"A cada 20 minutos morre um jovem negro no Brasil", "Somos mineiros, não somos minério", "Pela liberdade de pensamento, dizemos não à escola sem partido", #cadêoqueiroz". As frases estampadas em cartazes e faixas do trio elétrico que vai levar o bloco Chama o Síndico pelos arredores do estádio Mineirão, na Pampulha, reforçam o tom politizado que a cada ano tem se tornado mais evidente no Carnaval de rua de Belo Horizonte.
Com previsão de saída para as 10h, o grupo, que desde 2012 faz reverência às obras de Tim Maia e Jorge Ben Jor, deve arrastar uma multidão pela avenida Abrahão Caram, a exemplo do que aconteceu no ano passado, na avenida Afonso Pena, Centro da capital.
Aos poucos, foliões se aglomeram no local na expectativa de que o cortejo seja maior e melhor nesse ano. O estudante de engenharia Victor Bittencourt, de 25 anos, diz que a orientação política é um dos diferenciais que o trouxeram para o desfile. "Não é nem questão de defender um candidato A ou B. São questões maiores, que dizem respeito ao futuro do país, com as quais comungo fortemente", afirma.
Para a estudante de arquitetura Luisa Paiva, de 21 anos, é mais confortável pular o Carnaval com um bloco que não tem medo de se posicionar. "A gente fica mais tranquilo por saber com quem estamos aproveitando a folia", diz.
Luísa diz que se sente mais confortável em curtir a festa num bloco sem medo de se posicionar politicamente
Fiscalização
Fiscais da prefeitura também trabalham intensamente no local para organizar o posicionamento dos ambulantes que já estão vendendo bebidas nas proximidades.
Muitos desses trabalhadores estavam com produtos expostos na rua, em caixas de isopor, e foram orientados a ficarem nas calçadas, sob pena de terem a mercadoria apreendida.