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Expandir e agregar foram tópicos que permearam a celebração, com os criadores da sétima arte acomodados em casa, numa festa virtual. A cineasta chinesa Chloé Zhao, do drama Nomadland, sempre centrada, se fez um emblema da festa, ao se tornar a primeira não branca a vencer o prêmio de melhor diretora. À frente da protagonista, a atriz Frances McDormand, que interpreta uma sessentona avessa ao desmedido consumismo, é forte candidata ao Oscar de melhor atriz. Compaixão norteia a visão de Zhao, roteirista que, "no âmago" vê a personagem como "alguém que peregrina pela cura".
Adoecida pelo descompasso de não ter um integrante negro no quadro dos votantes do Globo de Ouro, a Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood fez mea-culpa ("estamos ansiosos por um futuro mais inclusivo", sublinhou, no palco, um integrante turco), e trouxe certa redenção, dada a quantidade de prêmios para artistas negros. Premiado como ator coadjuvante, Daniel Kaluuya (de Judas e o Messias negro) tem tudo para disputar futuro Oscar com Leslie Odom Jr. (de Uma noite em Miami, cotado para render indicação à diretora Regina King). Entre os intérpretes de personagens negros, quem surpreendeu também foi a estreante Andra Day que, na pele de Billie Holiday, desbancou tanto Carey Mulligan (de Bela vingança, que, com a diretora Emerald Fennell deve ser valorizada pela Academia, na esfera do Oscar) e quanto a potente voz de Viola Davis encerrada no longa A voz suprema do Blues.
Na mesma categoria, para o Oscar, muito se fala em Michelle Pfieffer (French exit), Vanessa Kirby (Pieces of a woman) e Sophia Loren (Rosa e Momo). Quem tem tudo para puxar a categoria de atriz coadjuvante no Oscar é Maria Bakalova, de Borat: fita de cinema seguinte (há centelha de esperança para a candidatura de Sacha Baron Cohen, o melhor ator de comédia, no resultado do Globo de Ouro). O nome de Bakalova foi saudado até pela improvável vencedora do Globo de Ouro de melhor atriz em comédia Rosamund Pike, que agradeceu à Netflix por dar um público ao filme dela Eu me importo.
Desbancando a vitória esperada de Amanda Seyfried (coadjuvante, por Mank), a veterana Jodie Foster (The mauritaian) sinalizou a boa vontade com a voz da experiência que, no Oscar, tem tudo para alçar as candidaturas de Yoon Yuh-Jung (Minari), Olivia Colman (Meu pai), Glenn Close (brilhante, em Era uma vez um sonho) e Ellen Burstyn (a quase avó de Pieces of a woman).
Imbatíveis
A incontestável vitória de Soul (melhor animação e melhor trilha sonora) no Globo de Ouro tem tudo pra reverberar na futura edição do Oscar: há quem aposte no filme como candidato a um dos melhores do ano. No cenário da futura disputa da estatueta dourada, em 25 de abril, são esperados anúncios de diretores como David Fincher (de Mank), Aaron Sorkin (Os 7 de Chicago) e Emerald Fennell (Bela vingança). Daí a disputa por vagas restantes ficar acirrada entre Lee Isaac Chung (considerado injustiçado, em Minari, pela Associação Estrangeira de Hollywood), o francês Florian Zeller (Meu pai) e dos celebrados Paul Greengrass (Relatos do mundo) e Shaka King (Judas e o Messias negro). Aliás todos os diretores citados carregam, claro, amplas possibilidades de emplacarem candidaturas para os melhores filmes, numa lista determinada em cinco dias, a partir da próxima sexta, e com as indicações a serem anunciadas em 15 de março.
Se os votantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (definidora do Oscar, numa votação entre 15 e 20 de abril) expressarem coerência, um nome na lista dos atores é barbada: o impecável Chadwick Boseman, vencedor do Globo de Ouro de melhor ator, em celebração póstuma, por A voz suprema do blues. E fazendo eco às palavras da viúva de Boseman, Simone Ledward, que amplificou, num suposto discurso do marido, o componente da saudação à "ancestralidade" dele, a Academia tem faca e queijo na mão para indicar Spike Lee, e os atores Boseman (novamente, mas como coadjuvante) e Delroy Lindo, por Destacamento Blood.
Tranquilidade
Sem extrema politização, o Globo de Ouro trouxe à tona iniciativas comunitárias, o problema da fome que acompanha a pandemia e a defesa de valores universais. "Tenho a humilde crença de o que nos trará sentido para as tristezas e perdas (atuais) é nosso elo de humanidade, algo que nos conecta, em grandiosidade", pontuou o vencedor ator Mark Ruffalo (da série I know this much is true). A harmonia e a decência que Ruffalo ressaltou no discurso fazem coro com muitos atores estrangeiros que podem mudar o quadro de Hollywood, num incremento de diversidade para o Oscar, entre os quais Demián Bichir (de Land), Tahar Rahim (The mauritanian), Steven Yeun (Minari), Mads Mikelssen (Druk — Mais uma rodada) e Adarsh Gourav (O tigre branco), além do idoso britânico Anthony Hopkins (Meu pai).
Atentos ao componente do justiçamento, que imperam entre muitas produções pré-selecionadas para o Oscar, numa lista de 366 títulos, em que figuram desde o brasileiro Bacurau até o insuflador Os 7 de Chicago (com destaque para os atores coadjuvantes Sacha Baron Cohen e Mark Rylance), resta saber como a Academia pretende contemplar progressistas filmes destacados pela crítica entre os quais Miss Juneteenth; Nunca, raramente, às vezes, sempre; Ammonite (com Kate Winslet e Soirse Ronan) e Supernova (com os excelentes Colin Firth e Stanley Tucci). É esperar pelo dia 15 de março.
