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O guia de turismo Edir Alves saiu cedo para vistoriar as trilhas de madeira da Fazenda San Francisco, em Miranda (MS), na região do Pantanal. Teve que mudar os planos ao se deparar com a onça-pintada Mariposa, de cerca de 120 quilos, deitada no meio da ponte. Fechada para a visitação de turistas por conta da pandemia do novo coronavírus, a passagem foi apropriada pelo felino, que tem sido visto com freqüência na área. Em apenas cinco dias, foram duas aparições.
Mariposa é residente da fazenda e tem sido vista na propriedade de 14,8 mil hectares desde 2011, segundo Alves. Recebeu esse nome de biólogos que desenvolveram pesquisa na fazenda há alguns anos, que também haviam batizado a mãe dela de Borboleta, por causa de mancha similar ao inseto na pele.
O guia de turismo fez imagens dos dois flagrantes nos dias 14 e 19 de junho, na trilha que fica a três quilômetros da sede. Trabalhando no local há dez anos, reconheceu Mariposa pelas manchas -que são como digitais para os felinos- e pela orelha direita, menor que a esquerda.
Na primeira ocasião, ficou por cerca de 40 minutos fazendo registros da onça, que estava a uma distância de 150 metros e não notou a presença dele. "Em momento algum olhou para a gente, estava sozinha, tranquila".
Cinco dias depois, o guia saiu por volta das 7h30 para fazer fotografias e voltou ao mesmo local. Lá estava Mariposa, desta vez na entrada da trilha. Optou por não sair do carro para não incomodar o descanso e não fazer com que o animal se sentisse ameaçado. "Ela me avistou quando cheguei, mas não saiu, não se incomodou com minha presença".
A proprietária da fazenda, a turismóloga Roberta Coelho, acredita que a tranquilidade dos últimos tempos, imposta pelas restrições decorrentes da pandemia, pode ter estimulado as saídas mais frequentes. Sem presença de turistas, as trilhas agora são usadas pelos animais. "Agora que não tem ninguém, estão mais à vontade", disse.
Edir Alves também explica que as trilhas são construídas no habitat natural das onças, a área utilizada por elas. No mês de junho, período de transição da cheia para a seca no Pantanal, há maior concentração de peixes e vegetação, o que atrai jacarés e capivaras, as presas preferidas das onças-pintadas. "É tudo favorável para caçar".
Antes, Mariposa já tinha sido vista na trilha. O guia de turismo Jacir Lelles a registrou com o filhote na mesma trilha no dia 10 de junho, por volta das 15h. Na imagem, o felino passa pela trilha e chega a olhar fixamente para ele. Depois, segue caminho, acompanhado por onça de porte menor.
Munido de câmera e da paixão pelos felinos, Lelles costuma andar pela propriedade antes do nascer do sol em busca de imagens das onças e explica que dificilmente poderia se deparar com o animal depois das 10h. "Não é muito usual não, tive sorte".
O guia mais antigo da fazenda calcula que os felinos vivem na fazenda há cerca de 15 anos. Ele acredita que mãe e filhote voltavam da caça e estavam em busca de lugar seguro para descansar.
Acostumados a mostrar as belezas do Pantanal aos turistas, os profissionais ainda se impressionam quando se deparam com uma onça-pintada. "Toda vez que encontro, parece que é a primeira vez, porque elas têm reações diferentes, cada um tem sua expressão, e é bicho difícil de encontrar", disse Edir Alves.
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O guia de turismo Edir Alves saiu cedo para vistoriar as trilhas de madeira da Fazenda San Francisco, em Miranda (MS), na região do Pantanal. Teve que mudar os planos ao se deparar com a onça-pintada Mariposa, de cerca de 120 quilos, deitada no meio da ponte. Fechada para a visitação de turistas por conta da pandemia do novo coronavírus, a passagem foi apropriada pelo felino, que tem sido visto com freqüência na área. Em apenas cinco dias, foram duas aparições.
Mariposa é residente da fazenda e tem sido vista na propriedade de 14,8 mil hectares desde 2011, segundo Alves. Recebeu esse nome de biólogos que desenvolveram pesquisa na fazenda há alguns anos, que também haviam batizado a mãe dela de Borboleta, por causa de mancha similar ao inseto na pele.
O guia de turismo fez imagens dos dois flagrantes nos dias 14 e 19 de junho, na trilha que fica a três quilômetros da sede. Trabalhando no local há dez anos, reconheceu Mariposa pelas manchas -que são como digitais para os felinos- e pela orelha direita, menor que a esquerda.
Na primeira ocasião, ficou por cerca de 40 minutos fazendo registros da onça, que estava a uma distância de 150 metros e não notou a presença dele. "Em momento algum olhou para a gente, estava sozinha, tranquila".
Cinco dias depois, o guia saiu por volta das 7h30 para fazer fotografias e voltou ao mesmo local. Lá estava Mariposa, desta vez na entrada da trilha. Optou por não sair do carro para não incomodar o descanso e não fazer com que o animal se sentisse ameaçado. "Ela me avistou quando cheguei, mas não saiu, não se incomodou com minha presença".
A proprietária da fazenda, a turismóloga Roberta Coelho, acredita que a tranquilidade dos últimos tempos, imposta pelas restrições decorrentes da pandemia, pode ter estimulado as saídas mais frequentes. Sem presença de turistas, as trilhas agora são usadas pelos animais. "Agora que não tem ninguém, estão mais à vontade", disse.
Edir Alves também explica que as trilhas são construídas no habitat natural das onças, a área utilizada por elas. No mês de junho, período de transição da cheia para a seca no Pantanal, há maior concentração de peixes e vegetação, o que atrai jacarés e capivaras, as presas preferidas das onças-pintadas. "É tudo favorável para caçar".
Antes, Mariposa já tinha sido vista na trilha. O guia de turismo Jacir Lelles a registrou com o filhote na mesma trilha no dia 10 de junho, por volta das 15h. Na imagem, o felino passa pela trilha e chega a olhar fixamente para ele. Depois, segue caminho, acompanhado por onça de porte menor.
Munido de câmera e da paixão pelos felinos, Lelles costuma andar pela propriedade antes do nascer do sol em busca de imagens das onças e explica que dificilmente poderia se deparar com o animal depois das 10h. "Não é muito usual não, tive sorte".
O guia mais antigo da fazenda calcula que os felinos vivem na fazenda há cerca de 15 anos. Ele acredita que mãe e filhote voltavam da caça e estavam em busca de lugar seguro para descansar.
Acostumados a mostrar as belezas do Pantanal aos turistas, os profissionais ainda se impressionam quando se deparam com uma onça-pintada. "Toda vez que encontro, parece que é a primeira vez, porque elas têm reações diferentes, cada um tem sua expressão, e é bicho difícil de encontrar", disse Edir Alves.