Um cliente do Banco Itaú fez um seguro para o seu automóvel e optou pelo pagamento à seguradora em cinco parcelas mensais debitadas em sua conta corrente. Quando o banco recebeu a solicitação para fazer o débito na conta, entrou em contato com o cliente para que ele autorizasse a operação para cada uma das cinco parcelas.

Não conheço o modelo de gestão do Banco Itaú, mas no mínimo deve ser muito consistente, seguro digitalmente, além de ter auditoria dos processos do sistema para verificação da conformidade com o que foi especificado. Deve ter um Compliance ativo, ou seja, “conjunto de práticas e procedimentos que uma organização adota para garantir o cumprimento de leis, regulamentos, normas e padrões éticos”. Também imagino que exista a crença em fundamentos da gestão como “quem não mede não gerencia”, “quem não controla não gerencia” e “é preciso ter mecanismos à prova de bobeira”.

No atual estágio do capitalismo, tudo caminha para o segmento financeiro como a água dos rios vai para o mar. Assim sendo, no primeiro trimestre deste ano o lucro líquido do Banco Itaú foi de R$ 11,1 bilhões e no ano de 2024 ficou em R$ 41,4 bilhões, sempre em primeiro lugar no ranking dos bancos brasileiros.

Enquanto isso estamos convivendo com todas as informações sobre descontos não autorizados nos pagamentos dos proventos de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS a favor de 41 entidades. Os fatos e dados que estão sendo revelados nas tentativas para verificar desde quando tudo começou, qual é a extensão do rombo gerado com as fraudes e como ressarcir com juros e correção monetária os segurados lesados estão na pauta diária.

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Fico pensando como deve ser o modelo de gestão do negócio usado pelo INSS e pelos demais órgãos públicos nos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário na União Federal, Estados e Municípios.

São frequentes as denúncias de problemas mostrando distância entre a intenção e o gesto, entre o orçado e o realizado e um desequilíbrio das contas públicas, um cenário de aumento da tributação e também dos gastos e desperdícios.

Para onde vai o dinheiro surrupiado? E para quem, quantos e quais? Até quando a população vai continuar pagando para não ter o retorno com a qualidade esperada?

Rombo no INSS, prejuízo nos Correios, emendas parlamentares, obras na Codevasf…