RELIGIÃO


O pastor José Olímpio, da Assembleia de Deus de Alagoas, foi às redes sociais se desculpar pela atitude de desejar a morte de Paulo Gustavo. O ator está internado em estado grave decorrente da COVID-19. Na última semana, o religioso disse que ora 'para que o dono dele o leve para junto de si'. 


No pedido de desculpas, Olímpio disse que 'nunca foi intenção ferir, ofender ou machucar nenhum dos ofendidos', mas alega que seu objetivo era 'tentar defender a honra de Deus'. O pastor ilustrou a fala com um print de um filme do ator, que é gay. Depois da enorme repercussão negativa, o pastor apagou a postagem e privou sua conta no Instagram.


Ele é investigado por conduta antiética pelo conselho da igreja.


Confira o posicionamento do pastor na íntegra:


Mediante esta, quero apresentar-me ao público com uma nota dupla: primeiro, para pedir desculpas, pois o pedido de desculpa deve ocorrer quando se cometer um ato falho sem a intenção de ofender ao atingido. Por isto, em primeiro lugar peço desculpas, pois, quem me conhece, sabe que do meu íntimo jamais eu ofenderia propositalmente alguém, estou dessa idade e por onde passei foi construindo amigos e servindo a quem precisa com o que estar ao meu alcance. Para saber quem é a pessoa deve-se buscar a começar na família, na vizinhança onde se criou e viveu e na igreja onde é membro. Se forem procurar falhas e imperfeições em mim, vão encontrar muitas, mas, malignas intenções, creio que não encontrarão.


Considerando esse preâmbulo peço DESCULPA, pois nunca foi intenção do meu coração ferir, ofender ou machucar a nenhum dos ofendidos (que são aos milhares), a começar do ator Paulo Gustavo, que foi atingindo diretamente, passando por seus familiares, amigos, admiradores e muitos fãs, pois o mesmo é uma pessoa querida no mundo artístico. A minha insensatez foi tentar defender a honra de meu Deus, muitas vezes ultrajada de muitos modos e de muitas maneiras e por muitas pessoas, esquecendo-me eu, de que Deus, o Criador do céu e da terra não precisa de quem defenda a sua honra. Quão tolo eu fui! Por ter escrito a sandice que escrevi, mesmo sem no meu intimo desejar a morte de ninguém, pois apesar de minhas fraquezas, sou um cristão convicto. Peço mil vezes a todos: DESCULPAS, DESCULPAS, DESCULPAS.


Mas, mesmo sem ter cometido no meu intimo o pecado de desejar verdadeiramente a morte de ninguém,
eu também, quero pedir PERDÃO.


Perdão aos familiares, amigos, admiradores e fãs, porque os feri e principalmente ao ator Paulo Gustavo.


Perdão a minha mãe, irmãos, cunhados, a minha esposa e aos meus três filhos, um jovem e gêmeos adolescentes, por coloca-los em uma situação tão vexatória. Perdão a memoria de meu pai, que me ensinou a ser um cidadão de bem.


Perdão aos meus amigos que ao longo dos anos têm posto tanta fé em mim. Perdão a minha Igreja na qual nasci e me criei, que desde a minha infância, na Escola Dominical, tem me ensinado o caminho reto.


Perdão aos pastores de todo o Brasil, que Deus me deu a graça de conhecer, ama-los e ser por eles amado.


Perdão aos meus companheiros da briosa COMADAL, por ter-lhes causado este desconforto.


Perdão as mui dignas Mesas Diretoras da IGREJA e da COMADAL, que me deram um voto de confiança, consagrando-me ao Ministério.


Perdão ao meu pastor presidente, que sempre me ensinou e ensina a todos os obreiros a não perder tempo
nas redes sociais e nem exporem-se nas mesmas. Se tivesse dado ouvidos aos seus ensinamentos, não teria caído nessa situação.


Por fim e principalmente, quero pedir PERDÃO ao meu Deus, pois por minha causa o seu nome está sendo blasfemado entre os gentios (Rom 2:24), sem que Ele, nem sua Palavra, nem sua Igreja tenham culpa alguma. Evidenciando o reconhecimento do meu erro, junto a esta nota, dou a conhecer a quem possa interessar, que voluntariamente pus minhas funções à disposição da Mesa Diretora da Convenção dos Ministros da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Estado de Alagoas – COMADAL e estou solicitando ao Conselho Consultivo e de Ética da mesma, através de documento protocolado na secretaria, a analise do caso em apreço, ponho-me a disposição do mesmo para que me seja aplicada as penas previstas nas normas estatutárias e regimentais de minha Convenção Estadual, de acordo com o que este douto Conselho julgar. Termino rogando as orações por mim e por minha família.


Maceió, Alagoas, 18 de abril de 2021.
José Olímpio da Silva Filho.”