Carlos Segundo não pode acompanhar, nesta segunda-feira (14), a exibição do curta-metragem “Big Bang”, coprodução entre Minas Gerais e Rio Grande do Norte que abriu a Mostra Competitiva da categoria no 55º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O cineasta está em Los Angeles, reforçando a campanha de seu trabalho anterior, “Sideral”, para uma nomeação no Oscar 2023.


Além do longa-metragem “Marte Um”, de Gabriel Martins, que se tornou elegível após ser escolhido como representante brasileiro por uma comissão especial, “Sideral” é outra produção com chances de chegar à disputa. “Por uma ótima coincidência, estarei amanhã (hoje) em Los Angeles, para o Hollywood Brazilian Film Festival, e haverá uma sessão especial do meu filme para convidados e possíveis votantes”, afirma.

Natural de São Paulo, mas tendo passado grande parte de sua vida em Uberlândia, onde mantém a produtora Sopro do Tempo, Segundo está há um mês em Paris, onde iniciou curso de pós-doutorado na prestigiada universidade de Sorbonne, e vive a expectativa de ver “Sideral” entrar na lista dos cinco curtas-metragens indicados, após a leva de prêmios que recebeu – entre eles o festival de Chicago, nos Estados Unidos.


“Em Chicago, ganhamos o prêmio principal, que garantiu a possibilidade de ele ser habilitado a concorrer a essa vaga. O filme passou em 120 festivais e ganhou 60 prêmios e queremos emplaca-lo no Oscar. A votação é no início de dezembro e vamos aproveitar este mês para dar um gás (na campanha)”, registra o diretor, que passou perto de ganhar também a Palma de Ouro do Festival de Cannes, em 2021.

“Big Bang” será representado em Brasília pelo protagonista Giovanni Venturini, que, em agosto deste ano, já deu sorte ao filme, recebendo o Leopordino de Ouro na categoria Curta de Autor no Festival Internacional de Locarno, na Suíça. Venturini dá vida à Chico, um homem com nanismo que trabalha consertando fornos. Sentindo-se excluído da sociedade, o personagem cria uma forma de chamar a atenção das pessoas.


Ele observa que seu plano inicial era fazer um segundo longa, mas, como não conseguiu levantar recursos, partiu para a realização de “Big Bang”. “Tenho uma parceria com produtores franceses, que meio que garante uma parte da grana, seja para montagem, finalização ou distribuição. Eu já tinha uma ideia do personagem e a história foi amadurecendo, ganhando solidez”, relata o cineasta.


As filmagens aconteceram em outubro do ano passado, na cidade de Uberlândia. Além de Venturini, o curta ainda conta com a atriz mineira Aryadne Amâncio. “Já queria quis trabalhar com ela num outra curta, ‘De Vez em Quando Eu Ardo’, mas na época ela não pôde. Queria uma personagem mulher preta para poder falar de um universo marginalizado, porque essa conexão me interessava dentro do filme”.


O curta é a segunda parte de uma trilogia iniciada com “Sideral”, sobre a expectativa de uma família pobre para o lançamento de um foguete espacial. O terceiro deverá ser filmado em breve, na França, com atores e equipe locais. Mas antes ele espera estar na cerimônia do Oscar. “Estou bem otimista. A gente sabe que é muito difícil, mas o filme tem uma carreira muito boa, acertando três grandes prêmios na reta final”.