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string(87) "Conheça Romualdo Amaral, animador mineiro que 'concorre' ao Oscar com o filme 'Wicked'"
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Se “Wicked” vencer, Amaral não subirá ao palco do Dolby Theatre, em Los Angeles, apesar de o local ficar a apenas 10 km de sua casa. Afinal de contas, seria impossível juntar todos os cerca de 2.500 nomes que participaram da confecção dos elogiados efeitos do filme, inspirado em “O Mágico de Oz”. Serão representados pelos supervisores Pablo Helman, Jonathan Fawkner, David Shirk e Paul Corbould.
“Receberei um certificado se o filme ganhar. Está sendo um momento muito gratificante”, registra o especialista em animação de efeitos especiais, já com vários blockbusters no currículo.
Romualdo trabalhou no processo de efeitos visuais de 'Wicked'. Foto: Arquivo Pessoal
Quem aguardar os créditos finais de “Capitão América: Admirável Mundo Novo”, em cartaz nos cinemas, vai encontrá-lo como um dos líderes de equipe. Ele também participa de “Thunderbolts”, próximo lançamento da Marvel.
Amaral está realizando o grande sonho de um garoto nerd, apaixonado por cinema e pelo mundo dos super-heróis. “Desde pequeno adorava essas sagas como ‘Harry Potter’ e ‘O Senhor dos Anéis’. Aos 10 anos, na escolinha de futebol, o professor chamou a minha mãe para me tirar, porque eu estava atrapalhando a aula, conversando com os outros meninos sobre filmes. Sempre tive esse lado fã”, assinala.
Esse lado continua presente, mesmo após nove anos na terra do Tio Sam. Na minissérie “Falcão e o Soldado Universal” (2021), quando participou da produção de efeitos no próprio set, teve que se conter. “Ao abrir a porta de um corredor, no mesmo estúdio onde estava sendo feito ‘WandaVision’, dava de cara com o Anthony Mackie, com a Elizabeth Olsen... Tive que ser 100% profissional, mas o fã estava gritando por dentro”.
Há 15 anos, esse tipo de experiência parecia algo impossível. Sem recursos para estudar cinema no Brasil, ele acabou optando pelo curso de ciência da computação. “Não era o que imaginava e cheguei a cogitar abandonar a faculdade. Mas aí peguei uma optativa, de criação no ambiente da computação gráfica, que me possibilitava manipular as imagens, trabalhar com CGI (Computer Graphic Imagery)...”, detalha.
A conclusão do curso não significou um convite direto para a área de produção de filmes. Durante cinco anos, a sua principal ocupação foi a de analista de sistemas. “Não queria isso para o resto da vida. Um amigo meu me indicou um curso de iniciação em animação nos Estados Unidos, feito pelo pessoal da Pixar. Durou três meses, e voltei para o Brasil. Aí consegui uma bolsa na Academy of Art University, em São Francisco”.
O uberlandense “entrou de cabeça” no mestrado de animação de 3D e efeitos especiais, com duração de três anos. Como trabalho de conclusão, dirigiu o curta-metragem de animação “Steve’s Catch” (2019), um vistoso cartão de apresentação para o mercado. “Cresci lendo os gibis do ‘Chico Bento’, que foi uma espécie de inspiração para o pescador, um personagem de cartoon que passa situações bem bizarras, ao estilo ‘Tom & Jerry’”, explica.
Já em Los Angeles, foi contratado pela Opsis, empresa especializada criada por artistas de outros estúdios que conseguiram atrair diversos contratos. “No auge da pandemia, optei por um estúdio menor, porque, em outra situação, acabaria sendo descartado ou não lembrado, já que as oportunidades de crescimento são mais difíceis. Nas grandes, não teria uma relação direta com os produtores executivos ou líderes em cargos mais altos”.
Na Opsis, ele participou da realização de “Tico e Teco: Defensores da Lei” (2022), que ganhou o prêmio de Melhor Filme de TV no Emmy. “Depois fui emendando vários trabalhos um no outro, com (o diretor) Michael Bay em ‘Ambulância: Um Dia de Crime’ e nos comerciais que ele fez para a Copa do Mundo de 2022, além da quarta temporada de ‘Stranger Things’, que teve vários efeitos de animação clássicos”, destaca.
Divisor
Amaral já trabalhou nos três setores principais de produção de efeitos visuais (pré-visualização, pós-visualização e finalização de efeitos), sentindo-se mais à vontade na pré-visualização, que lhe possibilita participar da forma de contar a história. “Cada produção tem sua importância, que me fez crescer como profissional. Mas, sem dúvida, ‘Wicked’ foi um divisor de águas na minha carreira, abrindo portas para o reconhecimento”.
Em “Wicked”, ele e sua equipe tiveram participação mais ativa no desenvolvimento de certas situações, como a sequência em que Elphaba (Cynthia Erivo) voa na vassoura. “Algumas partes dela com fundo azul não funcionaram e tivemos que refazê-las parcial ou totalmente em computação gráfica. Temos que entender como o movimento acontece para torná-lo mais realista possível, para que a audiência acredite ser verdade”, ressalta o artista mineiro.
Ele é sincero ao dizer que, na categoria de efeitos visuais, o favorito é “Duna 2”, que venceu o prêmio concedido pela Sociedade de Efeitos Visuais, considerado uma baliza importante para o Oscar. A entrega aconteceu no último dia 11 e, diferentemente do grande prêmio da indústria, Amaral pôde estar presente. Ele põe suas fichas na parte 2 de “Wicked”, “que está incrível”, adianta.
