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A existência da ferramenta na área controlada por uma milícia foi revelada pela Folha de S.Paulo em junho deste ano. Ela foi criada em março e foi turbinada pela ameaça a motoristas de outros apps que acessam o bairro. O domínio é tanto que a Uber decidiu vetar chamadas originadas em Rio das Pedras.
O alvo da operação foram os proprietários da empresa RP Driver. Um mora na própria favela, e outro num condomínio próximo.
"A apuração, que segue em andamento, tem como objetivo a busca de informações que possam confirmar a ligação da empresa com o grupo criminoso. De acordo com os agentes, os documentos apreendidos serão analisados visando identificar a engenharia financeira da quadrilha e a exploração de atividades supostamente lícitas usando sócios ocultos de empresas ligadas à organização criminosa", afirmou a Polícia Civil, em nota.
O serviço da RP Driver, como é chamado, existe há pelo menos um ano. Até março, era acionado em um grupo de WhatsApp. Há dois meses, foi criado o aplicativo para automatizar a demanda.
O app foi desenvolvido pela Driver Machine, que faz plataformas de transporte personalizadas em todo o país para grupos de motoristas que tentam fugir das taxas dos grandes serviços -a empresa diz que os contratos a impedem de divulgar dados de clientes.
Investigadores ouvidos pela Folha de S.Paulo desconheciam o aplicativo. Afirmam que um serviço do tipo dificilmente é oferecido sem participação ou anuência paga da milícia.
A reportagem tentou contato com representantes do app, mas eles não responderam a telefonemas nem a mensagens. O jornal também contatou o advogado da firma, mas não houve retorno.
A ferramenta é oferecida também na favela da Muzema e em outras comunidades da região, todas dominadas pela mais antiga milícia do Rio, chefiada, segundo o Ministério Público, pelo ex-policial militar Adriano da Nóbrega.
Foragido há quase um ano, Nóbrega foi companheiro no 18º Batalhão da PM de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) sob investigação, e teve a mãe e a mulher nomeadas no gabinete do senador quando este era deputado estadual no Rio. Durante o mandato de Flávio, o ex-PM chegou a ser condecorado com a Medalha Tiradentes pelo então deputado.
Moradores de Rio das Pedras e outras regiões ocupadas relatam ameaças a motoristas de aplicativos tradicionais e o avanço de transportes ligados a criminosos.
"Outro dia fui à farmácia ao lado do supermercado e pedi um Uber. O Uber chegou, mas não parou e foi para longe. Andei até o motorista, que falou que a milícia não deixa pegar ninguém perto do mercado", disse uma moradora de uma região controlada pelas facções, que pediu anonimato por medo.
"Uma senhora chamou um Uber, e os caras da milícia tiraram as compras dela do carro e disseram que se não fosse no carro controlado por eles não ia com ninguém", continuou outra pessoa da mesma região, no bairro de Paciência.
Ao tentar pedir um motorista por aplicativo em pontos movimentados de Rio das Pedras, a Uber afirma que o serviço não está disponível. "Peça de locais acessíveis e para locais acessíveis", diz a mensagem.
Em nota, a empresa informou que "para aumentar a segurança de motoristas parceiros e usuários, nosso aplicativo pode impedir solicitações de viagens de áreas com desafios de segurança pública em alguns dias e horários específicos".
Outros aplicativos, como o 99, aceitam chamados da região. Mas, segundo relatos, os motoristas não vão até o local temendo represálias.
A empresa Driver Machine, que elaborou o RP Driver, disse que tem como objetivo "democratizar a tecnologia para quem quer empreender em mobilidade urbana".
"Cada cliente conduz o negócio de maneira independente, configurando tarifas, modo de operação e atendimento aos passageiros e motoristas. Nós somente fornecemos a tecnologia, ou seja, não somos proprietários dos aplicativos", diz a empresa em nota.
Em sua página no Facebook, o RP Driver traz o preço de corridas na região e afirma que todos os motoristas moram em Rio das Pedras e usam crachá de identificação.
O aplicativo está disponível para aparelhos com sistema Android. É necessário colocar nome, email, telefone e criar uma senha, ou carregar os dados da conta no Facebook, como em outros apps.
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