OPERAÇÃO

O cantor MC Poze do Rodo foi preso pela Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta quinta-feira (29) por apologia ao crime e envolvimento com a facção criminosa Comando Vermelho (CV). A prisão ocorreu na residência do artista, localizada no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste da capital fluminense.

Durante a operação, os agentes apreenderam diversos itens de valor, incluindo uma BMW X6 vermelha, avaliada em aproximadamente R$ 1,3 milhão. O veículo está registrado em nome da empresa "Em Poze - EDI GRAV E PRET DE SERV LTDA", conforme o SBT. Os documentos do automóvel indicam que a cor original deveria ser preta, diferente da atual coloração vermelha.

As investigações revelaram que o MC se apresentava exclusivamente em áreas dominadas pelo Comando Vermelho. Nesses locais, traficantes armados com fuzis e outras armas de grosso calibre garantiam a "segurança" dos eventos.

Além do carro de luxo, os policiais encontraram na mansão do artista joias, pulseiras, bolsas e relógios de marcas de grife, além de uma capa de celular que imita uma arma de fogo.

joiasrodo.jpg

"A operação tem como base o cumprimento de mandado de prisão temporária expedido pela Justiça, após evidências de que os shows realizados pelo artista são financiados pela organização criminosa Comando Vermelho, contribuindo para o fortalecimento financeiro da facção por meio do aumento do consumo de drogas nas comunidades onde os eventos são realizados", informou a Polícia Civil em comunicado.

Os investigadores afirmaram que o repertório das músicas do MC "faz clara apologia ao tráfico de drogas e ao uso ilegal de armas de fogo" e "incita confrontos armados entre facções rivais". Para os agentes, as letras "extrapolam os limites constitucionais da liberdade de expressão e artística", configurando crimes graves de apologia ao crime e associação para o tráfico de drogas.

Ainda não foram divulgadas informações sobre o valor total dos itens apreendidos, além do veículo, nem detalhes sobre possíveis desdobramentos judiciais do caso após o período de prisão temporária. A Polícia Civil deverá prosseguir com as investigações para apurar a extensão do envolvimento do MC com a organização criminosa e os possíveis crimes relacionados.