Em ação conjunta do Ministério Público do Rio, da Polícia Civil e da Corregedoria da Polícia Militar, foram presas nesta quarta-feira (14) oito pessoas suspeitas de fazer parte de uma milícia que age no município de Mesquita, na Baixada Fluminense. Entre os presos estão quatro policiais militare: Natanael de Oliveira Gonçalves, Tiago Costa Gomes, André Lemos da Silva e Márcio Lima da Cunha, conhecido como Zebu, que é apontado como líder do grupo de milicianos que agia em Mesquita.
Três dos militares presos nesta quarta-feira eram lotados no 20º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento ostensivo e repressivo nos municípios de Nova Iguaçu e Mesquita. O outro PM é lotado no batalhão de Belford Roxo, também na Baixada Fluminense.
Tiveram ainda prisão temporária decretada pela Justiça o ex-policial militar Paulo José Lírio Salviano, André Silva Nicodemus, Daniel Alex Soares da Silva, conhecido como Escobar, e Renato de Castro de Oliveira.
De acordo com as investigações da Delegacia de Repressão às Ações Crminosas Organizadas (Draco), além de cobrar taxa de segurança de residências e estabelecimentos comerciais, o grupo explorava o serviço de distribuição de sinal clandestino de TV a cabo, venda de água e de gás, transporte alternativo, cestas básicas e serviços de mototáxis.
Modo de agir
Uma testemunha, que mantém uma loja em Mesquita, contou à polícia que o PM conhecido como Zebu compareceu a seu comércio há cerca de 10 meses, exigindo o pagamento da quantia de R$ 1 mil semanais a título de taxa de segurança. Dias depois, o comerciante recebeu ligação telefônica de Salviano, marcando um encontro para que pudessem conversar sobre a cobrança.
No dia marcado, o comerciante compareceu ao local, acompanhado de um amigo chamado Vinicius. Salviano e Escobar, em vez de se aproximar do veículo no qual estavam a testemunha e seu amigo, afastaram-se, quando ocupantes de outro automóvel começaram a atirar com armas de fogo. Esses tiros provocaram a morte de Vinicius.
Pela análise dos autos, o Ministério Público levantou que o atentado sofrido foi uma retaliação do grupo à negativa do comerciante em pagar a taxa de suborno mensal. Em seu depoimento, o comerciante reconheceu os envolvidos, por meio de fotografia, como sendo integrantes da milícia local.