A história de uma família mineira negra que encara a tensão da realidade após a decepcionante eleição de um presidente considerado racista e de extrema-direita foi a produção mais premiada do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. O filme “Marte Um”, do diretor e roteirista mineiro Gabriel Martins, levou oito troféus da premiação, popularmente conhecida como Prêmio Grande Otelo.

A premiação é uma promoção da Academia Brasileira de Cinema, e a cerimônia foi realizada na quarta-feira (23), na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro

Gravado na periferia de Contagem, o longa venceu nas categorias Melhor Longa-Metragem de Ficção, Melhor Direção (Gabriel Martins), Melhor Ator (Carlos Francisco), Melhor Ator Coadjuvante (Cícero Lucas), Melhor Roteiro Original, Melhor Montagem, Melhor Direção de Fotografia e Melhor Som. 

Sobre a história
No filme, o jovem Deivinho, caçula da família, fantasia estudar astrofísica e colonizar Marte, o chamado Planeta Vermelho, mas tem esse sonho sufocado pela realidade financeira que enfrenta. O filme trata de esperança e da possibilidade de seguir sonhando mesmo diante das dificuldades. O cineasta Gabriel Martins celebrou a conquista no palco da premiação.

"Quando eu tinha 12 anos, meus pais me levaram para a Mostra Tiradentes e lembro de ver numa praça lotada “Bicho de sete cabeças”, de Laís Bodanzky, que me mostrou o que o cinema brasileiro poderia ser. Espero que alguém de 12 anos possa ter visto “Marte um” e sentido a mesma coisa".

*Estagiária sob supervisão de Valeska Amorim