No início do mês, Amaral se encontrou com Walter Salles, diretor de “Ainda Estou Aqui”, durante uma sessão especial de “Central do Brasil” (outro filme de Salles que concorreu ao Oscar, em 1999), em Los Angeles, moderada pelo mexicano Guillermo del Toro. “No final, atendeu todo mundo e pude falar com ele. Falei da indicação do ‘Wicked’ e ele desejou muita sorte pra gente, para o Brasil”.
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Se “Wicked” vencer, Amaral não subirá ao palco do Dolby Theatre, em Los Angeles, apesar de o local ficar a apenas 10 km de sua casa. Afinal de contas, seria impossível juntar todos os cerca de 2.500 nomes que participaram da confecção dos elogiados efeitos do filme, inspirado em “O Mágico de Oz”. Serão representados pelos supervisores Pablo Helman, Jonathan Fawkner, David Shirk e Paul Corbould.
“Receberei um certificado se o filme ganhar. Está sendo um momento muito gratificante”, registra o especialista em animação de efeitos especiais, já com vários blockbusters no currículo.
Romualdo trabalhou no processo de efeitos visuais de 'Wicked'. Foto: Arquivo Pessoal
Quem aguardar os créditos finais de “Capitão América: Admirável Mundo Novo”, em cartaz nos cinemas, vai encontrá-lo como um dos líderes de equipe. Ele também participa de “Thunderbolts”, próximo lançamento da Marvel.
Amaral está realizando o grande sonho de um garoto nerd, apaixonado por cinema e pelo mundo dos super-heróis. “Desde pequeno adorava essas sagas como ‘Harry Potter’ e ‘O Senhor dos Anéis’. Aos 10 anos, na escolinha de futebol, o professor chamou a minha mãe para me tirar, porque eu estava atrapalhando a aula, conversando com os outros meninos sobre filmes. Sempre tive esse lado fã”, assinala.
Esse lado continua presente, mesmo após nove anos na terra do Tio Sam. Na minissérie “Falcão e o Soldado Universal” (2021), quando participou da produção de efeitos no próprio set, teve que se conter. “Ao abrir a porta de um corredor, no mesmo estúdio onde estava sendo feito ‘WandaVision’, dava de cara com o Anthony Mackie, com a Elizabeth Olsen... Tive que ser 100% profissional, mas o fã estava gritando por dentro”.
Há 15 anos, esse tipo de experiência parecia algo impossível. Sem recursos para estudar cinema no Brasil, ele acabou optando pelo curso de ciência da computação. “Não era o que imaginava e cheguei a cogitar abandonar a faculdade. Mas aí peguei uma optativa, de criação no ambiente da computação gráfica, que me possibilitava manipular as imagens, trabalhar com CGI (Computer Graphic Imagery)...”, detalha.
A conclusão do curso não significou um convite direto para a área de produção de filmes. Durante cinco anos, a sua principal ocupação foi a de analista de sistemas. “Não queria isso para o resto da vida. Um amigo meu me indicou um curso de iniciação em animação nos Estados Unidos, feito pelo pessoal da Pixar. Durou três meses, e voltei para o Brasil. Aí consegui uma bolsa na Academy of Art University, em São Francisco”.
O uberlandense “entrou de cabeça” no mestrado de animação de 3D e efeitos especiais, com duração de três anos. Como trabalho de conclusão, dirigiu o curta-metragem de animação “Steve’s Catch” (2019), um vistoso cartão de apresentação para o mercado. “Cresci lendo os gibis do ‘Chico Bento’, que foi uma espécie de inspiração para o pescador, um personagem de cartoon que passa situações bem bizarras, ao estilo ‘Tom & Jerry’”, explica.
Já em Los Angeles, foi contratado pela Opsis, empresa especializada criada por artistas de outros estúdios que conseguiram atrair diversos contratos. “No auge da pandemia, optei por um estúdio menor, porque, em outra situação, acabaria sendo descartado ou não lembrado, já que as oportunidades de crescimento são mais difíceis. Nas grandes, não teria uma relação direta com os produtores executivos ou líderes em cargos mais altos”.
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Amaral já trabalhou nos três setores principais de produção de efeitos visuais (pré-visualização, pós-visualização e finalização de efeitos), sentindo-se mais à vontade na pré-visualização, que lhe possibilita participar da forma de contar a história. “Cada produção tem sua importância, que me fez crescer como profissional. Mas, sem dúvida, ‘Wicked’ foi um divisor de águas na minha carreira, abrindo portas para o reconhecimento”.
Em “Wicked”, ele e sua equipe tiveram participação mais ativa no desenvolvimento de certas situações, como a sequência em que Elphaba (Cynthia Erivo) voa na vassoura. “Algumas partes dela com fundo azul não funcionaram e tivemos que refazê-las parcial ou totalmente em computação gráfica. Temos que entender como o movimento acontece para torná-lo mais realista possível, para que a audiência acredite ser verdade”, ressalta o artista mineiro.
Ele é sincero ao dizer que, na categoria de efeitos visuais, o favorito é “Duna 2”, que venceu o prêmio concedido pela Sociedade de Efeitos Visuais, considerado uma baliza importante para o Oscar. A entrega aconteceu no último dia 11 e, diferentemente do grande prêmio da indústria, Amaral pôde estar presente. Ele põe suas fichas na parte 2 de “Wicked”, “que está incrível”, adianta.
No início do mês, Amaral se encontrou com Walter Salles, diretor de “Ainda Estou Aqui”, durante uma sessão especial de “Central do Brasil” (outro filme de Salles que concorreu ao Oscar, em 1999), em Los Angeles, moderada pelo mexicano Guillermo del Toro. “No final, atendeu todo mundo e pude falar com ele. Falei da indicação do ‘Wicked’ e ele desejou muita sorte pra gente, para o Brasil”.