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Paramentado com um cocar, o motorista Kleber Duarte, por exemplo, foi um dos que ignoraram as dicas do município e curtiram a festa com liberdade, mas, acima de tudo, respeito. "Achei que me caiu bem, alem de chamar a atenção de todo mundo. Inclusive, estou indo pra Goiânia semana que vem e vou levar (o cocar). Não tem nada de racismo nem de discriminação. Respeito os índios", argumentou o rapaz.
A contadora Julle Stephanie reforçou a "ala" inspirada nos índios ao comparecer ao desfile, que ocupará o Centro da capital até as 22h, com acessório parecido, feito com penas e palha. "Na minha opinião, tudo depende da postura da pessoa. Eu, na verdade, nem me considero fantasiada e, mesmo que estivesse não estaria desrespeitando ninguém", justificou a moça, que exibia longos cabelos trançados.
Foto/ Maurício Vieira
Paramentada com um cocar, Julle não vê problema em fantasiar-se desta forma: "tudo depende da postura da pessoa"
Pelo material da PBH, tranças no cabelo, perucas black power e roupas que remetam a ciganos e índios, por exemplo, devem ser evitadas. Foi feita, também, a recomendação para que não sejam cantadas marchinhas como "Teu Cabelo Não Nega" e "Mulata Bossa Nova". O objetivo da cartilha é reprimir o desrespeito a quaisquer pessoas e grupos.
De homem ou de mulher
Chico e Taiane "trocaram" as vestimentas e foram vestidos de mulher e homem, respectivamente:
"problema nenhum", garante a moça / Foto/ Maurício Vieira
Embora menos numerosos em relação às diferentes tribos que diversificam o desfile da Banda Mole, homens vestidos de mulher também marcaram presença. Caso do programador Chico Du, que foi com a camisola da ex-mulher. "Crush de Carnaval" dele, a enfermeira Taiane Dias vestiu-se exatamente do contrário e incorporou a roupa do paquera. "Ele de mulher e eu de homem. Não tem nada a ver isso (de preconceito e racismo). É uma grande bobagem", afirmou a moça.
Natural do Ceará, o autônomo Kleber Santiago Torres, que mora em BH há quatro anos, engrossou o coro dos que reprovaram o documento oficial. Preferiu, no entanto, "evitar atritos". "Viria de nega maluca, estava tudo pronto, peruca, roupa... Mas, depois da publicação, achei melhor substituir a fantasia. Esse tipo de coisa só afasta as pessoas do Carnaval. É uma aberração", esbravejou o Papai Smurf (personagem do desenho Smurfs).
Foto/ Maurício Vieira
Kleber Santiago preferiu evitar problemas e substituiu a fantasia de nega maluca pela de Papai Smurf
Banda Mole
Uma das mais tradicionais festas de BH, a Banda Mole celebra, em 2020, 45 anos de história. O tema da vez é "Educassão" (grafada incorretamente, em alusão a erros de português cometidos recentemente pelo Ministro da Educação, Abraham Weintraub, em textos publicados nas redes sociais), segundo o grupo, princípio fundamental para o desenvolvimento de uma nação, mas não levado a sério.
Consagrados blocos da cidade, como Então Brilha, Baianas Ozadas, Quando Come Se Lambuza e Funk You, além de DJs, bandas e de um trio elétrico embalarão a folia da Banda Mole até as 22h deste sábado. A concentração do grupo é na avenida Afonso Pena, entre ruas da Bahia e Guajajaras.
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Paramentado com um cocar, o motorista Kleber Duarte, por exemplo, foi um dos que ignoraram as dicas do município e curtiram a festa com liberdade, mas, acima de tudo, respeito. "Achei que me caiu bem, alem de chamar a atenção de todo mundo. Inclusive, estou indo pra Goiânia semana que vem e vou levar (o cocar). Não tem nada de racismo nem de discriminação. Respeito os índios", argumentou o rapaz.
A contadora Julle Stephanie reforçou a "ala" inspirada nos índios ao comparecer ao desfile, que ocupará o Centro da capital até as 22h, com acessório parecido, feito com penas e palha. "Na minha opinião, tudo depende da postura da pessoa. Eu, na verdade, nem me considero fantasiada e, mesmo que estivesse não estaria desrespeitando ninguém", justificou a moça, que exibia longos cabelos trançados.
Foto/ Maurício Vieira
Paramentada com um cocar, Julle não vê problema em fantasiar-se desta forma: "tudo depende da postura da pessoa"
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De homem ou de mulher
Chico e Taiane "trocaram" as vestimentas e foram vestidos de mulher e homem, respectivamente:
"problema nenhum", garante a moça / Foto/ Maurício Vieira
Embora menos numerosos em relação às diferentes tribos que diversificam o desfile da Banda Mole, homens vestidos de mulher também marcaram presença. Caso do programador Chico Du, que foi com a camisola da ex-mulher. "Crush de Carnaval" dele, a enfermeira Taiane Dias vestiu-se exatamente do contrário e incorporou a roupa do paquera. "Ele de mulher e eu de homem. Não tem nada a ver isso (de preconceito e racismo). É uma grande bobagem", afirmou a moça.
Natural do Ceará, o autônomo Kleber Santiago Torres, que mora em BH há quatro anos, engrossou o coro dos que reprovaram o documento oficial. Preferiu, no entanto, "evitar atritos". "Viria de nega maluca, estava tudo pronto, peruca, roupa... Mas, depois da publicação, achei melhor substituir a fantasia. Esse tipo de coisa só afasta as pessoas do Carnaval. É uma aberração", esbravejou o Papai Smurf (personagem do desenho Smurfs).
Foto/ Maurício Vieira
Kleber Santiago preferiu evitar problemas e substituiu a fantasia de nega maluca pela de Papai Smurf
Banda Mole
Uma das mais tradicionais festas de BH, a Banda Mole celebra, em 2020, 45 anos de história. O tema da vez é "Educassão" (grafada incorretamente, em alusão a erros de português cometidos recentemente pelo Ministro da Educação, Abraham Weintraub, em textos publicados nas redes sociais), segundo o grupo, princípio fundamental para o desenvolvimento de uma nação, mas não levado a sério.
Consagrados blocos da cidade, como Então Brilha, Baianas Ozadas, Quando Come Se Lambuza e Funk You, além de DJs, bandas e de um trio elétrico embalarão a folia da Banda Mole até as 22h deste sábado. A concentração do grupo é na avenida Afonso Pena, entre ruas da Bahia e Guajajaras.