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“Se não for o Oscar (ênfase na primeira sílaba da palavra), é o Oscar (acento na segunda)! Já falei com o Oscar Schmidt (ex-jogador de basquete) para ele vir abraçar a gente. Falei com Oscar Magrini e até com o nosso querido Oscar Niemeyer (enviando beijos para o alto), para mandar uma psicografia ao estilo Chico Xavier. Um Oscar, pode ter certeza, eu vou ganhar”, garante Sérgio Mallandro.
A expectativa pelo prêmio, claro, é uma brincadeira bem “mallandresca”, uma das muitas que surgiram em uma hora de entrevista, mas, sobre a reação do público a “Mallandro, o Errado que Deu Certo”, com estreia nesta quinta-feira (13) nas telonas, muito provavelmente as pessoas vão ter contato com uma parte da história do apresentador e ator de pegadinhas até então pouco conhecida.
“É um pedaço da minha história, em 1996, quando saí do ar e quebrei”, explica Mallandro, já com um semblante mais sério. “Aí comecei a vender móveis, a vender tudo que tinha. Naquela época, não tinha internet. A gente dependia da televisão. Estava no SBT e o Silvio Santos (dono da emissora) fez uma auditoria internacional e acabou com todos os programas”, recorda.
Esse é o ponto de partida do longa-metragem dirigido por Marco Antonio de Carvalho, quando o apresentador, já bastante endividado, recebe um oficial de Justiça para levar o seu carro. “No filme, trocamos e botamos a minha casa. Mas aquela reação aconteceu, quando o oficial bateu à porta e percebeu que o Sérgio Carvalho era o Sérgio Mallandro, dizendo que o filho de 9 anos era meu fã”, conta.
O garoto estava hospitalizado, tratando de um câncer, e Mallandro pediu ao oficial que aguardasse um pouco do lado de fora. Ele retornou com um bonequinho que fazia “glu-glu”. Com os olhos cheios de lágrimas, o oficial ficou sem jeito de levar o automóvel. “Falei a ele para fazer o seu trabalho e, quando ele começou a descer a ladeira, comecei a chorar muito. Mas não porque tinham levado meu carro. Chorava porque, dentro de casa, eu tinha dois filhos saudáveis”.
Foi quando nasceu o que Mallandro defende como sua filosofia de vida, presente no grand finale de seus shows de stand-up. “Eu não tenho problemas, só obstáculos. Naquele dia, eu falei: ‘Caramba, agora tenho que me reinventar! Vou à luta, criar um projeto e bater de porta em porta’. Um problema na vida é quando você pode perder a pessoa que ama. Não é um boleto para pagar ou uma geladeira vazia”.
Mallandro não virou motorista de aplicativo como é retratado no filme (até porque ainda não existia esse tipo de serviço), mas passou a aceitar shows “no interior do interior do interior”. “Foram momentos muito difíceis. Pensava como isso foi acontecer comigo. Mas não desisti. A gente se vira com o que tem, desde que faça tudo com amor. Você pode perder tudo, mas não a sua essência”, receita.
Num circo do interior, lembra, chegou a ter uma plateia de dez pessoas apenas. “Era um cirquinho de bairro, com um monte de cachorro passeando em volta de mim. Devia ter mais cachorro do que espectadores. Então comecei a fazer piada para a plateia e para os cachorrinhos”, relata. Em outro momento, comprou um peru para o Natal e viu o cachorro abocanhá-lo e levá-lo da cozinha. “Ficamos sem nada. Nunca me esqueci disso”.
A cena também não está presente em “Mallandro, o Errado que Deu Certo” (o comediante avisa que deixou para a continuação), e outras tantas acabaram sendo cortadas da edição final. Histórias – engraçadas e emocionantes – não faltaram. “Tivemos o cuidado de fazer uma história bonita, da qual eu me orgulhasse. Nossa preocupação era de que o filme ficasse marcado na vida das pessoas”, assinala.
“Quem gosta de Sérgio Mallandro vai adorar. Quem não gosta vai passar a gostar. Quem gosta ou não gosta vai passar a admirar, porque é uma história de superação, incentivando as pessoas a não desistir”, avisa. O resultado, até agora, tem agradado. "As pessoas saíram das pré-estreias com a mesma opinião: pensavam que só iriam rir, mas se identificam e se emocionam. Tem um que mandou uma mensagem assim: 'Pô, é uma pegadinha?! Minha mulher borrou a cara de tanto chorar'", registra.
