NA ONDA

Carinhosamente conhecida como "barrigudinha", a bebida Corote é a queridinha do Carnaval,

Por: CAROLINA CAETANO, LETÍCIA FONTES E LORENA K. MARTINS
Fonte: O TEMPO

Uma das novidades do Carnaval de Belo Horizonte este ano é a bebida Corote - uma mistura de cachaça ou vodka com açúcar e corante, que elaboram pelo menos seis sabores. Segundo os ambulantes, 50% das vendas é da bebida conhecida carinhosamente como "barrigudinha".

O preço médio de R$ 5, considerado baixo pelos foliões, com alto teor alcoólico e a possibilidade de ir menos vezes ao banheiro são os principais atrativos abordados pelas consumidores.

As estudantes Débora Lima Guedes, 21, e Isabella de Almeida, 21, saíram de Lavras, no Sul do Estado, para passarem o primeiro Carnaval na capital mineira. "Já experimentamos todos os sabores, mas preferimos o de pêssego, que é mais docinho. No primeiro dia que chegamos trouxemos vodka, mas estamos tentando ficar só no Corote", disse Isabella.

A namorada dela, Débora, afirmou que a bebida já é conhecida em Lavras e ficou famosa por ser mais barata e por ter o teor alcoólicos mais forte. "A maioria dos blocos do dia a gente pede Corote e pretendemos ficar assim até quarta-feira de cinzas quando vamos embora", afirmou.

O sucesso da bebida, principalmente, entre as mulheres é confirmado pelos ambulantes. "A maioria que opta pela bebida são pessoas jovens e as mulheres, que gostam de ficar com a boca azul por causa de um dos sabores. Geralmente, colocamos o preço de R$ 6, mas o cliente 'chora' e o preço vai para R$5. Também estamos vendendo muito cervejas e Selvagem. A garrafa de catuaba sai por R$ 15", conta a ambulante Sandra Gomes, 45, que chega a faturar R$ 700 por dia. O Bloco "Baianas Ozadas", por ter um dos maiores públicos deste Carnaval, ela esperava vender mais.

O analista de planejamento de conteúdo, Matheus Rabelo, de 25 anos, é um eterno apaixonado pela Corote. "A primeira que eu bebi foi uma de pêssego. Mas no Carnaval conheci a de tuti-fruti e me apaixonei, você bebe como se fosse água, é super docinha", conta. Apesar da ingestão fácil, o rapaz alerta para os "perigos" da bebida. "Hoje eu já tomei três e com duas a três Corotes você já fica bêbado. Com quatro ou cinco já é hora de voltar para casa", explica.

Em uma embalagem com 480 ml de Corote, o teor alcoólico é de 13,5%. Em uma lata de cerveja de 350 ml de cerveja, normalmente, o teor é de 4,7%, quase três vezes menos.

Foliões da região Centro-Sul não aderem à modinha

Uma diferença constatada pelos vendedores é que o Corote não faz sucesso em blocos que saem na região Centro-Sul de Belo Horizonte. "Na avenida Afonso Pena, área central, por exemplo, sai muito Corote e Catuaba. Já na venida Brasil, no resto da 'zona Sul', os foliões preferem Heineken e Budweiser", disse a ambulante Natalia, 35.

Ela não conhecia a bebida e precisou recorrer a várias distribuidores para achar. Cada unidade, a ambulante paga R$ 3 e revende por R$ 5. "Eu estou dirigindo, mas estou curiosa para experimentar depois", contou.

Segundo a ambulante Sandra, estrangeiros também preferem tomar cerveja. "Vim de Araxá e por lá o Corote também é famoso justamente porque o teor alcoólico é maior e também vamos menos ao banheiro. Diferentemente de quando tomamos cerveja. Com três 'barrigudinhas' já consigo ficar 'altinho'", disse o supervisor de vendas Lucas Tiago Félix, de 24 anos.

Ambulantes também investem na venda de copos

Copos coloridos, como frases engraçadas como "O nome dela é Jenifer", também se tornou uma outra opção de lucro para os vendedores.

"O povo precisa de algum lugar para bebidas. Optei pela venda de copos, compro por pouco mais de R$ 1 e vendo um copo a R$ 10 ou dois por R$ 15. Pretendo lucrar quase R$ 2 mil nestes dias de Carnaval", explicou a ambulante Sandra Carvalho, de 46 anos.