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A estatística consta na mais recente edição do relatório anual elaborado por pesquisadores do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e tem por base o número de ocorrências para cada grupo de 100 mil habitantes. Em 2020, foram 10,8 episódios, mais que o dobro de Rondônia (4,5), segundo colorado, e acima do triplo de Mato Grosso (3).
Santa Catarina, por sua vez, está no topo do ranking de injúria racial (39,5 incidentes/100 mil habitantes), seguida pelo Distrito Federal (14,2) e Amapá (13,3) – os gaúchos figuram bem atrás (3,5). Há que se levar em conta, porém, a subnotificação, ou seja, a grande quantidade de casos que provavelmente não são denunciados formalmente. Os dados podem ser consultados de forma detalhada no site forumseguranca.org.br.
De um a forma genérica, é possível entender a injúria racial no âmbito das ofensas e manifestações de preconceito com base na etnia da vítima, diferente do racismo propriamente dito. Esse último se configura ná discriminação em um processo seletivo de emprego ou quando um negro é barrado na porta de um estabelecimento, por exemplo.
Investigação
Em Porto Alegre, o caso ocorrido em agosto e que veio à tona nesta semana motivou a abertura de investigação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com a ajuda da comunidade acadêmica, que enviou cópias de mensagens de ódio racial, apologia à chamada “supremacia branca” e relativação dos crimes cometidos pelo regime nazista que comandou a Alemanha de 1933 a 1945. As denúncias também são apuradas pela Polícia Civil.
O incidente aconteceu quando Álvaro Körbes Hauschild, um branco de 29 anos, postou no Instagram um comentário preconceituoso na foto de Sérgio Renato da Silva Júnior com sua namorada Amanda Klimick, ambos 23 anos. Motivo de sua manifestação: ele desaprova o fato de o casal ser formado por um homem negro e uma mulher branca.
Indignados, Sérgio e Amanda resolveram “dar trela” ao doutorando, estimulando-o a falar mais sobre o assunto por meio de conversa privada com ela na mesma rede social. Foi quando Álvaro escreveu uma série de observações que podem ser definidas como, no mínimo, repugnantes – como a de que pessoas negras “têm um cheiro característico”.
Em um dos trechos “printados” pelo casal e por colegas, o agora investigado apela para teses já desmentidas pela ciência, como a da suposta superioridade genética dos indivíduos de origem europeia:
“Mulher, te olha no espelho! Tu é bonita, de família… Merece algo à tua altura. Já pensou como serão teus filhos? Tu tem ombros fortes, com certeza descende de vikings. Quando as pessoas dizem que vocês [ela e o namorado] são ‘iguais’, no fundo sabem que não. Só estão tentando esconder a vergonha que tu passa com esse energúmeno”.
Uma das reproduções de postagens atribuídas ao doutorando em Filosofia, ele evidencia seu pensamento negacionista sobre o extermínio de judeus e outras minorias pelos nazistas antes e durante a Segunda Guerra Mundial (1938-1945):
“O Holocausto é um ‘holoconto’ imposto goela-abaixo aos povos, com um discurso intensamente sentimental e midiático para evitar que se coloque em questão a verdade científica a respeito”.
Livros
Fora da esfera acadêmica e policial, Hauschild foi “cancelado” (utilizado para se referir ao boicote a uma pessoa, entidade ou empresa nas redes sociais, o jargão já é utilizado de forma mais ampla, em âmbito social) pela editora paranaense Kotter. A empresa retirou de seu catálogo e mandou recolher das lojas o livro de contos “Anamnesine”, escrito por ele.
Ele nega ter cometido injúria racial. Em entrevista à imprensa, argumentou que “tudo pode ser distorcido e jogado no ventilador para causar impacto e prejudicar uma pessoa”.
O fato é que o conteúdo de diversas de suas postagens não deixa dúvidas quando à promoção de ideias identificadas com a extrema-direita. Ele é tradutor, por exemplo, do filósofo ultranacionalista russo Aleksandr Dugin, parceiro do ativista brasileiro Olavo de Carvalho no livro “Os Estados Unidos e a Nova Ordem Mundial”.
Fonte:radiopampa.com.br
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A estatística consta na mais recente edição do relatório anual elaborado por pesquisadores do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e tem por base o número de ocorrências para cada grupo de 100 mil habitantes. Em 2020, foram 10,8 episódios, mais que o dobro de Rondônia (4,5), segundo colorado, e acima do triplo de Mato Grosso (3).
Santa Catarina, por sua vez, está no topo do ranking de injúria racial (39,5 incidentes/100 mil habitantes), seguida pelo Distrito Federal (14,2) e Amapá (13,3) – os gaúchos figuram bem atrás (3,5). Há que se levar em conta, porém, a subnotificação, ou seja, a grande quantidade de casos que provavelmente não são denunciados formalmente. Os dados podem ser consultados de forma detalhada no site forumseguranca.org.br.
De um a forma genérica, é possível entender a injúria racial no âmbito das ofensas e manifestações de preconceito com base na etnia da vítima, diferente do racismo propriamente dito. Esse último se configura ná discriminação em um processo seletivo de emprego ou quando um negro é barrado na porta de um estabelecimento, por exemplo.
Investigação
Em Porto Alegre, o caso ocorrido em agosto e que veio à tona nesta semana motivou a abertura de investigação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com a ajuda da comunidade acadêmica, que enviou cópias de mensagens de ódio racial, apologia à chamada “supremacia branca” e relativação dos crimes cometidos pelo regime nazista que comandou a Alemanha de 1933 a 1945. As denúncias também são apuradas pela Polícia Civil.
O incidente aconteceu quando Álvaro Körbes Hauschild, um branco de 29 anos, postou no Instagram um comentário preconceituoso na foto de Sérgio Renato da Silva Júnior com sua namorada Amanda Klimick, ambos 23 anos. Motivo de sua manifestação: ele desaprova o fato de o casal ser formado por um homem negro e uma mulher branca.
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Fora da esfera acadêmica e policial, Hauschild foi “cancelado” (utilizado para se referir ao boicote a uma pessoa, entidade ou empresa nas redes sociais, o jargão já é utilizado de forma mais ampla, em âmbito social) pela editora paranaense Kotter. A empresa retirou de seu catálogo e mandou recolher das lojas o livro de contos “Anamnesine”, escrito por ele.
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O fato é que o conteúdo de diversas de suas postagens não deixa dúvidas quando à promoção de ideias identificadas com a extrema-direita. Ele é tradutor, por exemplo, do filósofo ultranacionalista russo Aleksandr Dugin, parceiro do ativista brasileiro Olavo de Carvalho no livro “Os Estados Unidos e a Nova Ordem Mundial”.
Fonte:radiopampa.com.br