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“Eles foram almoçar e, na volta, cruzei com a turma na rua. Vi toda aquela criançada caminhando e pedi para tirar uma foto. Na hora de tirar, o Vinícius Higo, que faz o Do Contra, virou de costas, sem ninguém falar nada. Eles realmente incorporaram a Turma da Mônica”, registra.
Continuação de “Turma da Mônica – Laços” e baseado em graphic novel dos quadrinistas mineiros Lu e Vitor Cafaggi, o filme entra em cartaz na próxima quinta com boas chances de disputar de igual para igual com os lançamentos de férias. A segunda parte supera a primeira em vários quesitos, como mesmo admite Rezende.
“Acho que a gente evoluiu em todos os sentidos. Não só no roteiro, mas dramaturgicamente. Até porque a gente já tinha, de alguma forma, resolvido uma dificuldade muito grande: criar um universo no primeiro filme. A gente já sabia que aquele universo funcionou e as pessoas gostaram”.
O sucesso do longa de 2019 deu sinal verde para a equipe “poder avançar em tudo”. Para o realizador, que também assina a obra inaugural, é muito nítido a evolução do quarteto formado por Giulia Benite (Mônica), Kevin Vechiatto (Cebolinha), Laura Rauseo (Magali) e Gabriel Moreira (Cascão) como atores.
“Tanto que, quando a gente começou, no nosso primeiro encontro, eu falei para eles: vocês não têm noção do quanto esse segundo filme vai exigi-los. Na hora, acho que eles não prestaram muita atenção. Agora, no momento de lançá-lo, eles falam que eu tinha razão”, afirma.
Ao mesmo tempo que “Lições” amplia o universo de personagens, com a entrada de Marina, Milena, Humberto, Franjinha, Do Contra, Nimbus, Tina, Rolo, Zecão e Pipa, a história não perde de vista a intensidade das relações do quarteto central, às voltas com problemas complexos.
A adaptação de “Laços”, compara Rezende, “foi um pouco mais fácil dramaturgicamente, porque é uma história de aventura externa, quando Floquinho (o cãozinho de Cebolinha) some e a turma se reúne para encontrá-lo, superando as suas dificuldades numa jornada na floresta”.
Já o “Lições” parte de “uma premissa muito clara, com a turma sendo separada, mas todas as jornadas são interiores”. Elas “são emocionais, com complexidades que são muito difíceis de conseguir colocar para que a criança entenda e o adulto possa conectar e se emocionar”.
Novos filmes dependerão de sucesso da segunda parte
Daniel Rezende destaca que “Lições” entra em questões que geralmente não são exploradas num filme infantil, como medo, ansiedade e a vida como uma superação contínua de dificuldades.
“Não poderia ficar nem muito leve e tão pouco profundo e dramático demais. O que é mais legal é que, pela pré-estreias, as crianças de três, quatro anos estão ficando vidradas no filme”, constata.
Ele não nega a preocupação com as rápidas mudanças físicas de seus protagonistas. “A gente precisava mudar o roteiro, mas sem adiar as filmagens. Aí tive um clique: farei um filme sobre crescimento”.
O mote sobre as dificuldades na pré-adolescência serviu para aumentar a galeria de personagens. “Quando chego na frase ‘a gente pode crescer sem deixar de ser criança’, resolvi crescer a turma, escolhendo a dedo quem entraria”.
Rezende cita a entrada de Isabelle Drummond como uma escolha certeira. Ela vive a hippie Tina, personagem que ganhou um universo próprio nas tirinhas. Ficou igualzinha a Tina, na minha opinião”.
O cineasta quebrava a cabeça para achar uma atriz apropriada quando o produtor de elenco trouxe o nome de Isabelle. “Achei maravilhoso! Como não tinha pensado nela antes. A partir daí, a gente já na cabeça que era ela”, lembra.
O fato de Isabelle já ter vivido a boneca falante Emília na TV foi bem-recebido por Rezende. “Olha só como o universo conspira a favor. Ela topou de cara, dizendo estar honrada de representar esses dois ícones da literatura brasileira”.
Material para um terceiro filme, Rezende já tem: “Lembranças”, terceira e última parte da graphic novel dos irmãos Cafaggi. Mas a realização dependerá do resultado de “Lições” nas bilheterias.
