FOLHAPRESS - O Ministério Público do Estado de Goiás ofereceu denúncia contra o radialista Luiz Gama pelos crimes de homofobia e injúria homofóbica contra o jornalista Matheus Ribeiro, 27. O inquérito final havia sido enviado pela Polícia Civil de Goiânia após o indiciamento de Gama.
 

Procurado, o advogado de Gama, Demóstenes Lázaro Xavier Torres, disse que ainda não tinha conhecimento sobre a denúncia e que só haveria pronunciamento após seu cliente ser citado. Porém, a esposa do radialista afirmou ao F5 que ele uma pessoa boa e que o marido "tem um jeito conhecido de falar, mas que nunca foi homofóbico na vida". Ela também afirma que ele "tem uma irmã e uma sobrinha gays". 


Em novembro de 2019, Luiz Gama usou o Twitter para fazer comentários homofóbicos contra Matheus Ribeiro após ele ter sido o primeiro homem assumidamente homossexual a apresentar o Jornal Nacional (Globo).


"Putz! Onde o Brasil vai parar? Queimar a rosca agora é moda. Um apresentador de telejornal de qualidade média virou a bola da vez no jornalismo nacional só porque revelou que sua rosquinha está à disposição. A qualidade profissional que se f...", escreveu Gama.


Em outra publicação, o radialista deixou indiretas para a TV Globo: "O Jair Bolsonaro está corretíssimo ao acabar com o registro na DRT e por acabar com a exigência de diploma para jornalistas. Afinal, tem uma fraquíssima em rede nacional só por causa da cor da pele e outro comunzão fazendo fama só porque avisou que queima a rosca".

Após os comentários, Luiz Gama foi afastado do quadro esportivo que apresentava na rádio BandNews Goiânia. O anúncio foi feito ao vivo na rádio, no dia 18 de novembro de 2019, pelo diretor da BandNews, Marcos Villas Boas.


Na época, Villas Boas disse que Gama era locutor de uma empresa terceirizada pela Band, a Feras do Esporte, e não contratado diretamente pela rádio. Foi solicitada a esta empresa a substituição dele.


Em comunicado oficial, a BandNews FM Goiânia disse na ocasião que "combate com convicção quaisquer manifestações de preconceito, intolerância ou discriminação".


"Desta forma, mesmo se tratando de iniciativa exterior, individual, dissociada do posicionamento da emissora e dos ideais que ela defende, informamos que não se manterá como parte da equipe qualquer funcionário que tenha comportamento adverso a estes valores. Em comum acordo com a equipe Feras do Esporte, iniciamos renovação de quadro funcional no sentido de afastar o funcionário (Luiz Gama) que adotou caminho contrário a esta postura."

 

RETRATAÇÃO

Um dia depois de ser demitido, Luiz Gama publicou um vídeo no Instagram reconhecendo o erro e admitindo que cometeu exageros nas publicações nas redes sociais. "Esse vídeo tem apenas uma finalidade. Quero aqui reconhecer o meu erro, alguns exageros que cometi em postagens que equivocadamente foram interpretadas como racistas ou homofóbicas", disse.

 

O radialista negou ser homofóbico ou racista e pediu perdão a todas as pessoas que se sentiram ofendidas. "Jamais me referi a você, jornalista Matheus Ribeiro da TV Anhanguera, de maneira nenhuma quando fiz aquelas postagens. Mas ainda assim, te peço perdão e peço que reconsidere essa minha posição."


"Tenham todos a certeza de que eu estou falando de coração. Jamais quis ofender qualquer pessoa gay ou não gay, negra, branco, moreno ou seja qual for a raça", acrescentou Gama.