Assim como a jaboticaba, há coisas que só existem no Brasil. O STF pela primeira vez na História ‘fatiou’ o julgamento de um habeas corpus e pode ser alvo em ação popular de entidade contra a Corte. O convescote foi forte no cafezinho, que durou 52 minutos, quando os ministros decidiram salvar Lula de um camburão na porta na próxima quarta. Além disso, o STF atropelou o TRF 4 e as próprias decisões. A Súmula 691, editada no Tribunal, proíbe o Supremo de reconhecer habeas corpus negado em outro tribunal, como o caso do pedido de Lula da Silva recusado no Superior Tribunal de Justiça.

Acorda, Brasil!
A pressão da mídia, de empresários padrinhos de indicações dos ministros é forte, desde ontem. Fontes da Toga indicam que será difícil algum ministro pedir vista.

Olho neles!
Como citamos, qualquer ministro pode pedir vista do HC no julgamento do mérito e sentar em cima do processo. Assim, Lula continuará solto e provocando a Justiça.

Cantinho
Já tem uma cela especial vazia e limpa, na sede da PF em Curitiba, esperando um inquilino. É chamada de Cantinho do Barba.

Grande jogada
Relator da ação sobre o futuro do auxílio-moradia para juízes, o ministro Luiz Fux aproveitou os holofotes sobre o HC de Lula e mandou o processo para a Câmara de Conciliação e Arbitragem do Governo. Fux segurou a ação por três anos e, prestes a julgar o caso no plenário da Corte, deu um drible. Ele, um juiz de carreira, justifica que apenas atendeu ao pedido da Associação dos Magistrados Brasileiros.

Deu nisso
Fux livrou-se de um problemão. Foi ele quem concedeu o auxílio-moradia em liminar a juízes do Rio de Janeiro, sua terra - o que acabou se estendendo para os magistrados de todo o país. À época, a filha de Fux, uma jovem advogada, disputava nomeação para o Tribunal de Justiça do Rio. Entrou pelos seus méritos, claro.

Batalha campal
O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) entrou na Justiça contra Lula. Protocolou uma interpelação “em razão das absurdas declarações chamando agricultores de caloteiros”. Goergen é filho de lavradores e sentiu na pele as dores do campo.
Fala, general
O interventor e general Braga Netto dará uma palestra a exclusivo grupo de empresários, sobre segurança pública, na Associação Comercial do Rio na quarta.

Vista Grossa
Segue esquecida na Comissão de Ética da Presidência a representação para que o ministro Carlos Marun seja investigado por ter condicionado, em janeiro, a liberação de financiamento de bancos públicos a votos pela aprovação da reforma da Previdência.

A praxe
Aliás, para aliados, Marun deu luz ao modus operandi usado há anos por Governos - e com beneficiários complacentes. O governador do Sergipe, que reclamou, se queimou.

Blindagem elétrica
Ex-ministro de Minas e Energia do Governo de Dilma, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) defende estabilidade de dois anos aos trabalhadores da Eletrobrás se a empresa for privatizada. “Tem que ter uma rede de proteção aos servidores”.

Curto-circuito
Está feia a briga pela sucessão no Ministério de Minas e Energia. MDB, DEM, PP querem o cargo que será vago com a candidatura de Fernando Coelho Filho para deputado ou senador. A privatização da Eletrobrás explica a cobiça.

Reação no Rio
Nem tudo é notícia ruim no Rio de Janeiro. A despeito da queda de 10% na venda de imóveis em 2017, diante do caos na Segurança, o primeiro trimestre deste ano registrou leve alta, constatou a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário.