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Os três personagens do filme são dublados por Natália Lage (a mulher), Rodrigo Santoro (a tartaruga) e Guilherme Briggs (a nuvem) e se juntam com o objetivo em comum de encontrar cacos de um vazo, cuja importância tem a ver com um mapa. À medida que a história avança, porém, Bizarros peixes mergulha o espectador por uma jornada muito mais sensorial e musical do que propriamente narrativa, ainda que vários elementos da história tenham um importante peso temático (sobretudo a ideia da memória).
Marão ganhou notoriedade pelo seu trabalho em curtas como Chifres de camaleão, Eu queria ser um monstro e Até a China, mas, anos atrás, se lançou no desafio de amalgamar várias de suas inusitadas ideias visuais em uma estrutura dilatada, chegando a esse resultado de 71 minutos (precisamente o mínimo que a Ancine considera como longa-metragem). Além dele, o projeto contou com outras duas pessoas na equipe de animadores: Rosaria e Fernando Miller, que animaram diretamente no computador os desenhos manuais do diretor. Da década inteira em que esteve em intensa produção, Bizarros peixes passou pouco mais de 5 anos apenas nesse processo de animação, contando ainda com Silvana Andrade, Stephanie Romano e Hannah na digitalização de imagem e pintura digital de personagens.
As referências de Marão para a construção desses personagens costumam partir de rascunhos da realidade, percepções do mundo animal e ideias abstratas que ele está sempre passando para o papel. A junção dessas ideias é visível no filme, que, através de uma estética rústica expressiva, contrapõe diferentes estímulos de cores e diálogos no que poderia ser chamado de uma ‘harmonia caótica’.
Essa linguagem carregada e de formas difíceis de definir denotam desde cedo que Bizarros peixes não visa exatamente o público infantil, ainda que, em entrevista ao Viver, Marão explique o processo de compreensão do público-alvo do filme como cada vez mais abrangente.
“O projeto inicial era fazer um filme totalmente em preto e branco, à lápis e sem qualquer preocupação com censura, pensado para o espectador adulto mesmo. Mas, conforme ele foi se desenvolvendo, tive a grande surpresa de que alguns dos elementos proibitivos estavam ficando deslocados de todo o resto. E assistindo ao filme em sessões em festivais, vimos pais com suas crianças com menos de 10 anos e em praticamente todas as exibições elas estavam interessadas, chegavam a comentar nos debates e perceber coisas que nem os adultos notavam”, relembra.
“Um filme não fica pronto quando terminamos de renderizar o último frame, mas quando colocamos ele fora da nossa bolha para pessoas que não nos conhecem. E ver o filme sendo recebido dessa forma foi uma surpresa doida que me deixou muito feliz. Antes tínhamos a ideia de uma classificação indicativa restritiva, mas agora acho que pessoas de todas as idades podem ver e estou sempre bem curioso pela opinião das crianças”, completa.
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Os três personagens do filme são dublados por Natália Lage (a mulher), Rodrigo Santoro (a tartaruga) e Guilherme Briggs (a nuvem) e se juntam com o objetivo em comum de encontrar cacos de um vazo, cuja importância tem a ver com um mapa. À medida que a história avança, porém, Bizarros peixes mergulha o espectador por uma jornada muito mais sensorial e musical do que propriamente narrativa, ainda que vários elementos da história tenham um importante peso temático (sobretudo a ideia da memória).
Marão ganhou notoriedade pelo seu trabalho em curtas como Chifres de camaleão, Eu queria ser um monstro e Até a China, mas, anos atrás, se lançou no desafio de amalgamar várias de suas inusitadas ideias visuais em uma estrutura dilatada, chegando a esse resultado de 71 minutos (precisamente o mínimo que a Ancine considera como longa-metragem). Além dele, o projeto contou com outras duas pessoas na equipe de animadores: Rosaria e Fernando Miller, que animaram diretamente no computador os desenhos manuais do diretor. Da década inteira em que esteve em intensa produção, Bizarros peixes passou pouco mais de 5 anos apenas nesse processo de animação, contando ainda com Silvana Andrade, Stephanie Romano e Hannah na digitalização de imagem e pintura digital de personagens.
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“O projeto inicial era fazer um filme totalmente em preto e branco, à lápis e sem qualquer preocupação com censura, pensado para o espectador adulto mesmo. Mas, conforme ele foi se desenvolvendo, tive a grande surpresa de que alguns dos elementos proibitivos estavam ficando deslocados de todo o resto. E assistindo ao filme em sessões em festivais, vimos pais com suas crianças com menos de 10 anos e em praticamente todas as exibições elas estavam interessadas, chegavam a comentar nos debates e perceber coisas que nem os adultos notavam”, relembra.
“Um filme não fica pronto quando terminamos de renderizar o último frame, mas quando colocamos ele fora da nossa bolha para pessoas que não nos conhecem. E ver o filme sendo recebido dessa forma foi uma surpresa doida que me deixou muito feliz. Antes tínhamos a ideia de uma classificação indicativa restritiva, mas agora acho que pessoas de todas as idades podem ver e estou sempre bem curioso pela opinião das crianças”, completa.