Ouço algumas pessoas a bradar de vez em quando que “o passado a gente esquece”. Mas como esquecer ou apagar a História que registra a trajetória de uma nação ou mesmo da humanidade? É por isso que insisto sempre que olhar para o passado nos ajuda a conhecer melhor os acontecimentos que nos trouxeram até o presente momento para melhor compreendê-lo e também para nos ajudar a projetar o que o futuro poderá vir a ser.
Nesse sentido é importante conhecer um pouco mais a trajetória de Getúlio Dornelles Vargas na política partidária brasileira. Trajetória que se encerrou com o seu suicídio em 24 de agosto de 1954, com a conhecida carta que diz “saio da vida para entrar na história”. Uma forma de conhecer melhor sua biografia é ler o artigo de Mayra Poubel publicado no Info Escola. Reproduzo a seguir parte dele, que aborda a atuação política de Getúlio Vargas de 1928 a 1954.
“Tornou-se presidente do estado do Rio Grande do Sul em 1928, assumindo o governo com o objetivo pacificador da política estadual. Porém a sucessão de Washington Luís se deu em meio de discordâncias entre as lideranças estaduais de São Paulo e Minas Gerais sobre as eleições federais. O presidente paulista não queria realizar a alternância com um candidato mineiro, insistindo em um candidato paulista. Com isso, a oposição viu em Getúlio Vargas uma alternativa. De um lado estava a candidatura oficial a cargo do paulista Júlio Prestes. Do outro lado a figura de Getúlio Vargas como representante da Aliança Liberal que contava com membros gaúchos, mineiros além do apoio da Paraíba, de dissidências estaduais e do movimento tenentista. Como vice de Vargas, João Pessoa.
Das eleições de março de 1930, Júlio Prestes saiu vitorioso. Porém setores mais radicais da Aliança alegaram fraudes nas eleições não reconhecendo o resultado como legítimo e iniciando a organização de um levante que desembocou na Revolução de 1930. Se de início alguns setores estavam hesitantes, o assassinato de João Pessoa ocorrido em julho serviu como combustível para àqueles que queriam derrubar o governo. Em 3 de novembro de 1930, Getúlio Vargas torna-se chefe do Governo Provisório após a vitória da oposição.
Em 1932 eclodiu em São Paulo a chamada Revolução Constitucionalista que exigia a elaboração de uma nova constituição, demanda que só foi resolvida em 1934 com a promulgação de uma nova Constituição. Após a Constituição, Vargas foi submetido a eleições indiretas que deveriam por fim ao período do “governo provisório”. Ele conseguiu se eleger com 175 votos enquanto seu antigo aliado Borges de Medeiros conseguiu 59.
Alegando ameaças de um pretenso plano comunista no Brasil chamado de Plano Cohen, em 1937 Getúlio fechou o Congresso Nacional – marco que estabelece o início do período do Estado Novo, que se estendeu até o ano de 1945. Foi um período ditatorial em que entrou em vigência uma nova Constituição que estabeleceu, entre outras coisas, a dissolução dos partidos políticos.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a vitória dos países democráticos, havia uma pressão de redemocratização na política brasileira, porém Getúlio Vargas alegava que o movimento “queremista” era uma prova da vontade do povo que ele continuasse no poder. Isto não aconteceu e Vargas foi deposto pelos militares.
Após ser deposto, Vargas chegou a participar da Constituinte de 1946 (sendo eleito pelos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo), porém após vários constrangimentos no parlamento feito por opositores, regressou a sua cidade natal, fixando-se na Fazenda de Itu em um exilio voluntário. Esse afastamento acabou quando nas eleições presidenciais de 1950 Vargas foi eleito com 48.7% dos votos.
Durante todos os anos desse novo governo (1951-1954), Getúlio enfrentou uma forte campanha oposicionista liderada pela União Democrática Nacional (UDN). Em agosto de 1954 um atentado contra o líder oposicionista Carlos Lacerda agravou ainda mais a instabilidade política e as pressões sobre Vargas que não suportando a forte campanha oposicionista que atacava seu legado político além de ataques pessoais, suicidou-se em 24 de agosto de 1954. A sua morte causou reação popular que culpabilizou todos que atacavam Getúlio”.
Quais aspectos mais te chamaram a atenção?