“Nada existe em caráter permanente a não ser a mudança” dizia o filósofo Heráclito de Éfeso em 508 AC. Só o tempo passa indelével e inexorável; já a água do rio, corre pelo leito sem volta.

Enquanto isso, se olharmos apenas para o ano de 2025, vemos que partindo de janeiro e chegando agora a meados de agosto percebemos como tanta coisa mudou. Quantas vezes ainda teremos que ver como alguém imprevisível, que avança e recua tentando impor sua hegemonia, faz balançar o sistema capitalista marcado pelos parâmetros e acordos firmados após a 2ª Grande Guerra Mundial passados 80 anos? Muitas foram as crises enfrentadas, como a Guerra Fria, os atentados às torres gêmeas, a crise financeira de 2008, a invasão russa à Ucrânia, Israel na Faixa de Gaza e o tarifaço de Donald Trump tentando restabelecer na marra a hegemonia mundial americana. Basicamente, o que só aumenta as incertezas numa conjuntura marcada por dificuldades de quem se imagina em primeiro lugar na terra.

É importante lembrar que o bloco dos BRICS, inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e agora com mais seis membros, detém 41% do comércio mundial e pretende criar sua moeda própria, o que incomoda muito os Estados Unidos. Não nos esqueçamos que vivemos no sistema capitalista, com algumas nuances aqui ou ali, mas cada país com a sua soberania.

Diante de tantos e variados acontecimentos numa verdadeira engenharia simultânea, é preciso lembrar que é na dificuldade que a gente se prova, que não existe capitalismo sem risco, mas isso é o que muitos querem, inclusive com renúncia tributária. A lei da oferta e da procura existe e persiste, tal qual a lei da gravidade. Dialogar é preciso, inclusive com estratégias de sobrevivência. Segundo dizem moradores do município de Nova Santa Adélia, no interior de São Paulo, “quem tem garrafa para vender, vende”.

O mês de agosto segue e prepara o caminho para a chegada de setembro. O tempo caminha indelével e inexorável. Viver continua perigoso, como diria Guimarães Rosa.