Participações de Zico e Xuxa
No quesito ficção, a narrativa se sustenta a partir de uma pegadinha dos céus, se podemos dizer assim, que deixa o humorista impossibilitado de dizer os seus bordões, como “rá”, “ié-ié” e “glu-glu”, perdendo várias oportunidades de trabalho. “É uma brincadeira que faço comigo, já que, em todo comercial que faço, eles estão sempre no roteiro. Sem eles, eu iria falir. E isso faz parte da moral da história”.
O elenco de apoio não deixa de ser uma homenagem à carreira de Sérgio Mallandro, com as participações de Zico e Xuxa. Ao lado da Rainha dos Baixinhos, por sinal, ele fez “Lua de Cristal”, filme lançado em 1990 que serve de munição para bastantes piadas em “O Errado que Deu Certo”, tendo que vestir as roupas do príncipe Bob para sair de algumas enrascadas. “Se você sonha com seu príncipe encantado, cuidado! Ele pode ser o Sérgio Mallandro. Rá! Até príncipe eu virei!”.
Para as filmagens, ele teve que vencer a resistência a acordar cedo. “O Marco (Antônio de Carvalho, diretor do filme) me falou: ‘Você vai ter que filmar todos os dias e, em alguns deles, vai ter que acordar às 5h, às 6h’. Comecei a dar uma tremedeira. ‘Você é o protagonista. Tem mais de 200 pessoas que dependem de você’, me disse. Aquilo pesou (como responsabilidade), porque gosto de ficar até tarde lendo ou vendo alguma coisa. Depois dos shows, eu sempre vou jantar. Minha vida é toda assim”, confessa.
No primeiro dia, Mallandro ficou tão desesperado para chegar cedo ao set que não viu o endereço do local. “Achava que seria lá não sei onde. Pedi ao meu assessor que me levasse de carro e falei o endereço. Ele me falou que era na rua do lado. Dava para ir a pé. Se eu soubesse que era ali, não teria acordado às 4h30. Rá!”, diverte-se, não sem antes pedir ao repórter que fizesse “biquinho”. Gesto feito, vibrou como só ele sabe fazer, cheio de “ié-ié”.
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“Se não for o Oscar (ênfase na primeira sílaba da palavra), é o Oscar (acento na segunda)! Já falei com o Oscar Schmidt (ex-jogador de basquete) para ele vir abraçar a gente. Falei com Oscar Magrini e até com o nosso querido Oscar Niemeyer (enviando beijos para o alto), para mandar uma psicografia ao estilo Chico Xavier. Um Oscar, pode ter certeza, eu vou ganhar”, garante Sérgio Mallandro.
A expectativa pelo prêmio, claro, é uma brincadeira bem “mallandresca”, uma das muitas que surgiram em uma hora de entrevista, mas, sobre a reação do público a “Mallandro, o Errado que Deu Certo”, com estreia nesta quinta-feira (13) nas telonas, muito provavelmente as pessoas vão ter contato com uma parte da história do apresentador e ator de pegadinhas até então pouco conhecida.
“É um pedaço da minha história, em 1996, quando saí do ar e quebrei”, explica Mallandro, já com um semblante mais sério. “Aí comecei a vender móveis, a vender tudo que tinha. Naquela época, não tinha internet. A gente dependia da televisão. Estava no SBT e o Silvio Santos (dono da emissora) fez uma auditoria internacional e acabou com todos os programas”, recorda.
Esse é o ponto de partida do longa-metragem dirigido por Marco Antonio de Carvalho, quando o apresentador, já bastante endividado, recebe um oficial de Justiça para levar o seu carro. “No filme, trocamos e botamos a minha casa. Mas aquela reação aconteceu, quando o oficial bateu à porta e percebeu que o Sérgio Carvalho era o Sérgio Mallandro, dizendo que o filho de 9 anos era meu fã”, conta.
O garoto estava hospitalizado, tratando de um câncer, e Mallandro pediu ao oficial que aguardasse um pouco do lado de fora. Ele retornou com um bonequinho que fazia “glu-glu”. Com os olhos cheios de lágrimas, o oficial ficou sem jeito de levar o automóvel. “Falei a ele para fazer o seu trabalho e, quando ele começou a descer a ladeira, comecei a chorar muito. Mas não porque tinham levado meu carro. Chorava porque, dentro de casa, eu tinha dois filhos saudáveis”.