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Expandir e agregar foram tópicos que permearam a celebração, com os criadores da sétima arte acomodados em casa, numa festa virtual. A cineasta chinesa Chloé Zhao, do drama Nomadland, sempre centrada, se fez um emblema da festa, ao se tornar a primeira não branca a vencer o prêmio de melhor diretora. À frente da protagonista, a atriz Frances McDormand, que interpreta uma sessentona avessa ao desmedido consumismo, é forte candidata ao Oscar de melhor atriz. Compaixão norteia a visão de Zhao, roteirista que, "no âmago" vê a personagem como "alguém que peregrina pela cura".
Adoecida pelo descompasso de não ter um integrante negro no quadro dos votantes do Globo de Ouro, a Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood fez mea-culpa ("estamos ansiosos por um futuro mais inclusivo", sublinhou, no palco, um integrante turco), e trouxe certa redenção, dada a quantidade de prêmios para artistas negros. Premiado como ator coadjuvante, Daniel Kaluuya (de Judas e o Messias negro) tem tudo para disputar futuro Oscar com Leslie Odom Jr. (de Uma noite em Miami, cotado para render indicação à diretora Regina King). Entre os intérpretes de personagens negros, quem surpreendeu também foi a estreante Andra Day que, na pele de Billie Holiday, desbancou tanto Carey Mulligan (de Bela vingança, que, com a diretora Emerald Fennell deve ser valorizada pela Academia, na esfera do Oscar) e quanto a potente voz de Viola Davis encerrada no longa A voz suprema do Blues.
Na mesma categoria, para o Oscar, muito se fala em Michelle Pfieffer (French exit), Vanessa Kirby (Pieces of a woman) e Sophia Loren (Rosa e Momo). Quem tem tudo para puxar a categoria de atriz coadjuvante no Oscar é Maria Bakalova, de Borat: fita de cinema seguinte (há centelha de esperança para a candidatura de Sacha Baron Cohen, o melhor ator de comédia, no resultado do Globo de Ouro). O nome de Bakalova foi saudado até pela improvável vencedora do Globo de Ouro de melhor atriz em comédia Rosamund Pike, que agradeceu à Netflix por dar um público ao filme dela Eu me importo.
Desbancando a vitória esperada de Amanda Seyfried (coadjuvante, por Mank), a veterana Jodie Foster (The mauritaian) sinalizou a boa vontade com a voz da experiência que, no Oscar, tem tudo para alçar as candidaturas de Yoon Yuh-Jung (Minari), Olivia Colman (Meu pai), Glenn Close (brilhante, em Era uma vez um sonho) e Ellen Burstyn (a quase avó de Pieces of a woman).
Imbatíveis
A incontestável vitória de Soul (melhor animação e melhor trilha sonora) no Globo de Ouro tem tudo pra reverberar na futura edição do Oscar: há quem aposte no filme como candidato a um dos melhores do ano. No cenário da futura disputa da estatueta dourada, em 25 de abril, são esperados anúncios de diretores como David Fincher (de Mank), Aaron Sorkin (Os 7 de Chicago) e Emerald Fennell (Bela vingança). Daí a disputa por vagas restantes ficar acirrada entre Lee Isaac Chung (considerado injustiçado, em Minari, pela Associação Estrangeira de Hollywood), o francês Florian Zeller (Meu pai) e dos celebrados Paul Greengrass (Relatos do mundo) e Shaka King (Judas e o Messias negro). Aliás todos os diretores citados carregam, claro, amplas possibilidades de emplacarem candidaturas para os melhores filmes, numa lista determinada em cinco dias, a partir da próxima sexta, e com as indicações a serem anunciadas em 15 de março.
Se os votantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (definidora do Oscar, numa votação entre 15 e 20 de abril) expressarem coerência, um nome na lista dos atores é barbada: o impecável Chadwick Boseman, vencedor do Globo de Ouro de melhor ator, em celebração póstuma, por A voz suprema do blues. E fazendo eco às palavras da viúva de Boseman, Simone Ledward, que amplificou, num suposto discurso do marido, o componente da saudação à "ancestralidade" dele, a Academia tem faca e queijo na mão para indicar Spike Lee, e os atores Boseman (novamente, mas como coadjuvante) e Delroy Lindo, por Destacamento Blood.
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Sem extrema politização, o Globo de Ouro trouxe à tona iniciativas comunitárias, o problema da fome que acompanha a pandemia e a defesa de valores universais. "Tenho a humilde crença de o que nos trará sentido para as tristezas e perdas (atuais) é nosso elo de humanidade, algo que nos conecta, em grandiosidade", pontuou o vencedor ator Mark Ruffalo (da série I know this much is true). A harmonia e a decência que Ruffalo ressaltou no discurso fazem coro com muitos atores estrangeiros que podem mudar o quadro de Hollywood, num incremento de diversidade para o Oscar, entre os quais Demián Bichir (de Land), Tahar Rahim (The mauritanian), Steven Yeun (Minari), Mads Mikelssen (Druk — Mais uma rodada) e Adarsh Gourav (O tigre branco), além do idoso britânico Anthony Hopkins (Meu pai).
Atentos ao componente do justiçamento, que imperam entre muitas produções pré-selecionadas para o Oscar, numa lista de 366 títulos, em que figuram desde o brasileiro Bacurau até o insuflador Os 7 de Chicago (com destaque para os atores coadjuvantes Sacha Baron Cohen e Mark Rylance), resta saber como a Academia pretende contemplar progressistas filmes destacados pela crítica entre os quais Miss Juneteenth; Nunca, raramente, às vezes, sempre; Ammonite (com Kate Winslet e Soirse Ronan) e Supernova (com os excelentes Colin Firth e Stanley Tucci). É esperar pelo dia 15 de março.