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De acordo com esse diagnóstico do uso público dos parques, 58% das unidades não possuem estrutura de apoio à visitação ou essa estrutura é precária e não atende às necessidades básicas. Mesmo entre os parques onde há estrutura de apoio, 29% dos gestores consideram a manutenção inadequada.
"O mínimo de estrutura para que os parques se tornem viáveis é oferecer banheiro, bebedouros e trilhas onde as pessoas possam caminhar", explica Mariana Haddad, coordenadora de conhecimento no Instituto Semeia e responsável pela realização da pesquisa.
A falta de banheiros é um problema em 46% dos parques e a ausência de bebedouros prejudica 56% deles. Entre os itens de infraestrutura mínima considerados, as trilhas apresentam maior disponibilidade. Estão presentes em 84% das unidades.
"O que nós procuramos com a pesquisa foi mapear a estrutura mínima, sem a qual o parque não atrairá público", comenta Haddad.
"Na outra ponta, uma estrutura que vai além do básico ofereceria alimentação, centros de visitantes, guias, algum tipo de monitoria e até atividades ligadas ao turismo de aventura, como tirolesas e equipamentos desse tipo."
Não existem centros de visitantes em 56% dos parques avaliados.
O desenvolvimento econômico gerado pelo turismo em parques naturais é um instrumento importante para engajar a comunidade no entorno na conservação dessas áreas, segundo a pesquisadora do Semeia.
"Acreditamos nesse ciclo virtuoso. A visitação gera uma cadeia de serviços e renda e, a partir disso, agentes econômicos regionais conseguem entender a importância de conservar", diz.
Em estudo lançado em 2021, o Semeia apontou que o aproveitamento turístico de parques naturais poderia atrair 56 milhões de visitantes por ano -contra 15 milhões de frequentadores registrados em unidades estaduais e federais em 2019-, acrescentando R$ 44 bilhões ao PIB (Produto Interno Bruto) do país.
Ela aponta como um dos mais emblemáticos exemplos dessa relação entre conservação e desenvolvimento econômico o Parque Nacional do Iguaçu, unidade de conservação federal que abriga as cataratas do rio Iguaçu.
Por outro lado, diz Haddad, o país desperdiça oportunidades ao não estimular a visitação em parques na região Nordeste.
"Estamos perdendo muito ao não aproveitar os parques do Nordeste, que estão próximos uns dos outros e poderiam formar um circuito", comentou.
Para quem trabalha no dia a dia nessas unidades de conservação, de modo geral, falta gente e dinheiro para tornar essas atrações adequadas às necessidades do público.
A maioria (62%) avalia que não tem à disposição recursos humanos e financeiros para realizar as suas atividades.
O levantamento é realizado pelo Instituto Semeia desde 2012 e passou a ser bianual a partir de 2019.
A amostra compreende os parques naturais brasileiros registrados no cadastro nacional no 2° semestre de 2021. Esta edição contou com a participação de 73% desses parques. O período de coleta de dados foi de 20 de junho de 2022 a 29 de setembro de 2022.
Criado em 2011, o Instituto Semeia é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua nacionalmente no desenvolvimento de modelos de gestão e projetos públicos e privados na conservação de parques públicos.
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A falta de banheiros é um problema em 46% dos parques e a ausência de bebedouros prejudica 56% deles. Entre os itens de infraestrutura mínima considerados, as trilhas apresentam maior disponibilidade. Estão presentes em 84% das unidades.
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