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O próprio filme “Silvio Santos Vem Aí”, que estreia nesta quinta-feira (20/11) e acompanha a candidatura do Dono do Baú à Presidência, brinca com isso.
Em uma cena a caminho do SBT, Gabriel Godoy, que interpreta namorado da publicitária Marília (Manu Gavassi), reproduz o modo de falar do apresentador. Ela reage de cara, comentando que “todo mundo acha que sabe imitar o Silvio Santos.”
Ao longo das décadas, a imitação de Silvio se tornou uma espécie de rito de passagem entre humoristas. Reproduzir o timbre, o sorriso largo e o famoso “ma ôe” virou quase um desafio técnico. Só que com Leandro Hassum não foi assim.
O comediante é quem interpreta Silvio Santos no longa-metragem, mas conta que jamais replicou seus gestos. “Costumo dizer que todo comediante, ator e até o tio do pavê acha que imita o Silvio Santos. Mas não é o meu caso”, salienta.
A não-imitação, porém, acabou se transformando em virtude. Livre de possíveis vícios, Hassum conseguiu construir um Silvio do zero, sem cair na armadilha da afetação que personagens dessa natureza podem provocar.
“Minha busca foi de trás para frente, do Senor Abravanel para o Silvio Santos”, destaca o ator. A trama apresenta, sim, o Silvio do auditório, mas o foco está mais em seu comportamento nos bastidores.
Acompanhamos, por exemplo, um homem preocupado com os efeitos que a campanha presidencial poderia trazer à família dele ou fragilizado pela doença e morte de sua primeira mulher, a Cidinha. “Criei com a Cris (D’Amato, diretora do filme) a forma como ele conversaria em casa com as filhas e com a mulher até chegarmos nesse Silvio que era o ‘clown’ do palco”, acentua.
Impressiona também a semelhança física entre os dois. Quanto a isso, Hassum deve os créditos a equipe técnica. “A nossa caracterizadora, Simone Batata, encontrou uma peruca bem de 89, com o cabelo do Silvio semelhante daquela época. Minha preparadora corporal também foi uma pessoa maravilhosa”, elogia.
Além disso, Cris e Hassum buscaram por referências na internet, especialmente um vídeo em que o apresentador conversa com Carlos Alberto de Nóbrega. “Esse vídeo foi muito importante porque mostra o Silvio sem ser o Silvio do palco”, afirma.
Hassum conta que a preparadora passava ainda “uns unguentos” em suas mãos para deixá-las “mais moles”, e, assim, o “gestual surgir.” Para o comediante, Silvio era maestro de si mesmo, e suas mãos funcionam como batutas.
“Ele usava a mão para marcar o que dizia, fechava frases, abria conversas. O Silvio que construí veio muito desse gesto, sempre com a supervisão da Cris, que me orientava o tempo todo: ‘aqui mais, aqui menos, não franze tanto a testa, o Silvio não faria isso, o Silvio não se emocionaria desse jeito.’ Fomos encontrando esse caminho juntos”, sustenta.
Uma faceta pouco conhecida
Com roteiro de Paulo Ursino, o filme “Silvio Santos Vem Aí” tem como ponto de partida a candidatura de Silvio Santos à Presidência, em 1989, ano da redemocratização. Revisita, ainda, quadros de seu programa dominical, como “Topa Tudo por Dinheiro” e “Show dos Calouros.”
Leandro Hassum divide o protagonismo com Manu Gavassi, que interpreta a marqueteira Marília. Na trama, a personagem de Manu é destacada pela agência onde trabalha para acompanhar o cotidiano do comunicador e mapear eventuais fragilidades que poderiam ser exploradas por adversários.
A diretora Cris D’Amato afirma que a opção por mostrar a vida de Silvio a partir do olhar de uma jovem permite ao público enxergar tanto Senor Abravanel quanto o apresentador conhecido nacionalmente. “Mesmo quem não o conhece encontra ali alguém muito interessante, alguém que, a princípio, é visto com certo preconceito, mas que vai despertando admiração”, sintetiza.
Leandro Hassum acrescenta que a personagem de Manu Gavassi funciona como elemento contemporâneo e ajuda o público jovem a compreender o período da redemocratização. “Ele precisa ouvir perguntas duras de uma jovem que não era fã dele. Isso nos levou a construir um Silvio mais humano”, explica.
Cris diz que este foi apenas um dos muitos recortes possíveis para retratar a trajetória de Silvio Santos. “Ele é uma figura admirável, um dos maiores comunicadores do mundo. Mereceria não apenas três filmes, mas dez, vinte, porque há muitos recortes possíveis”, afirma, destacando que não existem personagens bons ou maus, “apenas personagens”.
Para ela, Silvio Santos se enquadra nessa complexidade. “Ele era um homem admirável, com críticas, claro. Gostando ou não, era alguém que precisava ser respeitado”, resume.
Hassum destaca que o filme permite ao público conhecer uma faceta pouco explorada de Silvio Santos, ao mostrar quem ele era fora do palco. O ator entende que a força do longa está justamente na sensibilidade, no humor equilibrado e na forma como esses elementos constroem uma homenagem ao apresentador.
