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string(61) "Galpão lança amanhã filme voltado para o público infantil"
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string(4107) "O roteiro de “A Primeira Perda da Minha Vida” estava na gaveta há mais de dez anos, “quando Bárbara ainda era uma criança”, explica Inês Peixoto, diretora do curta-metragem que será disponibilizado amanhã, no Dia das Crianças, como o mais novo projeto do grupo mineiro Galpão.
Bárbara – filha de Inês e Eduardo Moreira, autor do texto do filme – cresceu (hoje está com 19 anos), veio a pandemia e a oportunidade de a companhia buscar novas formas de se comunicar com o público, devido ao período de isolamento, por meio do projeto “Dramaturgias”.
“Fiz a proposição para realizarmos o filme, pois queria muito dirigi-lo. O Galpão acatou a ideia. Fiquei muito feliz de poder encaixá-lo no projeto”, salienta Inês, que, apesar da filha “mais crescidinha”, não abriu mão de tê-la no papel da menina que perde a boneca.
“Por que não, né? Eu me lembrei de ‘O Mágico de Oz’, em que a Judy Garland viveu a Dorothy quando já era uma mulher (tinha 16 anos na época), e de ‘Lili’, com Leslie Caron. Há muitas experiências no cinema assim. Até pensei que a Bárbara não fosse querer fazer, mas ela topou”, relata.
A trama é baseada num provável encontro entre Franz Kafka e uma garota, numa praça de Berlim. Solidário ao sofrimento provocado pela perda do brinquedo, o escritor checo teria escrito várias cartas sob o nome da boneca, em que contava as suas andanças pelo mundo.
Júlio Maciel interpreta o autor de “O Processo”, enquanto Teuda Bara vive a boneca. Simone Ordenas faz a narradora, ausente no roteiro original. Fechando o elenco está Antonio Edson, na pele do namorado da boneca. A equipe técnica, por sua vez, é quase toda composta por mulheres.
Filmado no Galpão Cine Horto, o curta trafega entre o cinema e o teatro. “Mergulhei fundo nessa intersecção. Tive um tempo para pesquisar e brincar com a questão dos primórdios do cinema”, afirma Inês, que já teve outras experiências por trás das câmeras.
Como a história se desenrola na década de 1920, quando o cinema ainda estava se descobrindo como arte, a diretora aproveitou para homenagear os filmes mudos. “O mundo da menina é criado dentro do teatro; e o da boneca inspirado na pegada dos primeiros filmes”.
Inês lembra que, no início do cinema, os filmes eram realizados em teatros, com a câmera fixa e os atores mostrados de corpo inteiro. “Quando Kafka se encontra com a menina, a gente traz uma câmera na mão para dentro do teatro”, revela.
As imagens da boneca são inseridas em filmes pioneiros, como “A chegada do Trem na Estação”, dos Irmãos Lumière, um dos títulos exibidos na primeira sessão de cinema, em 1895, além de “Fantasmagorie” (1908), de Émile Cohl, e “The Sea horse” (1934), de Jean Painlevé.
Não é a primeira vez que o grupo mergulha no universo infantil. Em 1983, um ano após a sua formação, eles estrearam “De Olhos Fechados”, sobre crianças urbanas e novas formas de brincar. “Depois disso, não fizemos mais nada direcionado para crianças”, destaca Inês
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Bárbara – filha de Inês e Eduardo Moreira, autor do texto do filme – cresceu (hoje está com 19 anos), veio a pandemia e a oportunidade de a companhia buscar novas formas de se comunicar com o público, devido ao período de isolamento, por meio do projeto “Dramaturgias”.
“Fiz a proposição para realizarmos o filme, pois queria muito dirigi-lo. O Galpão acatou a ideia. Fiquei muito feliz de poder encaixá-lo no projeto”, salienta Inês, que, apesar da filha “mais crescidinha”, não abriu mão de tê-la no papel da menina que perde a boneca.
“Por que não, né? Eu me lembrei de ‘O Mágico de Oz’, em que a Judy Garland viveu a Dorothy quando já era uma mulher (tinha 16 anos na época), e de ‘Lili’, com Leslie Caron. Há muitas experiências no cinema assim. Até pensei que a Bárbara não fosse querer fazer, mas ela topou”, relata.
A trama é baseada num provável encontro entre Franz Kafka e uma garota, numa praça de Berlim. Solidário ao sofrimento provocado pela perda do brinquedo, o escritor checo teria escrito várias cartas sob o nome da boneca, em que contava as suas andanças pelo mundo.
Júlio Maciel interpreta o autor de “O Processo”, enquanto Teuda Bara vive a boneca. Simone Ordenas faz a narradora, ausente no roteiro original. Fechando o elenco está Antonio Edson, na pele do namorado da boneca. A equipe técnica, por sua vez, é quase toda composta por mulheres.
Filmado no Galpão Cine Horto, o curta trafega entre o cinema e o teatro. “Mergulhei fundo nessa intersecção. Tive um tempo para pesquisar e brincar com a questão dos primórdios do cinema”, afirma Inês, que já teve outras experiências por trás das câmeras.
Como a história se desenrola na década de 1920, quando o cinema ainda estava se descobrindo como arte, a diretora aproveitou para homenagear os filmes mudos. “O mundo da menina é criado dentro do teatro; e o da boneca inspirado na pegada dos primeiros filmes”.
Inês lembra que, no início do cinema, os filmes eram realizados em teatros, com a câmera fixa e os atores mostrados de corpo inteiro. “Quando Kafka se encontra com a menina, a gente traz uma câmera na mão para dentro do teatro”, revela.
As imagens da boneca são inseridas em filmes pioneiros, como “A chegada do Trem na Estação”, dos Irmãos Lumière, um dos títulos exibidos na primeira sessão de cinema, em 1895, além de “Fantasmagorie” (1908), de Émile Cohl, e “The Sea horse” (1934), de Jean Painlevé.
Não é a primeira vez que o grupo mergulha no universo infantil. Em 1983, um ano após a sua formação, eles estrearam “De Olhos Fechados”, sobre crianças urbanas e novas formas de brincar. “Depois disso, não fizemos mais nada direcionado para crianças”, destaca Inês