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Até 2100, a população brasileira deverá ser inferior a 180 milhões de habitantes. É o que afirma o levantamento Projeções Populacionais Por Idade e Sexo Para o Brasil até 2100, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No estudo, as pesquisadoras Gabriela Bonifácio e Raquel Guimarães utilizaram métodos diferentes na análise populacional. O extenso período de projeção adotado — de 2010 até 2100 — não é uma prática frequente em exercícios de projeção populacional. Segundo a pesquisa, essa técnica permitiu fornecer dados populacionais plausíveis para subsidiar projeções econômicas e atuariais importantes que, em algumas situações, demandam um espaço temporal maior.
Para elaborar o estudo, as pesquisadoras partiram de três cenários. No primeiro, considerou-se a hipótese de continuidade das tendências de projeção realizadas pelo IBGE: saldos migratórios próximo a zero no país nos próximos anos, níveis da fecundidade diminuindo para 1,66 filho por mulher e continuidade da queda dos níveis de mortalidade e aumento da longevidade da população do país.
No segundo cenário, chamado de “choque”, a fecundidade cai para níveis abaixo daqueles previstos pelo IBGE, o mesmo ocorrendo com a mortalidade. O resultado desse fenômeno é uma expectativa de vida maior que o previsto. A migração foi mantida com o mesmo comportamento estimado para o primeiro cenário.
Por fim, as pesquisadoras consideraram um cenário de fecundidade constante. Assim, as taxas de fecundidade projetadas pelo IBGE foram mantidas em boa parte do período analisado, e as taxas de mortalidade e migração são as mesmas daquelas empregadas no primeiro cenário de projeção.
Essas premissas resultaram em três possíveis projeções populacionais, distintas quanto à composição por sexo e grupos de idade e com diferentes impactos para o regime previdenciário. “Os exercícios de projeção populacional envolvem tarefas complexas, que devem levar em consideração um conjunto de elementos demográficos, econômicos, políticos e sociais para serem desenvolvidas com qualidade. Daí que obter projeções totalmente corretas é muito difícil e torna-se ainda mais complicado na medida em que diminui o tamanho da localidade”, pondera o texto.
Faixa etária
Apesar das ressalvas, os três cenários indicam que a população brasileira irá diminuir. As previsões sugerem que o país terá, em 2100, um contingente populacional inferior ao de 2010, de aproximadamente 194 milhões de pessoas. A diferença entre os cenários está no ritmo com que esse declínio populacional ocorrerá. As taxas de crescimento mostram que, no primeiro cenário, a população do Brasil apresentará crescimento negativo a partir de 2050, ocorrendo o mesmo no terceiro cenário. De fato, os resultados para esses dois cenários são bastante parecidos. A diferença ocorre no ritmo da redução populacional.
No cenário de choque, contudo, segundo a pesquisa, a taxa de crescimento torna-se negativa já a partir de 2040. Isso se deve ao fato de que a fecundidade projetada declinará a um nível extremamente baixo e com um ritmo de queda mais acentuado que nos outros cenários.
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LEVANTAMENTO
Até 2100, a população brasileira deverá ser inferior a 180 milhões de habitantes. É o que afirma o levantamento Projeções Populacionais Por Idade e Sexo Para o Brasil até 2100, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No estudo, as pesquisadoras Gabriela Bonifácio e Raquel Guimarães utilizaram métodos diferentes na análise populacional. O extenso período de projeção adotado — de 2010 até 2100 — não é uma prática frequente em exercícios de projeção populacional. Segundo a pesquisa, essa técnica permitiu fornecer dados populacionais plausíveis para subsidiar projeções econômicas e atuariais importantes que, em algumas situações, demandam um espaço temporal maior.
Para elaborar o estudo, as pesquisadoras partiram de três cenários. No primeiro, considerou-se a hipótese de continuidade das tendências de projeção realizadas pelo IBGE: saldos migratórios próximo a zero no país nos próximos anos, níveis da fecundidade diminuindo para 1,66 filho por mulher e continuidade da queda dos níveis de mortalidade e aumento da longevidade da população do país.
No segundo cenário, chamado de “choque”, a fecundidade cai para níveis abaixo daqueles previstos pelo IBGE, o mesmo ocorrendo com a mortalidade. O resultado desse fenômeno é uma expectativa de vida maior que o previsto. A migração foi mantida com o mesmo comportamento estimado para o primeiro cenário.
Por fim, as pesquisadoras consideraram um cenário de fecundidade constante. Assim, as taxas de fecundidade projetadas pelo IBGE foram mantidas em boa parte do período analisado, e as taxas de mortalidade e migração são as mesmas daquelas empregadas no primeiro cenário de projeção.
Essas premissas resultaram em três possíveis projeções populacionais, distintas quanto à composição por sexo e grupos de idade e com diferentes impactos para o regime previdenciário. “Os exercícios de projeção populacional envolvem tarefas complexas, que devem levar em consideração um conjunto de elementos demográficos, econômicos, políticos e sociais para serem desenvolvidas com qualidade. Daí que obter projeções totalmente corretas é muito difícil e torna-se ainda mais complicado na medida em que diminui o tamanho da localidade”, pondera o texto.
Faixa etária
Apesar das ressalvas, os três cenários indicam que a população brasileira irá diminuir. As previsões sugerem que o país terá, em 2100, um contingente populacional inferior ao de 2010, de aproximadamente 194 milhões de pessoas. A diferença entre os cenários está no ritmo com que esse declínio populacional ocorrerá. As taxas de crescimento mostram que, no primeiro cenário, a população do Brasil apresentará crescimento negativo a partir de 2050, ocorrendo o mesmo no terceiro cenário. De fato, os resultados para esses dois cenários são bastante parecidos. A diferença ocorre no ritmo da redução populacional.
No cenário de choque, contudo, segundo a pesquisa, a taxa de crescimento torna-se negativa já a partir de 2040. Isso se deve ao fato de que a fecundidade projetada declinará a um nível extremamente baixo e com um ritmo de queda mais acentuado que nos outros cenários.