A ação envolve cerco, estabilização dinâmica da área e remoção de barricadas, além de revistas seletivas de pessoas e veículos
As favelas da Rocinha, Vidigal, Chácara do Céu e Parque da Cidade, localizadas na zona sul do Rio de Janeiro, acordaram cercadas neste sábado, 9, pela operação do Comando Conjunto da Intervenção, que reúne as Forças Armadas e policias do Estado. Desde às 3h da madrugada, moradores relataram pelas redes sociais terem ouvido helicópteros sobrevoando as comunidades. Por volta das 6h começaram às revistas em quem deixava o morro, informou uma fonte do Vidigal.
De acordo com a fonte, depois do sobrevoo de helicópteros por toda a madrugada, os policiais subiram a favela por volta das 6h, quando ainda estavam ocorrendo bailes na comunidade. Não houve troca de tiros e as revistas aos moradores corriam em clima de educação e tranquilidade. Já na Rocinha, os tiros começaram por volta das 6h e até a publicação desta matéria não havia relato de feridos.
A estrada Lagoa-Barra, que liga a zona sul à zona oeste da cidade chegou a ser fechada pelas Forças Armadas, mas por volta das 8h foi liberada. O trânsito, porém, continuava intenso na região por volta das 9h45, segundo o Centro de Operações Rio.
O Comando Conjunto informou em nota que a ação envolve cerco, estabilização dinâmica da área e remoção de barricadas, além de revistas seletivas de pessoas e veículos. A Polícia Militar atua bloqueando possíveis rotas de fuga de criminosos e a Polícia Civil realiza a checagem de antecedentes criminais e cumprirá mandados judiciais, condicionada às restrições constitucionais à inviolabilidade do lar.
"Algumas vias na região poderão ser interditadas e setores do espaço aéreo poderão ser controlados, oportunamente, com restrições dinâmicas para aeronaves civis. Não há interferência nas operações dos aeroportos", informou o Comando, afirmando que a operação vai beneficiar, direta e indiretamente, 120 mil moradores de comunidades.
Tiroteio na Urca
Um intenso tiroteio entre policiais e traficantes, na tarde desta sexta-feira, 8, levou pânico à Urca, bairro de classe média alta do Rio e interrompeu por duas horas a circulação do bondinho do Pão de Açúcar, um dos principais pontos turísticos do País.
Essa foi a primeira vez que o teleférico, inaugurado em 1912, deixou de circular pela violência. Um grupo de cerca de 100 pessoas, incluindo dezenas de crianças, ficou isolado no Morro do Pão de Açúcar. O Aeroporto Santos Dumont, no centro, também foi fechado por 15 minutos, porque a Urca fica na rota de pouso e decolagem.
(Denise Luna)