A Câmara Federal está disposta a aprovar a legalização dos jogos de azar - bingos, cassinos, bicho, apostas on-line e afins. É o que revela sondagem inédita da Paraná Pesquisas com 238 dos 513 deputados - 46,39% dos mandatários da Casa. Do total de entrevistados, 52,1% são a favor, 40,8% são contra e os indecisos somam 7,1%. Um projeto de lei sobre o assunto precisa de maioria simples, ou 257 votos, para passar. O resultado anima os defensores da legalização e vai estimular o governo a investir no tema, que pode render R$ 20 bilhões/ano em impostos - além de R$ 6,7 bilhões imediatos com as outorgas e gerar 200 mil empregos diretos, cita Magnho José, maior especialista no Brasil sobre o assunto. A sondagem foi feita por telefone e presencialmente, de 27 a 31 de maio, a pedido do Instituto Brasileiro do Jogo Legal.
Rota
A maioria dos deputados (40,1%) indica que os cassinos e bingos devem ser abertos em cidades turísticas ou em cidades de baixo IDH (21,6%).
Do contra
Os contra justificam possível lavagem de dinheiro (20,6%), aumento do vício (17,2%), religião (10,1%), fiscalização deficitária (9,7%) e ausência de controle (9,2%).
Recuo
Perdeu força a proposta bancada pelo bilionário Sheldon Adelson, dono de cassinos nos EUA e que passou em lobby por Brasília. Apenas 7,2% aprovam cassinos integrados a resorts - incentivados em um projeto pelo americano.
É do jogo
A eventual aprovação da legalização vai obrigar o governo a criar agência regulatória e fiscalizadora para o setor, a exemplo de outros países. Já tem esboço no Palácio.
Estímulo & tramitação
O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o presidente da Casa, Rodrigo Maia, ambos apoiadores da proposta, vão receber a pesquisa hoje. Uma cópia vai para o ministro Paulo Guedes, que sonha em arrecadar mais para a União. Dois projetos em tramitação, que liberam todos os jogos, interessam ao setor e ao governo. A aprovação do substitutivo ao PL 442/91 na Câmara ou o avanço do PL 186/14 no Senado.
Dupla do barulho
O MDB, partido dos senadores Jarbas Vasconcelos e Fernando Bezerra Coelho, não estará na base do governador Paulo Câmara (PSB) para a disputa da Prefeitura do Recife. Sem nenhum vereador na Câmara dos Vereadores e sem força política na capital, a legenda pretende lançar candidato próprio nas eleições de 2020.
Moro & Dallagnol
O portal The Intercept Brasil cita a palavra “facções”, pejorativamente, em relação aos procuradores da Operação Lava Jato. Pegou mal. Muita gente já vê um viés partidário ideológico nos textos, com desrespeito às instituições públicas do Judiciário.
Confusão para todos
Fato é que os dois lados devem explicações. Sérgio Moro agiu além de seus limites, se for comprovado seu conteúdo. E o site divulgou material privado obtido supostamente de forma criminosa, com arapongagem. A legislação do Brasil, defasada, não prevê punição para esse tipo de divulgação jornalística.
CPI mista
O PDT engrossou o coro da oposição e vai pedir CPI mista (Câmara e Senado) para investigar procuradores e o ministro Moro. A decisão foi tomada ontem na sede do Rio.
Incansável
O diretor de Planejamento da Plural, Hélvio Rebeschini, adora criticar a Petrobras e a política energética do governo. A última bomba dele foi contra o aumento da concorrência no setor de refino. Questionado sobre a venda de oito das 13 refinarias da estatal, Rebeschini afirmou: “As empresas que assumirem o comando das refinarias, assim como a Petrobras, tomarão o preço do petróleo no mercado internacional como base, na hora de atribuir valor”.
Força, guerreiros!
Começou ontem em Brasília o curso preparatório de formação dos 177 delegados federais e mais de 900 policiais, peritos e papiloscopistas aprovados em concurso e convocados pelo governo. Ao todo, serão mais 1.047 profissionais nas ruas.
GT da Fumaça
A Folha de S.Paulo entrou na história também, tema destacado pela Coluna há semanas, e publicou reportagem sobre o mistério do Grupo de Trabalho das cigarreiras, no Ministério da Justiça, que atua para tentar reduzir a carga tributária dos cigarros.
Com Walmor Parente e Equipe DF, SP e Nordeste