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"Essa situação acontece após a formação de uma ampla área de baixa pressão atmosférica, juntamente com a formação e deslocamento de uma frente fria que provocam novas áreas de instabilidade", explica o instituto, em nota.
Nessas regiões, a previsão é de acumulados superiores a 60 mm de precipitação por hora ou 100 mm em 24 horas. Por isso, o Inmet emitiu nesta quinta (2) um alerta vermelho para temporais, com grande risco de alagamentos e transbordamentos de rios, deslizamentos de encostas em cidades com tais áreas de risco, além de ventos de até 100 km/h.
Segundo o instituto, as áreas que devem ser mais afetadas são as serranas gaúcha e catarinense, oeste catarinense, vale do Itajaí, noroeste rio-grandense, Grande Florianópolis, nordeste rio-grandense, sul catarinense, metropolitana de Porto Alegre e sudoeste paranaense.
Um outro alerta, laranja, de menor intensidade, foi emitido para uma área ainda maior. O instituto destaca que existe possibilidade de queda de granizo, com risco de corte de energia elétrica, estragos em plantações, queda de árvores e de alagamentos.
No domingo, o volume de chuva tende a diminuir, mas não será por muito tempo. Segundo a meteorologista do Inmet Dayse Moraes, na próxima terça-feira (7) já chegará ao Rio Grande do Sul uma nova frente fria que deve provocar mais um período de chuvas. Ainda não é possível prever a intensidade dessa nova chuva, mas o solo ter sido muito castigado pelos temporais atuais e os rios ainda estarem acima do nível normal são sinais de que mais problemas poderão ocorrer na região.
"A frente fria atual está estacionária sobre o Rio Grande Sul e avançou para Santa Catarina, mas deve começar a diminuir a intensidade no domingo. Porém, com entrada do ar mais frio, essa frente fria se desloca para o oceano e outra frente fria avança no sul do estado e provoca mais chuva entre terça e quarta", diz Moraes.
Em três dias, choveu em Porto Alegre o equivalente a mais de dois meses
As tempestades que atingem o Rio Grande do Sul desde o dia 27 de abril têm provocado chuvas recordes no estado. Em algumas regiões, especialmente na faixa central dos vales, planalto, encosta da serra e metropolitana, os volumes de chuva chegaram a passar dos 300 mm em menos de uma semana. No município de Bento Gonçalves, por exemplo, os volumes chegaram a 543,4 mm, diz o Inmet.
O instituto destaca que, desde o dia 29, os volumes ficaram entre 200 mm e 300 mm em diversas áreas. Na capital do estado, Porto Alegre, o volume chegou a 258,6 mm em apenas três dias, valor correspondente a mais de dois meses de chuva, quando comparado à climatológica dos meses de abril (114,4 mm) e de maio (112,8 mm).
As estações do Inmet que mais registraram chuva de 26 de abril até as 9h desta quinta (2), foram: Soledade (488,6 mm); Santa Maria (484,8 mm) e Canela (460 mm).
A estação meteorológica convencional de Santa Maria teve recorde de chuva em 24h, com acumulado de 213,6 mm, no dia 1º de maio. Essa foi a maior chuva registrada no município, em 112 anos de observação, superando o volume anterior de 182,3 mm, ocorrido em 23 de junho 1944, informa o Inmet. Em apenas três dias, o volume de chuva na cidade chegou a 470,7 mm, valor que corresponde a três meses de chuva.
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