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Vinícius Lisboa - Agência Brasil

Em operação realizada neste sábado (7), a Polícia Civil prendeu 149 pessoas e apreendeu sete menores ligados à maior milícia do Rio de Janeiro, o grupo conhecido como Liga da Justiça. No balanço final das ações, divulgado no fim da tarde, os policiais informaram que quatro pessoas morreram. As prisões foram feitas em um sítio onde os milicianos participavam de um pagode na madrugada de hoje.

As investigações cruzaram dados levantados pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) e pela 35ª DP (Campo Grande). A Liga da Justiça, que tem como base Campo Grande, expandia suas atividades para municípios como Itaguaí e Seropédica e para cidades da Costa Verde do estado do Rio de Janeiro.

Segundo os policiais civis, o grupo criminoso é atualmente o maior e mais perigoso em ação no estado. Além de cometer assassinatos e cobrar taxas ilegais de segurança a moradores, os milicianos já haviam fechado acordos com traficantes para a venda de drogas e o roubo de cargas nos territórios sob seu controle.

Cerca de 40 policiais civis participaram da ação e foram recebidos a tiros por seguranças de Wellington da Silva Braga, o Ecko, apontado como chefe da milícia, que estava no local, mas conseguiu fugir. Quatro pessoas morreram em confronto com os policiais.

Os presos responderão por crimes como organização criminosa, formação de quadrilha, receptação de veículos e porte ilegal de armas de fogo. Os detidos foram transportados em ônibus para a Cidade da Polícia, de onde devem ser encaminhados para o Complexo Penitenciário de Bangu. Há policiais militares entre os presos, e o número exato de agentes de segurança pública entre os participantes ainda está sendo levantado.

Como resultado da operação, a Polícia Civil prevê que a incidência de letalidade violenta na Baixada Fluminense e zona oeste seja reduzida, já que as prisões foram consideradas "um forte baque" na quadrilha.

O delegado assistente da DHBF, Fábio Salvadoreti, afirmou que a milícia atuava de "forma sanguinária", executando pessoas com as quais seus membros tinham desavenças e extorquindo dinheiro de moradores e comerciantes. "Se a pessoa resolve não pagar a taxa que eles acreditam que lhes é devida, eles exterminam."

O secretário estadual de Segurança Pública, general Richard Nunes, elogiou a ação dos policiais civis e informou que outras ações estão planejadas para ser executadas em curtíssimo prazo. "Esta foi uma semana muito exitosa para a segurança pública do nosso estado, a intervenção federal começa a apresentar resultados positivos", disse Nunes.

O chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, destacou que nenhum policial foi ferido na operação, que foi fruto de inteligência e planejamento. "Não vamos diminuir nossa força. Vamos atuar incessantemente contra a milícia", disse Rivaldo. Para ele, a operação deste sábado poderá resultar em outras ações contra a corrupção.

Balanço

Nota divulgada no fim da tarde pela Presidência da República, informou que quatro criminosos morreram e um ficou ferido. A Polícia Civil havia informado, mais cedo, que 142 pessoas foram presas em Santa Cruz, por suspeita de envolvimento com a milícia. Os números foram atualizados para 149,no fim da tarde.

"Além dos presos, foram apreendidos 12 fuzis, 19 pistolas, um simulacro de fuzil, granadas, farta quantidade de munição, 15 veículos roubados, algemas e simulacros de fardas", informa a nota.

A Operação Medusa, maior operação de combate à milícia no Rio de Janeiro, contou com o apoio de policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e da 27ª e 35ª Delegacias de Polícia.

Em entrevista coletiva na Cidade da Polícia, em Benfica, o secretário de Estado de Segurança, Richard Nunes, elogiou o trabalho dos policiais que participaram da operação e disse que outras operações estão sendo planejadas e serão executadas em curto prazo. “A intervenção federal no Rio de Janeiro começa a apresentar resultados expressivos”, afirmou Nunes.

"Não importa se o crime organizado for armado ou desarmado, ambos serão combatidos implacavelmente", acrescentou.