Brasília 247 - Aproveitando a popularidade da Operação Lava-Jato, entidades sindicais de policiais federais vêm estimulando candidaturas de agentes na próxima eleição. Até o momento, já são 22 pré-candidatos em 17 estados e no Distrito Federal. Além do combate à corrupção, o grupo defende reformas na área de segurança pública. Porém, parte dos candidatos irá concorrer por partidos implicados na Lava-Jato.
As articulações surgiram após um resultado positivo na eleição de 2016, quando o número de policiais federais eleitos cresceu de sete para 24. Parte dos nomes apoiados pelas entidades de classe já está na política. É o caso dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) e Aluísio Mendes (Podemos-MA). Segundo Luís Antônio de Araujo Boudens, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), dez legendas o procuraram oferecendo filiação em massa. A meta “otimista”, admite, é eleger seis deputados federais.
Apesar do discurso pela ética, parte dos candidatos deve disputar vagas no Congresso ou em assembleias legislativas por partidos implicados na Lava-Jato. Há candidatos filiados a PSDB, PR, PTB e PSD, todos com políticos citados na operação.
Um dos nomes cotados para disputar uma vaga na Câmara é Lucas Valença, que ficou nacionalmente conhecido como o “hipster da Federal” ao participar da operação que prendeu o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Assim que as primeiras fotos da transferência do peemedebista ganharam as redes sociais, ele fez sucesso por conta do visual exótico para um policial, de barba e coque no cabelo. Segundo ele, a ideia de entrar na política surgiu já no dia seguinte, por sugestão de um amigo. Filiado ao Novo, Valença ainda não decidiu se disputará a eleição, mas quer “trabalhar pela polícia e em prol da Lava-Jato” e não vê problema em candidatos usarem o apoio popular à operação.
As informações são de reportagem de Igor Mello e Stéfano Salles em O Globo.