“É o homem do camarim, o pai que colocava a família em primeiro plano. Sou particularmente apaixonado pela cena em que ele aparece sem o terno, só de camisa e óculos. Ali há um ser humano, não o personagem. Um Silvio exausto, respirando como alguém real, não como a figura televisiva”, afirma.
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Em uma cena a caminho do SBT, Gabriel Godoy, que interpreta namorado da publicitária Marília (Manu Gavassi), reproduz o modo de falar do apresentador. Ela reage de cara, comentando que “todo mundo acha que sabe imitar o Silvio Santos.”
Ao longo das décadas, a imitação de Silvio se tornou uma espécie de rito de passagem entre humoristas. Reproduzir o timbre, o sorriso largo e o famoso “ma ôe” virou quase um desafio técnico. Só que com Leandro Hassum não foi assim.
O comediante é quem interpreta Silvio Santos no longa-metragem, mas conta que jamais replicou seus gestos. “Costumo dizer que todo comediante, ator e até o tio do pavê acha que imita o Silvio Santos. Mas não é o meu caso”, salienta.
A não-imitação, porém, acabou se transformando em virtude. Livre de possíveis vícios, Hassum conseguiu construir um Silvio do zero, sem cair na armadilha da afetação que personagens dessa natureza podem provocar.
“Minha busca foi de trás para frente, do Senor Abravanel para o Silvio Santos”, destaca o ator. A trama apresenta, sim, o Silvio do auditório, mas o foco está mais em seu comportamento nos bastidores.
Acompanhamos, por exemplo, um homem preocupado com os efeitos que a campanha presidencial poderia trazer à família dele ou fragilizado pela doença e morte de sua primeira mulher, a Cidinha. “Criei com a Cris (D’Amato, diretora do filme) a forma como ele conversaria em casa com as filhas e com a mulher até chegarmos nesse Silvio que era o ‘clown’ do palco”, acentua.
Impressiona também a semelhança física entre os dois. Quanto a isso, Hassum deve os créditos a equipe técnica. “A nossa caracterizadora, Simone Batata, encontrou uma peruca bem de 89, com o cabelo do Silvio semelhante daquela época. Minha preparadora corporal também foi uma pessoa maravilhosa”, elogia.
Além disso, Cris e Hassum buscaram por referências na internet, especialmente um vídeo em que o apresentador conversa com Carlos Alberto de Nóbrega. “Esse vídeo foi muito importante porque mostra o Silvio sem ser o Silvio do palco”, afirma.
Hassum conta que a preparadora passava ainda “uns unguentos” em suas mãos para deixá-las “mais moles”, e, assim, o “gestual surgir.” Para o comediante, Silvio era maestro de si mesmo, e suas mãos funcionam como batutas.
“Ele usava a mão para marcar o que dizia, fechava frases, abria conversas. O Silvio que construí veio muito desse gesto, sempre com a supervisão da Cris, que me orientava o tempo todo: ‘aqui mais, aqui menos, não franze tanto a testa, o Silvio não faria isso, o Silvio não se emocionaria desse jeito.’ Fomos encontrando esse caminho juntos”, sustenta.
Uma faceta pouco conhecida
Com roteiro de Paulo Ursino, o filme “Silvio Santos Vem Aí” tem como ponto de partida a candidatura de Silvio Santos à Presidência, em 1989, ano da redemocratização. Revisita, ainda, quadros de seu programa dominical, como “Topa Tudo por Dinheiro” e “Show dos Calouros.”
Leandro Hassum divide o protagonismo com Manu Gavassi, que interpreta a marqueteira Marília. Na trama, a personagem de Manu é destacada pela agência onde trabalha para acompanhar o cotidiano do comunicador e mapear eventuais fragilidades que poderiam ser exploradas por adversários.
A diretora Cris D’Amato afirma que a opção por mostrar a vida de Silvio a partir do olhar de uma jovem permite ao público enxergar tanto Senor Abravanel quanto o apresentador conhecido nacionalmente. “Mesmo quem não o conhece encontra ali alguém muito interessante, alguém que, a princípio, é visto com certo preconceito, mas que vai despertando admiração”, sintetiza.
Leandro Hassum acrescenta que a personagem de Manu Gavassi funciona como elemento contemporâneo e ajuda o público jovem a compreender o período da redemocratização. “Ele precisa ouvir perguntas duras de uma jovem que não era fã dele. Isso nos levou a construir um Silvio mais humano”, explica.
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Hassum destaca que o filme permite ao público conhecer uma faceta pouco explorada de Silvio Santos, ao mostrar quem ele era fora do palco. O ator entende que a força do longa está justamente na sensibilidade, no humor equilibrado e na forma como esses elementos constroem uma homenagem ao apresentador.
“É o homem do camarim, o pai que colocava a família em primeiro plano. Sou particularmente apaixonado pela cena em que ele aparece sem o terno, só de camisa e óculos. Ali há um ser humano, não o personagem. Um Silvio exausto, respirando como alguém real, não como a figura televisiva”, afirma.