frente, pois continuam monitorando a inflação mais alta em décadas e seu impacto nos consumidores, negócios e política monetária. Diante disso, a segunda-feira foi negativa — mais de 90% das ações do S&P 500 fecharam no vermelho.
Naturalmente, nos EUA, o principal evento da semana será o relatório de empregos na sexta-feira. O mercado antecipa um crescimento de 200 mil empregos em novembro, uma desaceleração em relação ao forte ritmo de contratação de 261 mil em outubro. Contudo, isso não seria uma má notícia para o mercado, se a implicação for que o Federal Reserve pode diminuir sua trajetória de alta de juros. Por outro lado, um declínio maior no crescimento do emprego pode aumentar os temores de recessão.
A ansiedade continua alta sobre a capacidade do Federal Reserve de domar a inflação aumentando as taxas de juros sem ir longe demais, causando uma recessão. A taxa de referência do banco central está atualmente em 3,75% a 4%, já bem acima dos quase zero em março. O mercado sentiu o movimento, mas agora começa a pensar mais no final do ciclo de aperto monetário e na recessão que está por vir. As ações do Petrobras estão em queda livre. Depois de bater os R$ 40,00 e pagar dividendos milionários em 2022 analistas recomendando venda dos papais. Mercado espera interferência do novo governo na empresa.
Como se vê, os problemas começam no mercado asiático, passa pela Europa, desagua nos EUA e respinga no Brasil. Covid, guerra, inflação e incertezas. Um prato cheio para uma recessão mundial.