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“Eles foram almoçar e, na volta, cruzei com a turma na rua. Vi toda aquela criançada caminhando e pedi para tirar uma foto. Na hora de tirar, o Vinícius Higo, que faz o Do Contra, virou de costas, sem ninguém falar nada. Eles realmente incorporaram a Turma da Mônica”, registra.
Continuação de “Turma da Mônica – Laços” e baseado em graphic novel dos quadrinistas mineiros Lu e Vitor Cafaggi, o filme entra em cartaz na próxima quinta com boas chances de disputar de igual para igual com os lançamentos de férias. A segunda parte supera a primeira em vários quesitos, como mesmo admite Rezende.
“Acho que a gente evoluiu em todos os sentidos. Não só no roteiro, mas dramaturgicamente. Até porque a gente já tinha, de alguma forma, resolvido uma dificuldade muito grande: criar um universo no primeiro filme. A gente já sabia que aquele universo funcionou e as pessoas gostaram”.
O sucesso do longa de 2019 deu sinal verde para a equipe “poder avançar em tudo”. Para o realizador, que também assina a obra inaugural, é muito nítido a evolução do quarteto formado por Giulia Benite (Mônica), Kevin Vechiatto (Cebolinha), Laura Rauseo (Magali) e Gabriel Moreira (Cascão) como atores.
“Tanto que, quando a gente começou, no nosso primeiro encontro, eu falei para eles: vocês não têm noção do quanto esse segundo filme vai exigi-los. Na hora, acho que eles não prestaram muita atenção. Agora, no momento de lançá-lo, eles falam que eu tinha razão”, afirma.
Ao mesmo tempo que “Lições” amplia o universo de personagens, com a entrada de Marina, Milena, Humberto, Franjinha, Do Contra, Nimbus, Tina, Rolo, Zecão e Pipa, a história não perde de vista a intensidade das relações do quarteto central, às voltas com problemas complexos.
A adaptação de “Laços”, compara Rezende, “foi um pouco mais fácil dramaturgicamente, porque é uma história de aventura externa, quando Floquinho (o cãozinho de Cebolinha) some e a turma se reúne para encontrá-lo, superando as suas dificuldades numa jornada na floresta”.
Já o “Lições” parte de “uma premissa muito clara, com a turma sendo separada, mas todas as jornadas são interiores”. Elas “são emocionais, com complexidades que são muito difíceis de conseguir colocar para que a criança entenda e o adulto possa conectar e se emocionar”.
Novos filmes dependerão de sucesso da segunda parte
Daniel Rezende destaca que “Lições” entra em questões que geralmente não são exploradas num filme infantil, como medo, ansiedade e a vida como uma superação contínua de dificuldades.
“Não poderia ficar nem muito leve e tão pouco profundo e dramático demais. O que é mais legal é que, pela pré-estreias, as crianças de três, quatro anos estão ficando vidradas no filme”, constata.
Ele não nega a preocupação com as rápidas mudanças físicas de seus protagonistas. “A gente precisava mudar o roteiro, mas sem adiar as filmagens. Aí tive um clique: farei um filme sobre crescimento”.
O mote sobre as dificuldades na pré-adolescência serviu para aumentar a galeria de personagens. “Quando chego na frase ‘a gente pode crescer sem deixar de ser criança’, resolvi crescer a turma, escolhendo a dedo quem entraria”.
Rezende cita a entrada de Isabelle Drummond como uma escolha certeira. Ela vive a hippie Tina, personagem que ganhou um universo próprio nas tirinhas. Ficou igualzinha a Tina, na minha opinião”.
O cineasta quebrava a cabeça para achar uma atriz apropriada quando o produtor de elenco trouxe o nome de Isabelle. “Achei maravilhoso! Como não tinha pensado nela antes. A partir daí, a gente já na cabeça que era ela”, lembra.
O fato de Isabelle já ter vivido a boneca falante Emília na TV foi bem-recebido por Rezende. “Olha só como o universo conspira a favor. Ela topou de cara, dizendo estar honrada de representar esses dois ícones da literatura brasileira”.
Material para um terceiro filme, Rezende já tem: “Lembranças”, terceira e última parte da graphic novel dos irmãos Cafaggi. Mas a realização dependerá do resultado de “Lições” nas bilheterias.