Fonte: Agência Brasil
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, fez hoje (27) uma nova vistoria nas obras de recuperação do viaduto da pista expressa da Marginal Pinheiros, que cedeu na madrugada do último dia 15. Durante a visita ele acionou o equipamento que alivia mais 100 toneladas das 550 que estavam pressionando o pilar de sustentação do trecho que cedeu. Com o acionamento desta terça-feira, já são 220 toneladas contidas.
“A expectativa inicial era fazermos no vigésimo dia o que estamos fazendo hoje. Conseguimos ganhar oito dias e até o fim da semana devemos terminar todo o processo de cálculo de reconstrução do projeto original. Até o final da semana já teremos todos os dados necessários para poder avançar ainda mais na obra. Esperamos começar sábado a fase de testes do macaqueamento”, disse Covas.
O macaqueamento, técnica na qual macacos hidráulicos são usados para suspender a estrutura cedida, foi a escolhida pelos engenheiros para colocar o viaduto no lugar. “Isso tem que ser feito com muita segurança, tranquilidade, bem devagar. Quando for feito, será centímetro a centímetro para poder verificar o resultado, o tamanho do atrito dentro do pilar”, explicou o prefeito. Não há previsão de quanto tempo essa fase pode demorar.
Segundo Covas, desde o momento em que ocorreu o problema a prefeitura trabalha incessantemente para encontrar uma solução e descobrir qual é a hipótese mais plausível que ocasionou o solapamento e qual a obra necessária para a recuperação mais rápida possível.
Além disso, a prefeitura também trabalha para completar 15 quilômetros de marginal expressa desbloqueadas para a circulação dos carros, e assim, aliviar o tráfego na região. “Já devolvemos mais três quilômetros da marginal expressa, então são 13 dos 15 quilômetros. Estamos a toda obra para poder devolver mais dois quilômetros, completando os 15 possíveis de liberação dos 20 inicialmente bloqueados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET)”.
Com relação ao inquérito instaurado ontem (26) pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) para apurar o uso, pela prefeitura da capital paulista, de apenas 5% do orçamento destinado para conservação e manutenção de pontes e viadutos do município, quando, de acordo com o MP, estavam previstos para 2018 R$ 44,7 milhões, Covas disse que nos anos anteriores esse orçamento nem existiu e em 2018 foi colocado no orçamento pela gestão de João Doria.
“Foi enviado para a Câmara Municipal que aprovou. Só que dependia de um contato com as empresas para fazer laudos estruturais, porque desde o ano passado sabíamos que essa vistoria visual era insuficiente. Ficamos mais de um ano discutindo com o tribunal de contas de que forma fazer essa licitação. Responsabilizar uma administração, que está há oito meses, em relação à manutenção de um viaduto que tem 40 anos é uma dificuldade argumentativa mais difícil do que um duplo twistcarpado”, ironizou o prefeito.
Ele ressaltou que a Prefeitura está à disposição do MP, do Tribunal de Contas, da Câmara de Vereadores e qualquer órgão de controle ou da sociedade para prestar todo esclarecimento necessário.