Assim como o filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) – numa citação infeliz em entrevista - o presidente Jair Bolsonaro já fez alusão à reedição do Ato Institucional 5 (AI-5), baixado durante o governo de Costa e Silva. Há 20 anos, quando foi eleito para o terceiro mandato como deputado federal, Bolsonaro disse, em entrevista a um jornal mineiro, que uma reedição do AI-5 “seria até bem-vinda agora, para cassar os políticos corruptos”. Sobre torturas, mortes e prisões durante o governo militar, o hoje presidente afirmou à época que no máximo 300 pessoas desapareceram ou morreram: “Eram uns vagabundos, que assaltavam banco”.

Lacônico
Sobre a declaração do filho de que “se a esquerda radicalizar” a resposta “pode ser via um novo AI-5”, Jair Bolsonaro disse lamentar.

Êpa, êpa
Tem gente com receio da frase que Bolsonaro tem repetido desde a posse: “Nossa bandeira nunca mais será vermelha”. Faltou dizer se pela via democrática, ou à força.

Parabéns ao Barba
Condenado e preso por corrupção, mas merece respeito. Todos os agentes de plantão na PF dia 27 foram à sala-cela de Lula da Silva parabenizá-lo pelo aniversário. 

Discórdia 
A Portaria 739 do Ministério da Justiça, que dá aval à Polícia Rodoviária Federal para integrar operações de inteligência e investigar, aqueceu a animosidade entre os delegados e policiais federais. Enquanto a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal aponta inconstitucionalidade e lembra que a missão da PRF é patrulha ostensiva nas estradas, a Federação Nacional dos Policiais Federais defende a medida e critica o que seria um corporativismo dos delegados em concentrar o poder de inquérito. 

Tentou...
A insatisfação - e o embate - das entidades chegou à mesa do ministro da Justiça, Sérgio Moro, que busca saída pacífica. A ideia de Moro é maior interface das polícias no combate ao crime. Ao passo que a ADPF aponta que o tema deveria ser debatido na esfera legislativa, não na canetada.

Os dois lados
A portaria estabelece que os policiais rodoviários poderão integrar operações em interface com o Ministério Público, Receita e órgãos do sistema, como Força Nacional. Confira em nosso site a íntegra das declarações do presidente da ADPF, delegado Edvandir Paiva, e do presidente da Fenapef, Luís Boudens, exclusivas para a Coluna.

Coaf raiz
Em mais uma derrota do governo, deputados e senadores alteraram e aprovaram o texto da Medida Provisória 893/19, que transferiu o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Economia para o Banco Central. A principal mudança foi a manutenção das regras de composição do órgão com servidores efetivos ligados a áreas econômicas, como Receita Federal e Conselho de Valores Mobiliários. 

Sem ingerência
A proposta original abria brecha para indicações políticas. O parecer do relator, deputado Reinhold Stephanes Júnior (PSD-PR), também mantém o nome Coaf. O governo pretendia mudá-lo para Unidade de Inteligência Financeira (UIF). 

Previdência 
Ainda sem previsão de aprovação no Senado, a PEC paralela da Previdência corre o risco de ser barrada na Câmara. O parecer do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) encontra resistência por parte da bancada ruralista, a maior da Câmara. 

Chiadeira no campo
O tucano manteve a previsão de cobrança de contribuição previdenciária sobre as exportações agrícolas. A estimativa de arrecadação é de R$ 60 bilhões, em 10 anos. O calendário prevê a votação da PEC paralela em 6 de novembro. No mesmo dia, a proposta deverá ser votada no Plenário do Senado e enviada para a análise da Câmara. 

Lembrete
A PEC prevê a inclusão de estados e municípios na reforma da Previdência, mudança que também enfrenta resistência na Câmara. 

Povo sem dinheiro
Um dado da Lendico para a Coluna mostra que a esperada melhora na economia não chegou ao andar de baixo ainda. A fintech de crédito pessoal on-line registrou valor 35,69% superior ao mesmo mês de 2018 e 7,91% acima do volume registrado em agosto deste ano. O pagamento de dívidas segue como principal motivo para os pedidos de empréstimo no país, com 45,26% das solicitações.