Segundo título da história da escola veio com desfile que contou história e belezas do Maranhão. Taça só foi garantida na apuração da última nota do último jurado.

Por G1, São Paulo

A Acadêmicos do Tatuapé é bicampeã do carnaval 2018 de São Paulo. O título só foi garantido na apuração da última nota do último jurado, e pelos critérios de desempate: a escola ficou com a mesma pontuação da Mocidade Alegre, Mancha Verde e Tom Maior (270 pontos), mas teve melhor desempenho no quesito alegoria. Unidos do Peruche e Independente Tricolar foram rebaixadas.

torcida, Acadêmicos do Tatuapé, carnaval, são paulo, sp, anhembi (Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO)

torcida, Acadêmicos do Tatuapé, carnaval, são paulo, sp, anhembi (Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO)

Muito emocionado, Eduardo dos Santos, presidente da agremiação, defendeu o mérito da vitória e agradeceu os integrantes da escola.

"Esse é um trabalho da nossa comunidade, do nosso time, do nosso povo. Nós somos merecedores, nós trabalhamos muito para isso. Acho que a gente fez um belo trabalho, vamos comemorar, eles merecem todo nosso carinho e nosso amor", disse.

Posição das escolas de samba do carnaval de São Paulo quesito a quesito (Foto: Arte/G1)

A escola da Zona Leste conquistou o segundo título da sua história com um desfile que contou a história e as belezas do folclore e da cultura do Maranhão. Saiba mais sobre o desfile da Acadêmicos do Tatuapé.

Classificação final

O G1 acompanhou ao vivo a cobertura da apuração das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo (veja como foi aqui). A apuração das notas aconteceu na tarde desta terça-feira (13), no Anhembi, na Zona Norte da cidade.

Com exceção de uma nota 9,9 de um jurado em samba-enredo, a Acadêmicos dos Tatuapé recebeu nota máxima em todos os quesitos. A disputa, no entanto, foi apertada, com várias escolas se revezando na lidernaça. A Tatuapé só assumiu a ponta na abertura das notas do 7º quesito: alegoria.

Apesar de ter ficado empatada com outras três escolas, a Tatuapé ganhou por conta dos critérios de desempate. Em sorteio, ficou definido que em caso de empate, valeria o número de pontos nos quesitos, pela ordem: mestre-sala e porta-bandeira, harmonia e alegoria.

Andréa Capitulino é rainha de bateria da Tatuapé (Foto: Celso Tavares/G1)

Andréa Capitulino é rainha de bateria da Tatuapé (Foto: Celso Tavares/G1)

A Independente perdeu 1,2 ponto por causa de um problema que teve com um dos carros alegóricos, que precisou ser puxado por uma empilhadeira durante o desfile. A punição, no entanto, não influenciou no rebaixamento da escola, já que sua pontuação foi a mais baixa mesmo sem o desconto.

Atingida por um incêndio, a Acadêmicos do Tucuruvi desfilou, mas não foi julgada. Ela permanecerá no Grupo Especial. Acadêmicos do Tucuruvi, vítima de incêndio em janeiro, não foi avaliada.

A Águia de Ouro é campeã do Grupo de Acesso. A Colorado do Brás ficou em segundo lugar. As duas escolas sobem para o Grupo Especial em 2019 no lugar de Independente e Peruche, que caíram.

Comparação da posição das escolas no carnaval de São Paulo em 2017 e em 2018 (Foto: Arte/G1)

Desfile das campeãs

A escola campeã, a vice, a terceira, quarta e quinta colocadas do Grupo Especial vão participar do Desfile das Campeãs na sexta-feira (16), junto com a campeã e vice do Grupo de Acesso.

Irão desfilar: Tatuapé, Mocidade, Mancha Verde, Tom Maior e Dragões da Real, Águia de Ouro (campeã do Grupo de Acesso) e Colorado do Brás (vice do Grupo de Acesso).

Homenagem ao Maranhão

A escola da Zona Leste apostou neste ano em um desfile tradicional que aconteceu sem imprevistos e agradou pelo samba-enredo potente. Veja letra de samba-enredo da Acadêmicos do Tatuapé.

Um dos destaques foi a bateria, que interagiu com os integrantes fazendo "apagões": os instrumentos davam trégua, e a escola podia cantar o samba.

O carnavalesco Wagner Santos estreou na Tatuapé desenvolvendo um enredo que conhece bem, já que é maranhense. A escola levou para a avenida 3,2 mil integrantes em fantasias luxuosas, alas coreografadas e alegorias gigantescas.

A Tatuapé entrou no Anhembi "navegando" com uma ala que representava o mar e as caravelas dos portugueses. Na sequência, alas e carros mostraram a culinária, a história e a natureza do Maranhão.

Mistura de samba com reggae

A Acadêmicos do Tatuapé ainda apostou em uma bossa ao ritmo de reggae, muito popular no Maranhão, e em carros alegóricos que mostravam a culinária, a história e a natureza desse estado do Nordeste do Brasil.

A bicampeã do carnaval de São Paulo é a única escola a contar com um "rei de bateria", Daniel Manzioni. Este ano ele foi coroado o "rei eterno" da escola durante o desfile no Sambódromo.

Trajetória da escola

Em 2017, a escola foi campeã com o enredo: "Mãe-África conta a sua história: Do berço sagrado da humanidade ao abençoado menino da terra do ouro". No ano passado, a escola ficou com a mesma pontuação da Dragões da Real (269,7 pontos), mas teve melhor desempenho no quesito samba-enredo e levou o título.

A Acadêmicos do Tatuapé retornou ao Grupo Especial em 2013. A agremiação foi fundada em 1952 e está sediada na Rua Melo Peixoto, no bairro de mesmo nome. O primeiro título chegou após 5 anos seguidos desfilando no Grupo Especial. Em seu retorno à elite do carnaval de São Paulo em 2013, a Tatuapé ficou apenas na 11ª colocação. Em 2014, ficou em 6º lugar. Em 2015, terminou na 12ª colocação. Em 2016, foi a vice-campeã.

Trajetória da Acadêmicos do tatuapé (Foto: Infografia G1)Trajetória da Acadêmicos do tatuapé (Foto: Infografia G1)

Trajetória da Acadêmicos do tatuapé (Foto: Infografia G1)