Foi quando nasceu o que Mallandro defende como sua filosofia de vida, presente no grand finale de seus shows de stand-up. “Eu não tenho problemas, só obstáculos. Naquele dia, eu falei: ‘Caramba, agora tenho que me reinventar! Vou à luta, criar um projeto e bater de porta em porta’. Um problema na vida é quando você pode perder a pessoa que ama. Não é um boleto para pagar ou uma geladeira vazia”.
Mallandro não virou motorista de aplicativo como é retratado no filme (até porque ainda não existia esse tipo de serviço), mas passou a aceitar shows “no interior do interior do interior”. “Foram momentos muito difíceis. Pensava como isso foi acontecer comigo. Mas não desisti. A gente se vira com o que tem, desde que faça tudo com amor. Você pode perder tudo, mas não a sua essência”, receita.
Num circo do interior, lembra, chegou a ter uma plateia de dez pessoas apenas. “Era um cirquinho de bairro, com um monte de cachorro passeando em volta de mim. Devia ter mais cachorro do que espectadores. Então comecei a fazer piada para a plateia e para os cachorrinhos”, relata. Em outro momento, comprou um peru para o Natal e viu o cachorro abocanhá-lo e levá-lo da cozinha. “Ficamos sem nada. Nunca me esqueci disso”.
A cena também não está presente em “Mallandro, o Errado que Deu Certo” (o comediante avisa que deixou para a continuação), e outras tantas acabaram sendo cortadas da edição final. Histórias – engraçadas e emocionantes – não faltaram. “Tivemos o cuidado de fazer uma história bonita, da qual eu me orgulhasse. Nossa preocupação era de que o filme ficasse marcado na vida das pessoas”, assinala.
“Quem gosta de Sérgio Mallandro vai adorar. Quem não gosta vai passar a gostar. Quem gosta ou não gosta vai passar a admirar, porque é uma história de superação, incentivando as pessoas a não desistir”, avisa. O resultado, até agora, tem agradado. "As pessoas saíram das pré-estreias com a mesma opinião: pensavam que só iriam rir, mas se identificam e se emocionam. Tem um que mandou uma mensagem assim: 'Pô, é uma pegadinha?! Minha mulher borrou a cara de tanto chorar'", registra.
Participações de Zico e Xuxa
No quesito ficção, a narrativa se sustenta a partir de uma pegadinha dos céus, se podemos dizer assim, que deixa o humorista impossibilitado de dizer os seus bordões, como “rá”, “ié-ié” e “glu-glu”, perdendo várias oportunidades de trabalho. “É uma brincadeira que faço comigo, já que, em todo comercial que faço, eles estão sempre no roteiro. Sem eles, eu iria falir. E isso faz parte da moral da história”.
O elenco de apoio não deixa de ser uma homenagem à carreira de Sérgio Mallandro, com as participações de Zico e Xuxa. Ao lado da Rainha dos Baixinhos, por sinal, ele fez “Lua de Cristal”, filme lançado em 1990 que serve de munição para bastantes piadas em “O Errado que Deu Certo”, tendo que vestir as roupas do príncipe Bob para sair de algumas enrascadas. “Se você sonha com seu príncipe encantado, cuidado! Ele pode ser o Sérgio Mallandro. Rá! Até príncipe eu virei!”.
Para as filmagens, ele teve que vencer a resistência a acordar cedo. “O Marco (Antônio de Carvalho, diretor do filme) me falou: ‘Você vai ter que filmar todos os dias e, em alguns deles, vai ter que acordar às 5h, às 6h’. Comecei a dar uma tremedeira. ‘Você é o protagonista. Tem mais de 200 pessoas que dependem de você’, me disse. Aquilo pesou (como responsabilidade), porque gosto de ficar até tarde lendo ou vendo alguma coisa. Depois dos shows, eu sempre vou jantar. Minha vida é toda assim”, confessa.
No primeiro dia, Mallandro ficou tão desesperado para chegar cedo ao set que não viu o endereço do local. “Achava que seria lá não sei onde. Pedi ao meu assessor que me levasse de carro e falei o endereço. Ele me falou que era na rua do lado. Dava para ir a pé. Se eu soubesse que era ali, não teria acordado às 4h30. Rá!”, diverte-se, não sem antes pedir ao repórter que fizesse “biquinho”. Gesto feito, vibrou como só ele sabe fazer, cheio de “ié-ié”.